Saúde: Ação no núcleo São Félix distribui repelentes e coleta sangue de animais para prevenção à leshimaniose
Uma ação conjunta do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e Departamento de Endemias e Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde foi realizada no núcleo São Félix com objetivo de combater o avanço da leishmaniose, nos bairros onde foram apresentados os maiores índices da doença. A ação faz parte da Campanha Agosto Verde, mês dedicado aos cuidados e prevenção à doença.
A ação foi realizada na manhã de sexta-feira, 25, no núcleo São Félix I, na Rua Tamboril, esquina com a Avenida Magalhães Barata. Os servidores realizaram a identificação dos cães e do respectivo proprietário para fazer a coleta de sangue para análise e distribuição de repelentes.
De acordo com Amadeu Moreira, Coordenador de Endemias e Vigilância Ambiental, a ação foi escolhida para ser realizada no bairro, em razão de apresentar elevado índice de mosquito transmissor da doença. Segundo ele, as ações são realizadas também com o objetivo de orientar as famílias em relação à manutenção de limpeza de quintais e lotes urbanos.
“A leishmaniose é uma doença silenciosa que atinge tanto o cão quanto o homem. E aqui no São Félix, no trabalho de captura, de busca, é um dos bairros que apresentou o maior indicador do mosquito, daí a importância de todos trazerem seus cães para fazer o teste da leishmaniose, receber o repelente para colocar na pele dos animais, para evitar picada de mosquito, porque o cão também é vítima do mosquito e ele está praticamente em todos os quintais aqui do bairro”, esclareceu Amadeu Moreira.
A dona de casa Rose Rodrigues, dona do Tobias, um cão de um ano de idade, não descuida da saúde de seu inseparável amiguinho.
“Ele está vacinado e agora ele veio para fazer um check-up, fazer exame para ver como é que está a saúde dele, né? Porque é necessário, a gente nunca sabe o que pode acontecer e tem que cuidar bem”, alertou Rose.
Júlia Ramalho é dona do Flóki e disse que não se pode perder os prazos para vacinação e é sempre bom sempre fazer o teste para diagnosticar a doença.
“A gente tem que vacinar, cuidar bem, fazer todos os exames, pra deixar o cachorro bem, quando tratamos bem da saúde do cachorro é porque estamos nos preocupando com a saúde de todos”, disse.
A leishmaniose é uma doença transmitida pelo mosquito chamado flebótomo (Asa branca ou mosquito palha). A infecção é passada ao homem através da picada do mosquito. A leishmaniose é uma ferida e não é transmitida de pessoa para pessoa, é preciso haver a participação do mosquito.
“A gente sabe que a principal forma de transmissão da leishmaniose é através do mosquito e não do cão, a gente tem que evitar que o mosquito chegue até o animal. É muito importante a gente saber o status sorológico do nosso animal, se ele tem ou não tem leishmaniose. Hoje em dia, temos os exames de diagnóstico, testes rápidos e sorológicos, que estão sendo todos ofertados aqui. Então a pessoa pode trazer esse animal a partir de quatro meses de idade no ponto de coleta ou diretamente no CCZ”, explicou Ezio Rodrigues, médico veterinário do CCZ.
O médico veterinário explica ainda que o proprietário do cão deve observar algumas alterações no animal que podem ser sintomas da doença, tipo queda de cabelos, crescimento das unhas, emagrecimento e ferimentos que não cicatrizam, nas orelhas e focinho, apresentando esses sintomas deve-se levar o animal para exames.
De acordo com Ezio Rodrigues, nos últimos quatro anos houve uma média de 24 casos de leishmaniose por ano em humanos e os locais com maior registro da doença são bairro Araguaia e núcleo São Félix.
“A gente tem uma média de 24 casos por ano em humanos, nos últimos quatro anos, então a gente precisa avançar no diagnóstico para combater a doença e também o apoio da população é importante neste processo”, observa Ezio Rodrigues.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Karol Bezerra