Saúde: CAPS II promove evento sobre depressão
A depressão, que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo, produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança.
Com o tema “Depressão não é coisa da sua cabeça”, a equipe multidisciplinar do Centro de Atenção Psicossocial de Marabá II, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde, promoveu na sexta-feira (29), palestras e roda de conversa sobre essa doença de cunho psicológico. O evento, na sede do CAPS II, na Folha 31, Nova Marabá, reuniu funcionários da Casa de Acolhimento da Pessoa Idosa, familiares de usuários dos serviços do centro, representantes da educação e acadêmicos de psicologia. Conforme os dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), com 5,9% de pessoas com depressão, o Brasil tem a maior prevalência de pessoas acometidas da doença na América Latina e a segunda maior nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos.
De acordo com a psicóloga Juliana Martins Feitosa, especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, o evento teve como objetivo conscientizar as pessoas sobre o que é depressão, causas, sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento. Ela também destacou a importância do apoio familiar para sucesso do tratamento. Outro palestrante foi o enfermeiro Allan Raniere, também especialista em Saúde Mental. Ele esclareceu a diferença entre tristeza e depressão. “A tristeza é pontual. A depressão se mostra como tristeza constante, irritabilidade, cansaço, fadiga. Ela pode ser classificada em leve, moderada e grave dependendo do comprometimento”, ressaltou.
Segundo Allan Raniere, na depressão grau leve a pessoa ainda consegue desenvolver as atividades cotidianas. Já no nível moderado, o rendimento cai bastante. Na depressão grave a pessoa não consegue desenvolver nenhuma atividade social. “São quadros clichês de choro e isolamento, como também pensamentos suicidas, e até mesmo quadros psicóticos como delírios e alucinações”, descreveu o enfermeiro sobre o 3º grau da depressão.
Caso o indivíduo observe em outra pessoa alterações de comportamento é sempre bom buscar ajuda profissional. O tratamento é multifatorial, alguns pacientes precisam de medicação antidepressiva passada por um médico psiquiatra e terapia com psicólogo. O evento contou também com a participação da assistente social Judith Almeida e ainda da psicóloga Regina Ceo.
REPERCUSSÃO
Luciana Monte Palma, coordenadora da Escola “O Pequeno Príncipe”, que está fazendo especialização na área de Psicologia da Educação, participou da palestra. Na profissão, às vezes, lida com estudantes que manifestam sintomas de depressão, inclusive alunos já receberam o diagnóstico e fazem acompanhamento psicológico.
“Foi bem legal. Acrescentou algumas coisas a mais ao meu conhecimento. Tenho aprendido a ser mais sensível e ouvir mais pais e alunos. Às vezes só pensamos no problema. Temos de ter um olhar diferente, porque o aluno precisa de uma ajuda profissional. Os alunos dão sinais e precisamos estar preparados”, declarou a pedagoga.
Texto: Emilly Coelho
Fotos: Divulgação