Assistência: Programas do município garantem bem-estar e saúde para as crianças
No Dia Mundial da Infância, conheça os serviços voltados para essa importante fase da vida
Neste 21 de março é celebrado o Dia Mundial da Infância, estabelecido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A data tem como objetivo promover reflexão sobre a importância de garantir direitos, bem-estar e boas condições de vida para essa fase tão importante do desenvolvimento humano. Em Marabá, há ações voltadas para as crianças em diversas frentes.
Segundo Luiz Silva, diretor técnico da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), a infância é uma pauta que ganhou destaque nos debates de políticas públicas, sendo prioridade nas diversas esferas de governo.
De acordo com ele, Marabá acompanha esses avanços e implantou nos últimos anos, programas de atenção específicos para essa faixa etária em articulação com outras áreas como Saúde e Educação. Um desses programas é o Criança Feliz. Para ele, é necessário trabalhar o presente dessas crianças para garantir um futuro melhor.
“Nós trabalhamos diretamente com crianças de 0 a 6 anos, através do Programa Criança Feliz, que atende hoje no município cerca de 426 famílias. O programa conta com equipe de visitadores que vai diariamente até essas residências trabalhar o desenvolvimento infantil em sua integralidade, trabalhando quatro modalidades: cognitiva, motora, socioafetiva e emocional. São quatro eixos que a gente trabalha com essas crianças para que esse desenvolvimento seja integral”, explica o diretor técnico da Seaspac.
Os visitadores planejam as atividades dentro dos eixos e realizam o acompanhamento para saber se a família está executando o planejamento junto à criança. As visitas duram cerca de 45 minutos e são importantes para avaliar como está o andamento das ações de outras áreas no atendimento daquela criança, fazer a verificação da carteira de vacinação e demais encaminhamentos necessários.
As gestantes também são atendidas pelo Programa Criança Feliz também para o fortalecimento do vínculo entre a gestante e a criança, acompanhamento da carteirinha de vacinação do pré-natal.
O Criança Feliz está presente atualmente nos quatro Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e é voltado para famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Outra atividade importante realizada pelos Cras do município é o Serviço de Convivência, que tem como objetivo o fortalecimento de vínculos, buscando compreender a criança como parte do meio social e da família em que está inserida.
“Então, o serviço trabalha especificamente o fortalecimento de vínculos entre essa criança, a família e a comunidade através de atividades esportivas, atividades de arte e cultura, atividades de dança e palestras, de conscientização com temas transversais desde o cuidado até a forma com que ela vê a sociedade em que vive”, pontua Luiz Silva.
No serviço de convivência, as atividades são segmentadas para crianças de 6 a 11 anos, 11 a 12 e 12 a 14. Já as gestantes realizam o fortalecimento de vínculos de maneira coletiva, com outras gestantes. Atualmente, cerca de 600 crianças são atendidas.
“Se eu trabalhar o desenvolvimento integral da criança hoje, essa criança tende a superar o estado de pobreza no futuro. Além do acompanhamento que vai desde a parte emocional até a parte nutricional da criança. Investir na criança é colher resultados amanhã. Resultados que vão impactar diretamente na saúde, educação, na própria assistência social’, conclui.
Maiana Stringari é coordenadora de saúde da criança e do adolescente da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS). Ela apresenta algumas iniciativas na área de saúde para a infância.
O cuidado com a infância acontece no pré-natal. São 25 Unidades Básicas de Saúde do município que executam o programa. São 3149 gestantes acompanhadas atualmente. O objetivo é fazer com que as gestantes comecem o acompanhamento até a 12ª semana, com a realização de seis consultas a fim de garantir que sejam atendidas pelos profissionais qualificados e para uma gestação saudável.
E o cuidado segue no pós-parto. No Hospital Materno Infantil (HMI), há as especialidades afins como obstetrícia e pediatria, além das alas de UTI e UCI neonatal. O hospital também já disponibiliza os testes da linguinha e do coraçãozinho.
