8 de março: Banda “As Queens”, formada só por mulheres, apresenta-se no Museu Francisco Coelho
Na tarde desta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, em alusão à data, o Museu Municipal Francisco Coelho, na Marabá Pioneira, realizou uma programação especial. O Música no Museu reuniu uma banda da Fundação Casa da Cultura (FCCM), composta só por mulheres para celebrar o dia.
A programação contou com apresentação musical da banda As Queens, da FCCM, montada especialmente para o dia, com repertório selecionado para a ocasião, além de momentos de reflexão sobre a importância e o significado do 8 de março.
Neste ano, com As Queens, a programação buscou estimular o empoderamento da mulher por meio da música, sendo as protagonistas do momento. Vanda Américo, presidente da FCCM, ressalta que a fundação todos os anos prepara eventos especiais sobre o Dia da Mulher.
“A gente tem que acordar sabendo que o dia da mulher é todo dia. A gente tem que estar preparada para os enfrentamentos, para as conquistas, para os debates. E esse momento é o momento de se reinventar, de buscar o que há de melhor em si e a música te traz para um processo muito bacana. A música além de acalmar, de acalentar, acolher, tem um papel fundamental na vida da gente, na qualidade de vida”, afirma.
Para a diretora do Museu Francisco Coelho, Wania Gomes, as ações contribuem para o fortalecimento do debate sobre os direitos da mulher.
“É um momento muito simbólico e importante para o museu. É o segundo ano consecutivo, a gente fazer essa homenagem ao Dia Internacional das Mulheres e muito significativo porque são muitas lutas e muitas coisas a conquistar. A gente já conquistou muitas coisas, mas ainda precisamos conquistar muito mais. É uma luta cotidiana”, destaca.
A programação iniciou de manhã, com a exibição do documentário “Fio de Afeto”, que apresenta a realidade de mulheres provenientes de contextos distintos, como indígenas, ribeirinhas e periféricas, por exemplo, bem como os desafios por elas enfrentados.
A narrativa audiovisual também apresenta o coletivo de empreendedorismo feminino Chita Chic Inspire, que durante a pandemia junto a uma rede nacional, ajudou a produzir um milhão de máscaras.
E por meio dessa iniciativa de mulheres empreendedoras, o momento musical prestou homenagem a todas as mulheres.
A presidente da Chita Chic Inspire e vice-presidente do Conselho Estadual da Mulher, Gilmara Neves, participou do Música no Museu. Ela observa que embora o dia da mulher seja todos os dias, no 8 de março o momento é de homenagens e de debate do que ainda precisa ser feito e os desafios enfrentados.
“Então, ter esse dia especial para isso é maravilhoso porque a gente olha, de repente, todo o nosso potencial e o que precisa ser melhorado. Esse é um momento de reflexão. Então, a gente aproveita esse dia para não só receber flores, bater palma, mas também dizer o que nós sentimos, o que nós queremos, o que nós atinge”, explana.
Jhorranne Chrystie Santana, de 21 anos, desde os 11 faz parte da banda da Fundação Casa da Cultura. Na banda As Queens, ela estava responsável por tocar o baixo, mas é multi-instrumentista, tocando também guitarra, percussão e saxofone.
Na programação, Jhorranne foi responsável pelo solo da música Malandragem, de Cássia Eller, em uma performance enérgica. “Então, é fora do comum, tu ir se apresentar pela primeira vez com o instrumento que tu está se esforçando, aprendendo. Para mim isso é o auge do empoderamento. Tocar aqui está sendo uma coisa, muito massa, muito especial porque, poxa, a gente está levando música. Geralmente, tu vê mais homem nessa profissão e ter mulheres levando música para outras mulheres, é uma coisa sensacional, é fora do comum”, celebra a instrumentista.
O repertório de As Queens contou ainda com clássicos como “Modinha para Gabriela”, de Gal Costa, “A luz de tieta”, de Caetano Veloso, “Pagu”, de Rita Lee e “Dona de mim”, da cantora Iza.
A programação terminou com o coral adulto da FCCM também composto apenas por mulheres, interpretando a canção “Maria, Maria”, na versão de Elis Regina.
Quem acompanhou tudo foi a jovem Rafaela Reis, de 16 anos, que foi assistir a programação na companhia das amigas.
“Eu estou achando ótimo estar todas as mulheres aqui, maravilhosas, reunidas, comemorando esse dia, todas juntas. E estou achando bem bacana poder compartilhar esse dia com as minhas amigas e com todas as mulheres que estão aqui se divertindo”, relata.
Durante a programação também houve distribuição de brindes.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Jéssika Ribeiro