Saúde: HMI orienta as gestantes sobre a lei do acompanhante na prática o parto humanizado
Acompanhantes já são realidade há algum tempo durante os partos e o Materno pretende ampliar esta forma de acolhimento.
A Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, mais conhecida como a Lei do Acompanhante, determina que os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. A lei determina que este acompanhante será indicado pela gestante, podendo ser o pai do bebê, o parceiro atual, a mãe, um (a) amigo (a), ou outra pessoa de sua escolha. A lei é válida para parto normal ou cesariana e a presença do (a) acompanhante (inclusive se este for adolescente) não pode ser impedida pelo hospital ou por qualquer membro da equipe de saúde, nem deve ser exigido que a pessoa que acompanha tenha participado de alguma formação ou grupo.
O atendimento humanizado durante o parto é uma prática cada vez mais perceptível no Hospital Municipal de Marabá. Nos leitos do hospital ouvimos os relatos das parturientes e dos acompanhantes que passaram pela experiência do parto humanizado e estão felizes da vida. É o caso da Raiane Cristina Lima que teve o parto no HMI nesta quarta-feira (16). Para a mamãe experiente, o parto da pequena Paola Emanuele vai ficar na memória porque foi diferente de todos os outros cinco partos por quais passou. A Paola Emanuelle veio ao mundo na presença da madrinha.“Foi melhor, doeu até menos. Foi bom demais minha comadre ter entrado, ela é a segunda mãe do neném. Tava lá me ajudando foi bom demais”.
Maria Cleonice Teixeira, não aguentava de felicidade. Para ela acompanhar a comadre no parto foi emocionante. “Eu nunca tinha visto antes, foi ótimo ter visto ela nascer e ter ajudado a mãezinha dela, pois ela segurava em mim, uma experiencia única”, enfatizou a dona de casa.
Quem também viveu a experiência de um parto humanizado garantido foi a Erica Campos. A jovem de 18 anos teve o primeiro filho na presença da mãe, dona Edvânia Campos que já tem outros netos, mas o nascimento do Noam certamente proporcionou uma sensação diferente.“Foi bom demais, quando me chamaram, nem acreditei. Fiquei muito feliz. É uma alegria muito grande estar c no momento que ela mais precisa, consolando, dando força. A gente tá ali, sabendo o que tá acontecendo”, destacou a avó do Noam.
Alciléia Tartaglia, diretora do HMI, explica que o parto humanizado tem sido introduzido aos poucos na maternidade, devido a estrutura do hospital que ainda não está adequada totalmente para o processo. No entanto, já é uma realidade desde o ano passado. “O parto humanizado é preconizado pela lei 11.108 de 2005 e aos poucos estamos avançando, atendendo os casos que nos são solicitado, porque ainda não temos estrutura suficiente para receber todos os acompanhantes, mas atendemos dentro do possível”, ressalta a diretora.
No HMI, os quartos ainda são divididos entre as parturientes, por isso, os acompanhantes costumam ser mulheres, para evitar constrangimento das gestantes em trabalho de parto.
Vanice Maria Silva, coordenadora de enfermagem, também explica que o processo é bom para todos, tanto para a parturiente quanto para o hospital, porque os acompanhantes acabam ajudando.“É feito um treinamento com eles. A gente sabe que o parto normal é um processo doloroso, então a gestante tem de ser acompanhada, orientada, tanto ela quanto o acompanhante. O acompanhante ajuda dando força, orientação quanto à respiração, incentivando a gestante a ter esse parto”, explica a enfermeira.
A fisioterapeuta Maiana Stringari, diz que o ideal é que a mulher que deseja ter o parto humanizado procure o posto de saúde ou hospital com antecedência para receber todas as orientações e uma preparação em relação ao processo.“A gente iniciou o trabalho há mais de um ano, atuando os exercícios para fazer com que essa paciente adapte na evolução e na posição melhor pra ela ganhar o seu bebê. Temos bola terapêutica, banho de água morna, banqueta de parto vertical. Quando a paciente tem uma pessoa do lado, que ela conhece o parto vai ser bem melhor”, enfatiza a fisioterapeuta.
O diretor técnico do HMI, o obstetra e ginecologista Fábio Costa, esclarece que o hospital faz cerca de 500 partos mensais, destes 70%normais e atende Marabá e outros 21 municípios da região. Ele pontua ainda que o hospital pretende garantir a presença do acompanhante inclusive no parto cirúrgico.
“Estamos começando a permitir, já há algum tempo, a presença de acompanhante no trabalho de parto que é muito importante justamente para dar uma segurança para mãe e também mostrar para a família que as equipes médicas e de enfermagem estão fazendo tudo que precisa ser feito para essa mãe ter um parto da melhor maneira possível”, declarou o diretor técnico.
Vale a pena ressaltar que o parto humanizado não é o mesmo que parto normal. No parto normal a paciente não passa por algumas etapas, além de não ter a opção de escolha sobre a posição, por exemplo. No parto humanizado, o obstetra apenas observa e a mãe tem a opção de escolher a posição mais confortável para dar luz ao seu bebê.
Texto: Leydiane Silva