“Hoje o HMI tem um projeto chamado Acolher que tem como base, encontros e rodas com gestantes, para as pacientes que são atendidas na Atenção Básica e que são destinadas para lá todas as quartas-feiras. Lá, elas aprendem sobre o processo de parto, conhecem o hospital, os profissionais e têm uma primeira adaptação ao local em que ela vai parir”, explana Maiana Stringari.
O processo de amamentação também tem um cuidado especial. Para as mães que não podem amamentar, há no HMI o Banco de Leite, que atende principalmente recém-nascidos internados na UTI e UCI neonatal.
A SMS também está em processo de implantação do ProAme, programa de aleitamento materno em dez UBS’s nos núcleos urbanos e na zona rural, que será trabalhado dentro do pré-natal até o sexto mês de vida da criança.
Com o fechamento do pré-natal na Unidade Básica da Saúde, a gestante e a criança passam por consulta e acontece o teste do pezinho, essencial para identificar precocemente doenças graves. A partir de então, ambos seguem com atendimento de puericultura, que acompanha o desenvolvimento infantil até os dois anos e que visa prevenir e detectar precocemente doenças.
Em outra frente, a secretaria traça um perfil nutricional das crianças de Marabá a partir de questionários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).
“É uma ficha que é preenchida durante o atendimento do profissional, na Unidade Básica de Saúde. Como as UBS’s tem o prontuário eletrônico, o enfermeiro faz diretamente no sistema. São algumas perguntas direcionadas sobre a alimentação da criança. Isso vai traçar um perfil nutricional das crianças e da população”, relata a coordenadora.
No ano passado, a SMS executou um projeto do Ministério da Saúde chamado Primeira Infância para Adultos Saudáveis (Pipas) com o uso de um aplicativo com perguntas relacionadas ao pré-natal e processo de parto. O objetivo era traçar um perfil cognitivo, nutricional, motor e emocional das crianças.
“A partir do resultado dessa pesquisa, a gente vai conseguir traçar políticas públicas para trabalhar dentro de cada deficiência maior que observamos por núcleo. Marabá realizou mais de 500 entrevistas”, frisa.
O Programa Saúde na Escola é uma iniciativa importante que agrega as áreas de Saúde e Educação. O programa atua em 93 escolas municipais, atendendo cerca de 38 mil estudantes. Durante as atividades realizadas, são abordados 14 temas relacionados à saúde. “A gente consegue trabalhar a questão odontológica, da alimentação saudável, prevenção da gravidez na adolescência, tabagismo, e trazer informações desde os núcleos de Educação Infantil até às escolas de Ensino Médio”, expõe.
O Programa de Alergia à Proteína do Leite de Vaca é outro serviço importante disponibilizado pela SMS, cujo atendimento acontece por meio do Centro de Especialidades Integradas assim que a criança tem a confirmação da alergia.
A coordenadora Maiana Stringari ressalta ainda a importância da vacinação para esse público e da busca pelos serviços disponíveis, pois a infância é uma fase importante. É nesse momento que se traça o perfil do indivíduo que se forma para a vida toda.
“Graças a Deus a gente tem esse atendimento hoje de vacinação, puericultura. A gente quer que esse público venha até nossas unidades. A unidade básica de saúde tem esse dever de prevenção. Uma primeira infância saudável. Ter realmente essa adaptação em escola, posto de saúde, em assistência, ter essa rede realmente empenhada em realizar o melhor possível para as nossas crianças hoje é muito gratificante, é ter a certeza de que a gente vai colher bons frutos futuramente”, finaliza.
Já está em finalização a elaboração do Plano Municipal da Primeira Infância que norteará as ações voltadas para esse público nas diversas áreas com duração de dez anos. O plano passará ainda por aprovação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Câmara Municipal.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio, Secom e Divulgação