Seagri: Região do Tapirapé será nova rota do cacau
Há quatro anos um fruto vem ganhando espaço na produção agrícola em Marabá, sudeste do Pará. Produtores rurais de sete Projetos de Assentamentos (PA’s) decidiram participar de um audacioso e pioneiro projeto de plantação de cacau na região do Tapirapé-Aquiri, distante cerca de 240 quilômetros da sede do município.
Agricultores dos PA’s Volta Grande do Tapirapé, Serra Azul, Bandinha, Cupú, Maravilha, Cabanagem e Bandeirante recebem apoio técnico, insumos, máquinas e serviços da Secretaria Municipal de Agricultura que estão mudando a vocação agrícola da região e se transformando na nova rota do cacau no interior do estado.
A história do agricultor José Divino Corrêa mudou depois da chegada deste novo projeto. Nascido em Uruana no Goiás, ele chegou na região em 2012 e logo se agradou com a qualidade da terra para trabalhar. Inicialmente plantava melancia e banana e escoava toda a produção para o comércio local.
“Aqui era pastagem e fomos arrancando os tocos e meu primeiro desafio foi preparar a terra e aí fizemos na raça e na vontade porque as terras são boas e nós queríamos fazer o que estamos fazendo hoje, começamos a plantar melancia e banana”, disse.
Na safra da banana, somente na propriedade do seu Divino Corrêa, no PA Volta Grande do Tapirapé, ele comercializa uma média de 20 a 30 caixas por semana, o que pode chegar até a 120 caixas por mês, com média 70 a 100 unidades da fruta em cada. Já na safra da melancia, Com a melancia não é diferente, com ajuda dos dois, são colhidas uma média de 15 mil melancias com pesos que variam de 10 a 15 quilos.
Seu Divino está bastante otimista com a produção de cacau, em que, com ajuda da Secretaria de Agricultura (Seagri), ele vem trabalhando para iniciar a produção já no próximo ano. Em sua propriedade, ele plantou 4 mil pés de cacau com sementes doadas pela Seagri.
“Hoje nós temos irrigação que foi uma parceria da Seagri e o cacau estamos esperando a produção. Colocamos em prática uma técnica de formação de copa através da poda para fazer a linhagem de produção, onde as árvores se encontram para dar mais resistência para a produção do cacau”, acrescentou.
Atualmente, vivem no PA Volta Grande do Tapirapé cerca de 20 famílias de agricultores onde, segundo seu Divino, seis produtores já trabalham com a produção do cacau.
Partindo mais para dentro da região do Tapirapé, conhecemos o produtor Antônio Francisco Antonino, um baiano de 60 anos, dos quais 40 são dedicados ao Pará. Na região do PA Cupú, ele chegou em 2008, conheceu a terra e não parou mais de produzir. Há seis anos, o agricultor conheceu a cultura do cacau e se integrou ao projeto.
“Porque você sempre busca o melhor onde você acha o lugar mais agradável você fica. Começamos com a banana e também agora plantando cacau. Hoje só trabalhamos com o cacau, onde temos em torno de 9 mil pés de cacau plantados e produzindo cerca de 4 mil pés, onde colhemos cerca de 4 mil quilos de cacau por safra”, afirma.
Antônio Francisco Antonino
Seu Francisco conta que após a chegada das equipes da Seagri tudo mudou pois, segundo ele, além de levar conhecimento técnico trouxe a segurança da produção com instrumentos e sementes, mecanização e infraestrutura, facilitando o escoamento e proporcionando melhores condições para os agricultores.
“Antes não tínhamos incentivo e quando a Seagri chegou trouxe o incentivo, a motivação e também as orientações necessárias para iniciarmos os trabalhos, trouxeram também as mudas de açaí e cacau e hoje está bem melhor”, declara.
De acordo com a Seagri, entre os anos de 2019 a 2021, já foram distribuídas 600 mil mudas de cacau para todos os agricultores que demonstraram interesse em participar do projeto. Em 2019 foram 150 mil, no ano de 2020 200 mil mudas e nos primeiros sete meses de 2021 já foram entregues 250 mil mudas.
“A nossa meta é fechar o ano de 2021 com mais de 1 milhão de mudas de árvores frutíferas e florestais distribuídas aos agricultores. O projeto desenvolvido junto a eles, além das mudas levamos também a assistência técnica e o acompanhamento programado, máquinas e as melhorias das vicinais para o escoamento, com isso estamos transformando uma região na nova rota do cacau no Pará”, afirmou Marcos Paulo Eleris, Secretário Adjunto de Agricultura.
Texto e fotos: Victor Haôr