FCCM: Comunidades quilombolas são tema de palestra no Museu Municipal
Discutir sobre os últimos locais de refúgios dos negros escravizados, que se rebelavam da situação marcada pela violência, os quilombos, essa foi a proposta da palestra da cientista social Majin Bootte, no sábado (23), no auditório do Museu Municipal Francisco Coelho, na Marabá Pioneira.
O evento fez parte da programação da 17ª Primavera dos Museus. A palestrante iniciou pelos conceitos de quilombos e discorreu sobre as áreas no estado do Pará, que serviram de ponto de refúgio dos escravizados.
“Infelizmente, apenas uma comunidade quilombola é registrada na região sudeste do Pará, que é no município de Baião. Ela está quase no limite com o nordeste, então não é tão perto de Marabá. Na região de Marabá, por enquanto, não há registro, o que é uma pena porque a gente sabe como são os registros falhos. Eu acho muito provável que existam, mas são histórias não contadas, oficialmente não existe esse registro”, esclarece a cientista social Majin Bootte.
Para Wânia Gomes, diretora do Museu, trazer a discussão sobre os quilombos nos dias de hoje, é resgatar uma parte importante da história do Brasil e fazer o registro que o Pará também foi espaços de fuga e que muitos espaços se mantém atualmente.
“Hoje, o tempo abordado será sobre a questão Quilombola, que traz consigo uma série de perspectivas complexas e de extrema importância para a sociedade. As comunidades quilombolas nacionalmente desempenham um papel fundamental na sociedade brasileira, sendo essenciais para a preservação da cultura afro-brasileira, a promoção da justiça social e a conservação do meio ambiente”, destaca Wania Gomes.
A programação da 17ª Primavera dos Museus incluiu apresentações musicais, documentário, teatro e outras atividades culturais. O encerramento foi neste domingo (24).
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio