SMSI: Rondas escolares se intensificaram em abril e continuam atendendo comunidade
Durante o mês de abril, com notícias que causaram apreensão à comunidade escolar Brasil afora, as rondas escolares foram intensificadas por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI), Secretaria Municipal de Educação (Semed) e demais órgãos de segurança. A ação ocorreu em todos os núcleos da cidade.
Marceli Izaías é diretora da Escola Municipal Albertina Sandra Moreira dos Reis, na Folha 6, núcleo Nova Marabá. A escola atende 492 alunos do 1º ao 5º ano. A diretora conta que, no início, os pais ficaram apreensivos com as informações que circularam na televisão e redes sociais.
“No primeiro dia, tivemos um número bem pequeno de alunos. No entanto, depois da reunião que tivemos com a segurança, juntamente com a Secretaria de Educação, trouxemos essa sensação de segurança. A gente foi assistido pelas rondas escolares, tanto da Polícia Militar, quanto da Guarda Municipal. Tivemos uma assistência muito boa. Houve dias com rondas de duas em duas horas aqui na escola”, ressalta Marceli Izaías.
Na escola, o protocolo seguido pelas equipes da ronda escolar era estar presente resguardando a hora de entrada dos alunos. No intervalo e na hora da saída os agentes também estavam presentes. Uma das ações da escola foi por meio de reuniões virtuais nos grupos de WhatsApp com os pais. Nessas reuniões, todas as informações e orientações essenciais eram repassadas com o intuito de deixar os pais cientes do que era feito para garantir a segurança dos estudantes.
Para Marceli Izaías, a simples presença dos agentes já transmitia a sensação de segurança para a comunidade escolar. “Logo se estabilizou e hoje nós temos os alunos na sua totalidade. Os pais, servidores e as crianças estão bem confortáveis. Eu acredito que foi um trabalho de excelência feito pelos órgãos de segurança com a Secretaria de Educação”, reitera a diretora.
Segundo o superintendente geral da Guarda Municipal de Marabá (GMM), Wiliscley Leão, a ronda escolar já era uma operação realizada pela GMM e acontecia mediante demanda. A ação foi reforçada durante o mês de abril diante da necessidade, e integrada a outros órgãos de segurança pública municipais e estaduais em reunião no dia 13 de abril.
“A partir dessa reunião, a gente fez um planejamento. Estamos atendendo mais de 50 escolas nesse cronograma. Na Nova Marabá, estamos atendendo 22 escolas; no núcleo Cidade Nova, 20 escolas; e em Morada Nova, Vila Sarandi e Vila Murumuru, nove escolas”, explica o Superintendente.
A ronda escolar da GMM funciona com seis viaturas e 23 agentes. Na Nova Marabá, por exemplo, uma equipe atende 12 escolas e a outra atende dez. As equipes começam as rondas a partir das 7h30 da manhã e passam cerca de 20 minutos, dependendo da demanda, com a presença em frente ao local e orientação à direção e alunos. A partir disso, a equipe segue para a próxima escola, até terminar o quantitativo estabelecido. Com isso, retornam ao início.
O superintendente da GMM ressalta a importância da união das forças de segurança para se garantir o êxito do trabalho realizado por meio das rondas escolares. “Mas esse momento veio para mostrar a necessidade e a gente tem que, a partir de agora, trabalhar nesse sentido, buscar essa união, buscar essa integração, para que a gente possa ter um resultado melhor no que estamos fazendo. A Guarda Municipal foi justamente criada para poder atender e resolver essa situação de menor potencial ofensivo. É o contato mesmo com a sociedade. É atender os órgãos da prefeitura, atender as crianças, as escolas, os professores e os servidores públicos”, pontua.
O Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano de Marabá (DMTU) também realizou rondas com foco nas escolas com maior movimentação. Diariamente, são seis agentes atuando na ronda escolar.
Para o coordenador de Trânsito do DMTU, Francivaldo Costa da Silva, é um ponto positivo o fato de as pessoas, de uma maneira geral, respeitarem as ações de fiscalização. Nesse sentido, a ronda é importante pois ajuda a conscientizar os pais durante o transporte dos filhos à escola, por exemplo.
“Mandamos viaturas, motocicletas para fazer a ronda, verificar a questão da segurança no percurso das crianças para a escola. A criançada gosta quando vê uma viatura, um agente, eles gostam, tiram fotos. A gente estava ali monitorando o setor escolar para coibir infrações e também orientar os pais, que às vezes levam seu filho de moto, com mais de um na garupa. Então, a gente sempre tenta chegar mais próximo da população”, destaca o coordenador.
A diretora da Escola Martinho Motta da Silveira, na Folha 27, Cristina Arcanjo, comenta que o contexto do mês foi desafiador tendo em vista que a rede de educação ainda se encontra em um estágio de recuperação após a pandemia de Covid-19.
Ela conta que a equipe da escola já sabia alguns protocolos para lidar com a enxurrada de desinformação que tomou conta das redes sociais a respeito de ataques em escolas, para orientar da melhor maneira possível os pais e toda a comunidade escolar a fim de acalmá-los, principalmente por meio dos grupos de WhatsApp. O assunto também foi tratado durante a reunião bimestral com os pais.
“Foi uma reunião, inclusive, muito emocionante, porque os pais estavam muito apreensivos, os professores, toda a comunidade escolar. No entanto, quando os órgãos de segurança começaram a vir até a escola, os alunos receberam até com certo entusiasmo. Houve turmas, inclusive, que aplaudiram a presença da Polícia Militar na escola porque foi uma forma de eles dizerem para nós: ‘agora, a gente está se sentindo seguro, diretora’”, relembra Cristina Arcanjo.
De acordo com a diretora, houve uma reunião com os gestores escolares organizada pela Semed para informar como os serviços de segurança atuariam. Além disso, também foram repassados protocolos de segurança a serem adotados. “Uma das situações que a gente precisou ter foi um diálogo franco, aberto e seguro com os nossos estudantes no sentido de eles se sentirem à vontade e seguros para trazer a nós qualquer informação que eles pudessem ter, assim como também a gente poder combater o que fosse notícia falsa”, explica a diretora.
A Escola Martinho Motta atende 490 alunos de 6º ao 9º ano e estudantes do ensino personalizado e Educação de Jovens e Adultos. As rondas na escola aconteceram em todos os turnos, principalmente com a presença das equipes na porta do local e arredores. Geralmente, ao final do horário, os agentes adentravam a escola para dialogar com a direção e, eventualmente, com os estudantes.
Segundo Cristina Arcanjo, Polícia Militar, Guarda Municipal e DMTU estiveram na escola realizando a ronda. “Foi extremamente importante até porque tanto nós enquanto trabalhadores da educação quanto a própria comunidade e os estudantes estavam apreensivos, com muito medo. Quando eles perceberam que o serviço de segurança estava ativo, atento, passou algumas informações importantes para a gente no sentido de manter um olhar mais ampliado em relação à situação, então gerou uma sensação de segurança muito maior. Aí as famílias passaram a dar maior credibilidade e obtiveram mais confiança em mandar os filhos para a escola”, frisa.
O Departamento Municipal de Segurança Patrimonial (DMSP) também participou da ronda escolar, com foco nos Núcleos de Educação Infantil (NEI) dos núcleos São Félix e Morada Nova. Uma equipe com até quatro integrantes realizam a ronda nos momentos de entrada e saída dos NEI dos dois núcleos.
O coordenador do DMSP, Josafá Souza, comenta sobre a importância do trabalho dos agentes de segurança.
“É de uma grande importância para dar tranquilidade aos familiares dos alunos, pais, como também dar segurança para os servidores que estão trabalhando nas escolas. O nosso trabalho contribui para que o trabalho dos professores seja bem executado”, afirma.
As rondas escolares seguem pela cidade, com equipes da GMM, DMTU e DMSP.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes