Saúde: Pacientes recebem cuidado médico em casa com o Programa Estratégia Saúde da Família
O Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) segue funcionando, ininterruptamente em Marabá. Pra se ter uma ideia, só na Unidade Básica de Saúde Hiroshi Matsuda, na Folha 11, Nova Marabá, há três equipes do ESF, cada uma composta por um clínico geral, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e um Agente Comunitário de Saúde (ACS), conforme previsto no programa. Elas devem realizar, no mínimo, 28 visitas semanais, um total de 84, levando atendimento médico até a residência dos moradores.
Cada enfermeiro deve realizar pelo menos 12 visitas por semana, enquanto os médicos e técnicos, no mínimo oito cada um. “Vamos atrás de pacientes acamados, idosos, portadores de necessidades especiais e pessoas que tiveram filhos, dentre outras especificidades. Nosso trabalho é esse: visitar quem necessita e não pode ir até a unidade”, explica a enfermeira Adrielly Barbosa Pedroso.
Essas pessoas são escolhidas por meio dos ACS que visitam em média 10 casas por dia. “Temos um cadastro onde informamos a quantidade de pessoas na casa, renda mensal, quadro de saúde, se tem animais em domicílio, quantas crianças, se há hipertensos ou diabéticos. E fazemos uma relação dos acamados para levar o médico até lá. A gente conhece a área toda, então já levamos diretamente nas pessoas que precisam realmente”, destaca Júlia de Souza Carvalho, agente comunitária de saúde.
Além do cadastro residencial, há um individual de cada morador que constam as informações pessoais, histórico de doenças e a relação com álcool e outras drogas. Também é feito um acompanhamento especial dos hipertensos, diabéticos e pessoas com hanseníase. Júlia Carvalho explica que cada agente atende em média de 150 famílias, o que resulta em cerca de 500 pessoas. “Pesamos as crianças menores de cinco anos, acompanhamos gestantes, índice de pressão arterial (IPA), sobretudo em diabéticos”, relata.
Após a solicitação do ACS, o médico se dirige ao local, realiza os testes necessários e faz a avaliação clínica do paciente. O médico, Fernando Azevedo, frisa a importância de ações como essa do Departamento de Atenção Básica. “A atenção primária é uma medida que aproxima o profissional de saúde, a equipe e a população. Dessa forma podemos conhecer qual a realidade dos pacientes e tratar medidas mais direcionadas, para que ocorra uma melhora na questão de saúde e também na questão social”, pontua.
A aposentada Maria Nazaré Marinho, de 88 anos, é uma das beneficiadas pelo programa. “Já recebi o atendimento outras vezes. Essa visita ajuda a cuidar da saúde, traz alegria. Eles chegam e passam tudo direitinho. Lembram sempre da gente”, elogia.
A costureira Carmelina da Costa Pereira e o marido Paulo Luiz Pereira também recebem frequentemente a visita. “A ACS vem todo mês, mede a pressão da gente, avalia como estamos. É ótimo ser acompanhado pela pessoa da saúde. Hoje em dia é tudo tão difícil e ver um médico na porta da gente é muito especial”, comenta Carmelina. Seu Paulo promete seguir à risca as orientações. “Com certeza vamos seguir direitinho o que foi indicado”, disse.
O Programa conta atualmente com 20 equipes ESF e 20 EACS Estratégia de Agente Comunitário de Saúde (enfermeiro e ACS). São 321 ACS ativos em 23 unidades básicas. Para participar do programa, é preciso procurar a unidade de saúde do seu bairro ou a mais próxima de sua residência, para que seja feito o cadastro. e saber se existe cobertura pelos agentes comunitários de saúde, se tiver solicite uma visita do profissional para que seja feito um cadastro.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio dos Santos