Defesa Civil: Prefeitura cadastra famílias desabrigadas para o cartão de benefícios
As equipes da Defesa Civil Municipal e da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (SEASPAC) concluíram o cadastramento de famílias dos 10 abrigos oficiais da Prefeitura de Marabá. O trabalho foi intensificado na sexta-feira e no sábado (07 e 08). O objetivo é levantar informações sobre as famílias para entrega do cartão de benefícios, entre outras melhorias. Hoje (07), o nível dos rios Tocantins e Itacaiúnas está 11,80 metros acima do leito normal, o que representa uma elevação de sete centímetros nas últimas 24 horas.
A técnica da Seaspac, Eliane Araújo, acompanha o trabalho com famílias atingidas pelas cheias na cidade e explica que o levantamento das informações nos abrigos é necessário para o controle e garantia da assistência a todas as famílias, tanto com o serviço social, quanto atendimento de saúde.
“Às vezes, as famílias vão para o abrigo e não passam pela Defesa Civil para fazer o cadastro. E também precisamos fazer o levantamento para que a Seaspac faça a entrega dos benefícios, que são doados pelo município, Estado e Governo Federal. Os benefícios são a cesta básica, que é o principal, mas entregamos também os kits de higiene pessoal, de limpeza, de colchão quando é cedido pelo governo. Roupas, doações que a comunidade em geral, órgãos, entidades, sociedade civil, acabam entregando para a Defesa Civil, e, através desse cartão é identificado que a pessoa realmente está no abrigo, que foi cadastrado pela Defesa Civil, pela Seaspac, e entrega o benefício através do cartão”, esclarece Eliane.
De acordo com Karen Bicho, agente de coordenação da Defesa Civil Municipal, entre as finalidades das equipes da Seaspac está o de reconhecer o que precisa melhorar na estrutura, como aumento do número de banheiros químicos, ampliação da quantidade de caixas d’águas, verificar condições de energia, pessoas com problema de saúde, a fim de levar assistência médica. “Estamos aproveitando que o rio está estável para organizar essas questões de logística”, pontua a agente de Defesa Civil.
Atualmente são 1.360 famílias foram atendidas, das quais 337 estão nos abrigos da Prefeitura, 541 estão alojadas em casa de familiares e ainda 147 ilhadas, as quais a Defesa Civil Municipal presta assistência. “Essas pessoas são aquelas que vão para as lajes, o que não é o correto, porque dificulta nossa abordagem, caso precisamos retirar”, explica.
Segundo ainda a Defesa Civil Municipal, cestas básicas serão disponibilizadas para os desabrigados com previsão para 10 dias. Os moradores temporários dos abrigos terão, além das cestas básicas, auxílio saúde, visita do Centro de Controle de Zoonoses e agentes da Secretaria de Meio Ambiente, dedetização com a Vigilância Epidemiológica, entre outras assistências.
Maria dos Santos e a família estão no abrigo construído na pracinha do São Félix Pioneiro, desde quarta-feira (05). Ela é ribeirinha, vive da pesca, e há 20 anos convive com a cheia do Tocantins. Ela sabe o quanto o cadastro é importante para que a ajuda chegue sem problemas. “É muito importante, porque muita gente não tem . Eu sou pescadora, eu trabalho com peixe, como é que a gente vai vender peixe desse jeito. Quando vem esse benefício fica mais fácil, para sobreviver, ter uma alimentação saudável. Antes a gente ia pra casa de parentes, alugava casa, mas agora tem ajuda da prefeitura, eles colocam água e luz, tem um conforto melhor pra gente”, enfatiza.
Chirlene Dias conta que não é a primeira vez que fica desabrigada, mas que se assustou com a rapidez e força com que a enchente chegou esse ano. No abrigo do São Félix, onde está desde segunda-feira (03), ela está com o marido e dois filhos, e reconhece o quanto o cartão para benefícios é necessário. “Muito importante porque já é uma ajuda. Meu marido está desempregado, trabalha na diária, e agora na chuva fica muito difícil. Então vai ajudar bastante”, afirma a dona de casa.
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Texto: Leydiane Silva
Fotos: Magdegilson Teixeira