Saúde: 9ª Conferência Municipal debate caminhos e diretrizes com a sociedade civil
Nesta quinta (24) e sexta-feira (25), realiza-se a 9ª Conferência Municipal de Saúde, no plenário da Câmara Municipal de Marabá (CMM). O objetivo da Conferência é debater com a sociedade marabaense os caminhos que a Saúde do município tomará nos próximos quatro anos. O evento contou com representantes da sociedade civil organizada, trabalhadores da saúde, da Ordem dos Advogados do Brasil e da gestão municipal.
“Essa Conferência tem o principal objetivo de garantir a participação popular nas decisões que a saúde tomará. Ela gera as diretrizes para o plano municipal de saúde e para o plano plurianual de investimentos da Prefeitura de Marabá”, explica o vice-prefeito e secretário de saúde Luciano Lopes Dias.
A conferência tem como tema central “Os Desafios da Saúde e do Controle Social Diante da Pandemia”. “Como encarar os desafios pós pandemia é o tema da conferência. A gente enfrenta uma série de dificuldades geradas por conta da pandemia, graças a Deus com números bem menores atualmente. É a partir do debate, ouvindo a sociedade que saberemos o que ela espera e deseja do poder público nesse enfrentamento a partir daqui’, acrescenta Luciano.
O Especialista em Gestão em Redes de Atenção à Saúde da Fiocruz/Brasília, Irizan Silva, é um dos quatro expositores da Conferência. Ele irá explicar as dificuldades de financiamento enfrentadas pelo SUS.
“É hoje um desafio. Serão 30 minutos de palestra explicando como é esse financiamento que não é algo tão simples. Apesar de ter muitos arcabouços na legislação, o tema tem bastante relevância para superarmos impasses como demora de consulta, exames e para buscarmos melhorias no aumento de cobertura e qualificação”, explana.
A diretora de atenção básica do município, Sheila Macedo, comenta que esse é um dos maiores desafios da Atenção Básica no momento. “São vários desafios, um dos maiores é alinhar o financiamento e projetos do município. Por isso estamos aqui, com intuito de alinhar as ações dentro do município e também envolver a população nesse contexto”.
Outra expositora, Abiancy Cardoso, falou sobre a importância da participação popular no controle social.
“Tivemos no cenário nacional a extinção de 35 mil colegiados, isso sinaliza uma crise de representatividade. Organismos que em âmbito federal tem suas atuações limitadas que sinalizam um retrocesso e preocupação. Por isso essa conferência é histórica, você exercita a democracia chamando a população para a tomada das decisões. Daí a importância do controle social, em um momento de crise política, a participação da comunidade dizendo que tipo de saúde pública deseja e que rumos essa saúde deve ter é essencial”, conclui.
Durante a conferência também serão escolhidos os 20 conselheiros que irão compor o Conselho Municipal de Saúde para o próximo biênio. Sendo 10 representantes da sociedade civil, cinco representantes dos trabalhadores e cinco representantes da gestão municipal.
A conferência foi aberta pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Emerson Miranda. “Essa conferência é um momento ímpar. Hoje colocamos em prática um dos princípios básicos da nossa democracia que é a discussão de ideias. Para buscar o melhor para a saúde pública para todos. É uma ação que se torna ainda mais importante em um contexto de pandemia e em que temos uma democracia ameaçada”, discursou.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio