Músicas transformam vidas: alunos da Escola Evandro Viana, em São Félix III, participam de projeto musical da FCCM
Na Escola Municipal Evandro Viana, localizada às margens da Rodovia 222, núcleo São Félix III, funciona a extensão da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) que atende mais de 80 alunos com o projeto “Música em todo o canto”. Os cursos oferecidos são percussão, musicalização e flauta doce. As aulas beneficiam crianças e adolescentes que estudam na escola ou são moradores da comunidade. As aulas ocorrem às segundas e quartas-feiras, em dois turnos. Nesta parceria, a Escola proporciona o espaço e a FCCM fornece o professor e os instrumentos.
As crianças entre 8 e 11 anos aprendem musicalização e flauta doce. Os ensinamentos incluem teoria musical, com linguagem musical, leitura de partitura e prática no instrumento. Os alunos com mais de 11 anos são incluídos na Fanfarra, composta por instrumentos de percussão. Caixas, surdos e pratos são utilizados, visando as apresentações comemorativas em 7 de setembro.
Nesta conjuntura, a adolescente Karla Nicolle Gomes, 13 anos, vislumbra o futuro. Percussionista na fanfarra, Karla executa a caixa com auxílio de duas baquetas de madeira e o instrumento é apoiado à cintura com um talabarte (alça).
“O projeto representa novas oportunidades, uma profissão, poder representar outras pessoas que gostariam de participar do projeto. Eu sempre tive vontade de participar da Fanfarra e quando foi divulgado aqui na escola, logo me inscrevi. Me sinto bem, alegre”, disse Karla Nicolle.
Luís Henrique Carvalho, 12 anos, toca o surdo na banda. O surdo é um tambor cilíndrico de grandes dimensões e som profundamente grave. O instrumento é fixado ao ombro por uma tira de couro (talabarte) e posicionado para que a pele superior fique aproximadamente na horizontal. Para tocar, o instrumentista utiliza uma baqueta
“Minha mãe chegou dizendo que me colocou na aula de música e quando vim eu gostei. Não tenho projetos ainda com a música, mas já vou tocar no dia 7 de setembro esse ano” disse o menino entusiasmado.
Rosineide dos Santos, mãe de Luís, realiza um de seus maiores desejos para a educação do filho. Ela conta que sempre quis matricular Luís na FCCM, mas a distância era um empecilho. No entanto, a oportunidade chegou com o funcionamento da extensão da Escola de Música, no bairro.
“Se todo aluno tivesse interesse em ter algo relacionado à cultura, seria muito bom. Tira a mente de muitas coisas ruins. Para mim, como mãe é ótimo, ele também gosta. Percebi melhoras no comportamento, apesar de nunca ter dado problemas na escola e nem em casa. Cada vez eu procuro melhorar ainda mais para ele, porque nesta fase da adolescência, eles podem sofrer mudanças, então é bom ocupar a mente com coisas boas”, disse a mãe.
O professor Jairo Bandeira rege as turmas na extensão da EMEF Evandro Viana. Ele é ex-aluno da FCCM, onde teve contato com a música pela primeira vez ainda na infância e onde aprendeu a base que o levou direto para o ensino superior na Universidade Estadual do Pará (UEPA). Para o musicista, ensinar crianças do projeto é algo muito especial.
“É muito prazeroso, porque sou fruto da Casa da Cultura, tive um trajeto de muitas apresentações na cidade, fora da cidade e hoje estou quase concluindo o curso de música na UEPA, por meio de uma parceria da Fundação. Estamos aqui pra atender a escola e também ao bairro. Então as pessoas que estiverem interessadas, podem nos procurar aqui na escola” convida o professor.
A vice-gestora da escola, Rosineide Oliveira, explica que a parceria com a FCCM acontece desde 2018, por iniciativa da gestão e tem funcionado como atividade extraclasse. Além disso, reforça que tem sido muito importante tanto para a comunidade da Francolândia quanto para os bairros adjacentes.
“Aqueles alunos com comportamentos mais difíceis, que devemos ter uma maior atenção e cuidado são os que nós mais fazemos questão que participem do projeto e isso tem refletido em sala de aula. A música faz isso! O significado do projeto é muito grande porque também atendemos alunos de outras escolas”.
Texto e Fotos: Leydiane Silva
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