SMS: Programa Antitabagismo funciona em seis Unidades Básicas de Saúde
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o vício em tabaco mata em torno de 8 milhões de pessoas por ano. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, por dia, são mais de 443 mortes, vítimas do tabagismo no país.
Para ajudar as pessoas a se livrarem desse vício, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) possui o Programa Antitabagismo na Atenção Básica. Atualmente, o programa funciona em cinco unidades de saúde da zona urbana: Carlos Barreto, em Morada Nova; Demósthenes Azevedo, na Marabá Pioneira; Enfermeira Zezinha, na Folha 23; Hiroshi Matsuda, na Folha 11, e UBS Laranjeiras.
Recentemente, o programa foi implantado na zona rural, na UBS da Vila Sororó. “Conseguimos ampliar, abrir o grupo na vila Sororó, tendo essa oportunidade de trabalhar com o tabagismo na zona rural. Era um sonho, mas agora a gente conseguiu. Levamos uma equipe que era referência aqui no Hiroshi e tem sido um diferencial”, afirma Helane Moreira, coordenadora do programa Antitabagismo da SMS, destacando o cuidado em capacitar os profissionais para lidar com os pacientes.
“A gente tem esse cuidado de sempre fazer as capacitações, com as portarias que saem, sempre atualizando nossas equipes, para que a gente consiga fazer uma oferta de qualidade para todos”, ressalta.
O grupo é formado por cerca de 15 pacientes e o tratamento tem duração de um ano. A UBS pode ter mais de um grupo ativo simultaneamente. Os participantes fazem o teste de Fagerstrom que mede o grau de dependência de nicotina. Eles passam por avaliação com enfermeira. “Verificamos se vai haver a necessidade de usar adesivos ou só a palestra”, explica Helane.
No primeiro mês é realizado o encontro em grupo, uma vez por semana, com 1 hora de duração, ministrado por profissionais como enfermeira, psicólogo, terapeuta ocupacional e médico. Após essa etapa, o acompanhamento é realizado a cada 15 dias, nos primeiros 6 meses. Depois passa a ser realizado uma vez por mês durante 12 meses. “Só após esse período de 1 ano sem fumar é que o paciente é considerado livre do tabagismo”, ressalta.
Se houver necessidade do psicólogo ele é orientado e direcionado. Caso necessário o paciente também é encaminhado para as demais especialidades da rede, através do Departamento de Alta e Média Complexidade. Como cardiopata, hipertenso ou diabético.
Para participar do programa contra o tabagismo e ter acesso aos remédios é obrigatório que o paciente participe do grupo formado na UBS. O tratamento inclui avaliação clínica, abordagem mínima ou intensiva, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva.
Vale ressaltar que os medicamentos utilizados no tratamento contra o tabagismo, o Cloridrato de Bupropiona, é para ansiedade; e os adesivos (7 mg, 14 mg e 21 mg), a reposição da nicotina tratada, só podem ser dispensados aos pacientes já em tratamento, acompanhados por enfermeira e médico das Unidades Básicas de Saúde.
Segundo a nota técnica divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o consumo de tabaco e seus derivados mata cerca de 8 milhões de indivíduos a cada ano em todo o planeta, já que o tabagismo constitui fator de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, e também é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras enfermidades tais como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
O tabaco causa diferentes tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo. Por esses motivos, os fumantes têm maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos e são acometidos com maior frequência de infecções como sinusites, traqueobronquites, pneumonias e tuberculose. Por isso, é possível dizer que o tabagismo é fator de risco para o agravamento da Covid-19 devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar. Sendo assim, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da doença.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio