Saúde: Combate à leishmaniose reduz incidência da doença nos últimos anos
Nos últimos dois anos, dados do Sinan NET, fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apontam que as notificações de Leishmaniose caíram drasticamente, bem como o número de óbitos em consequência do tipo visceral, passando de 04 mortes em 2017 para um óbito em 2019, até esta data, 24 de abril.
Segundo Amadeu Moreira, coordenador de Endemias e Vigilância Ambiental na SMS, para lograr esse êxito, em 2017 houve levantamento (pesquisa entomológica) para o flebôtomo, conhecido como mosquito palha, naqueles bairros em que houve diagnóstico da doença em humanos, com destaque os bairros Araguaia, Nossa Senhora Aparecida, Folha 1, Folha 6, Folha 13, São Félix Pioneiro, Liberdade e Laranjeiras.
A partir daí, percebeu-se que o mosquito praticamente transferiu seu habitat para a cidade. Imediatamente as equipes do Zoonoses e Agentes de Endemias intensificaram ações de prevenção e combate ao mosquito. “Iniciamos ações preventivas a partir do manejo ambiental (retirada de lixo), com o apoio do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM); visitas domiciliares para orientação aos moradores e palestras educativas nas escolas, começando pelas áreas mais afetadas”, considera Amadeu.
Com essas atividades, em 2018, o número de óbitos caiu para 02, sendo apenas um devido à leishmaniose e outros três combinados com outros doenças.
Diferentemente do Aedes aegypti, os flebotomínios não precisam de água para se reprodução. Eles carecem apenas de lixo, principalmente orgânicos, como restos de comidas, frutas apodrecidas, fezes de animais (equinos, galinhas, porcos, cachorros), ou seja, eles gostam da sujeira para se reproduzir. Por isso, os ambientes internos e externos devem ser mantidos sob vigilância, com limpeza diária.
“O cão é uma vítima desse sistema, por ser geralmente o primeiro animal de sangue quente encontrado pelo mosquito, porque dorme no quintal, na varanda, locais sem proteção, o que facilita o acesso do flebôtomo”, explica.
Mesmo nos cães, os números da doença vem caindo. Antes, de cada 100 cachorros examinados 70 estavam com leishmaniose visceral. Há poucos dias, numa campanha ocorrida na Estação Conhecimento, em São Félix, de 115 cães examinados, somente 15 deram positivo para a doença.
O trabalho no CCZ – Centro de Controle de Zoonoses – no cuidado com os cães tem sido incessante, tanto no que tange a exames quanto orientação para mantê-los fora da leishmaniose visceral.
Texto: João Batista