Seaspac: Idosos recebem assistência adequada para o desenvolvimento de habilidades no Cipiar
O Centro Integrado da Pessoa Idosa Antônio Rodrigues (Cipiar) é uma casa de acolhimento e convivência mantida pela Prefeitura de Marabá que atualmente atende a 18 idosos na cidade. A instituição de longa permanência está localizada na Avenida Itacaiúnas, no bairro Belo Horizonte e atua na assistência a idosos que, por algum motivo, tiveram seus direitos violados. O local conta com estrutura que busca a prática e o desenvolvimento de habilidades com as pessoas assistidas.
Adriana Silveira, coordenadora do Cipiar, explica que o centro garante os direitos dos idosos. Tanto daqueles que muitas vezes foram abandonados ou perderam-se da família quanto dos que tiveram os direitos violados fisicamente, emocionalmente e principalmente financeiramente.
“Em muitos casos a própria família ou amigos são os violadores dos direitos desses idosos, não conseguem mais administrar os cuidados e os idosos começam a sofrer maus tratos. A nossa maior demanda é justamente essa”, informa.
Os idosos residentes no Cipiar chegam ao centro de três formas. Uma delas é por demanda do Centro de Referência da Assistência Social (Cras). A outra, por encaminhamento do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e ainda pelo Ministério Público. Nesses casos, cada situação é avaliada para então ser decidido se o idoso reúne as condições necessárias para ser residente do centro, já que o serviço não é voltado a demandas espontâneas.
“Tentamos trabalhar da forma mais humanizada possível. Aqui eles têm um lar, é a residência deles. Eles pertencem a uma família. Batemos muito nessa tecla para que seja criado um vínculo entre servidores e idosos, pra que eles se sintam parte de uma família. Tudo que os idosos precisam para viver bem, com qualidade eles têm aqui”, enfatiza a coordenadora.
Para cuidar dos idosos, mais de 50 funcionários trabalham no Cipiar diariamente. Alguns em regime de plantão. Eles estão distribuídos em serviço de limpeza, lavanderia e cozinha, mas também atuam os profissionais cuidadores, técnicos de enfermagem, enfermeira, assistente social, educador físico, pedagogo, psicólogo, assistente administrativo e voluntários.
Em algumas situações os idosos são reinseridos no seio familiar. Somente este ano aconteceram dois casos e a equipe do Cipiar vive a expectativa de desfechar outras duas histórias.
“Nosso objetivo é reinserir o idoso ao seio familiar desde que sejam garantidos seus direitos. Às vezes tem algum membro da família que se interessa em cuidar, mas quando não há possibilidades, é aqui que ele vai ficar. Nós fazemos busca ativa da família e quando ela não tem estrutura para cuidar, mas há interesse de ficar próxima, a outra alternativa é fazer a transferência de instituição para um local mais próximo possível da residência do familiar”, esclarece.
Nazaré Pereira da Silva, 66 anos, é um dos moradores mais novos do centro, chegou há 4 meses no Cipiar. Ele procurou ajuda da prefeitura por conta própria, depois de ficar sem condições financeiras para se manter. O ex-vendedor conta que ficou impossibilitado de trabalhar após um problema de saúde que deixou sequelas em uma das pernas. Sem poder dirigir para comercializar mercadorias, Nazaré conseguiu a aposentadoria, mas segundo ele não consegue receber o benefício por causa de dívidas com os bancos. Ele afirma ter sido vítima de golpe por parte do suposto sócio, que teria desaparecido com o dinheiro de um empréstimo feito para investimento em compra de mercadorias.
“Eu resolvi vir pra Marabá porque conheço muita gente e pensei que aqui eu acharia algum lugar para ficar. Morei aqui por mais de 30 anos. Eu vim de coração para o Cipiar porque não tenho dinheiro e nem lugar para ficar”, ressalta o idoso.
A história do goiano é parecida com tantas outras contadas por idosos que passam pelo o acolhimento institucional. Nazaré chegou a constituir família em Goiás, mas separou da mulher e dos dois filhos quando eles ainda eram pequenos e manteve-se afastado. Os únicos familiares com quem ainda mantém contato são uma irmã e o cunhado de Mato Grosso que também não têm condições de ajudá-lo financeiramente. No Cipiar, ele garante que encontrou o atendimento e acolhimento que necessita.
“Aqui é ótimo, não tem nada ruim. Todo mundo é bom. Tem refeições na hora, médico. Hoje mesmo conversei com a doutora”, disse o idoso.
O Centro Integrado da Pessoa Idosa tem capacidade para atender mais de 20 idosos. A estrutura recém preparada pela prefeitura é climatizada, conta com dormitórios femininos e masculinos, além de dois vestiários, seis banheiros, sendo dois adaptados para Pessoas com Deficiência (PcD) e dormitórios de cuidadores. A cozinha e o refeitório são amplos e o bloco administrativo possui uma recepção, sala para psicólogo e assistente social, sala de enfermagem e dois lavabos. Os idosos ainda têm sala de TV. A estrutura para montagem dos equipamentos da nova academia já está sendo preparada para garantir práticas de exercícios saudáveis aos idosos.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Secom
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