Seaspac: Ação na Escola Municipal Pedro Peres discute sobre abuso e exploração sexual infantil
Nesta quinta-feira (23), os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Peres se reuniram na quadra da escola para discutir sobre violência sexual. Promovida pela Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), a medida dá continuidade ao pacote de ações referente ao Dia Nacional do Combate ao Abuso e a Exploração Sexual Infantil, que ocorre em 18 de maio.
A titular da Seaspac, Nadjalúcia Oliveira, explica que o principal objetivo é incentivar os alunos e demais membros da comunidade a denunciar, além de promover a prevenção por meio do acesso à informação. “Buscamos sensibilizar a sociedade para essa problemática. Quem poderia proteger muitas vezes é o agressor. Com medidas como essa, a criança vai tomando mais conhecimento e tendo mais domínio do seu corpo, da sua fala, dos seus direitos e vai se auto protegendo”, pontuou.
A secretária Nadjalúcia acrescenta que a cada dia chegam novas denúncias no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS). Ela ressalta que todos os órgãos trabalham para uma escuta mais qualificada, afim de que uma pessoa ouça a criança e ela não tenha que repetir a história. “Cada um faz seu papel sem ter que ouvir a criança falar várias vezes sobre o trauma. Ninguém tem que ficar especulando a vida da criança. Por isso, dias como esse são tão gratificantes, empoderar as crianças e os adolescentes é fortalecer a sociedade”, completa.
Proximidade com as crianças
A conselheira tutelar Andreza Lobato utilizou figuras que fossem familiares às crianças, como emoticons e memes, para exemplificar as sensações delas e ajudá-las a identificar situações de abuso. “É muito importante passar essas informações às crianças e aos adolescentes. É tudo feito pensando nelas. Para que elas sejam informadas quais são seus direitos”, complementa.
Utilizando uma dinâmica interativa, as crianças não só ouviram a palestra, como foram convidadas a pegar o microfone e participar, abrindo um leque de discussões para outras situações cotidianas de abusos e violência como o bullying. O estudante Eliakim Gomes, de 11 anos, que está cursando a 8º série, foi um dos mais aplaudidos.
“Eu aprendi hoje que se alguém fizer algo errado comigo eu não posso me fechar. Tenho que me abrir, denunciar, falar para os professores. Se for caso de bullying, como o menino que tenta me bater na escola, tenho que denunciar e não guardar só para mim. Se você estiver sofrendo abuso sexual não fique com vergonha. Se alguém tiver passando por isso e tiver me ouvindo agora, por favor não fique calado, denuncie”, discorreu.
Como Agir?
Se você suspeita ou tem conhecimento de alguma criança ou adolescente que possa estar sofrendo de violência, denuncie. Isso pode ajudar meninos e meninas que estejam em situação de risco. As denúncias podem ser feitas, anônimas, a qualquer uma dessas instituições.
– CREAS – 3324-1090
– Conselhos Tutelares
– Disque 100
– Delegacia da Mulher
– Número 190
– Escolas (professores, orientadores ou diretores)
18 de maio
A data foi escolhida em virtude do “Caso Araceli”, onde uma menina de 8 anos foi brutalmente assassinada, após ter sido estuprada por cinco jovens em Vitória no Espirito Santo. O crime comoveu a sociedade brasileira na época, sendo instituído como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual, através da Lei Federal 9.970/00, sancionada em 17 de maio de 2000.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio dos Santos