Seagri: Projeto Põe no Balde ganha parceria de feirantes da Nova Marabá
O projeto Põe no Balde desenvolvido pela Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá (Seagri) e horticultores da Horta Comunitária dos Residenciais Tiradentes e Jardim do Éden está expandido a coleta de resíduos orgânicos (sobras de alimentos, frutas, legumes, casca de ovos, serragem, entre outros). Os novos colaboradores são os feirantes da Nova Marabá, Folha 28. Nessa parceria, baldes são distribuídos a eles para a separação do lixo orgânico. A própria Seagri, por enquanto, faz a coleta e encaminha os materiais para os pátios de compostagem. Nos referidos pátios passam por transformação em adubo, que além de ser utilizado na Horta Comunitária também é disponibilizado para venda externa.
De acordo com a Seagri, dentre as vantagens do adubo orgânico está o enriquecimento do solo. Isso aumenta a resistência das plantas às doenças, pragas e aos climas adversos, além de aumentar também a capacidade do solo em armazenar água. Além disso, os resultados podem ser vistos na qualidade dos alimentos produzidos.
Em 2022, o Pátio de Compostagem do Residencial Tiradentes produziu 33 toneladas de resíduo orgânico coletado, o que representa uma projeção de adubo de 13 toneladas, comenta Mateus Rocha, Engenheiro Ambiental da Seagri.
“Nós verificamos que sobra bastante alimentos dentro das feiras, na parte das hortaliças e principalmente das frutarias, que são os pontos estratégicos para que a gente possa fazer a coleta desses materiais e transformar isso em adubo orgânico. A Seagri atende as feiras municipais e atualmente vamos tentar associar as feiras com a coleta desse material orgânico”, informa o engenheiro.
O projeto trabalha os pilares da sustentabilidade e da promoção dos impactos socioambientais positivos à população. É financiado pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e o Fundo Socioambiental Caixa (FSA CAIXA). Assim sendo, no Tiradentes, os horticultores que coletam os resíduos orgânicos ao menos duas vezes por semana, avançaram também para a coleta de lixo inorgânico, ampliando as oportunidades para geração de renda das 30 famílias participantes do projeto no bairro.
“A reciclagem do papel, do papelão, da garrafa pet, da garrafa de vidro. Eles fazem a coleta e destinam pra uma cooperativa fazer a venda desse material, como uma fonte de renda. Esperamos que o projeto alcance ainda mais outros núcleos, estamos cada vez mais avançando. Do projeto seja ele nesse viés da parte socioambiental do município, ele tende a atender várias e várias demandas”, destaca o engenheiro.
Horticultores contam com a participação da comunidade para desenvolver compostagem
Há dois anos Clélia Moraes está engajada com os trabalhos dos horticultores do Residencial Tiradentes. Ela coordena o pátio de compostagem e pouco a pouco acompanha a chegada dos resultados, inclusive a participação da comunidade que segundo ela ainda pode melhorar.
“Acreditamos realmente no projeto. A gente conscientiza também. Quando levamos o baldinho falamos da importância, da coleta dos resíduos orgânicos, de coisas que iriam pro lixo. Pra incentivar a parceria toda semana a gente faz o sorteio de uma cesta de verduras, mas se a pessoa preferir leva o adubo também. Eu estou muito feliz com esse lindo projeto, mas gostaria que as pessoas participassem mais, porque ainda vemos muita sobra de alimento no lixo”, ressalta a coordenadora.
No pátio de compostagem, o quilo do adubo tem sido comercializado a 3,00, mas o valor é negociado de acordo com a demanda. Para Zileide Miranda, vice-presidente da Associação dos Horticultores do Tiradentes, o projeto tem mudado a vida de todos do local.
“Nossa preocupação não é só com os horticultores, mas com toda a comunidade do Tiradentes. Somos beneficiados tanto aqui dentro, como fora, porque vem gente de fora comprar aqui, quando a demanda é grande. Inclusive agora no inverno a gente quer melhorar mais com a parceria da Seagri. Estamos ativos e com toda esperança, com o sonho de crescer mais”, afirma Zileide.
Ao lado do Pátio de Compostagem está a Horta Comunitária, onde Lenir Silva cuida da plantação de cebolinha e cheiro verde. Ela trabalha há um ano na horta comunitária e relata como o projeto tem mudado sua vida.
“Isso aqui para mim é tudo. Até porque na minha idade não sou aposentada ainda, não tenho nenhum benefício do governo, então pra mim é tudo. É um grande projeto que a prefeitura fez aqui dentro do residencial. Para quem gosta de trabalhar e tem necessidade”, destaca a horticultora.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento