Seaspac: Seminário debate combate ao abuso e exploração contra criança e adolescente
Nesta quinta-feira, 19, teve início o I Seminário Municipal de Combate ao Abuso e Exploração contra a Criança e ao Adolescente, no auditório da Câmara Municipal da cidade. O seminário organizado pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) tem uma programação que conta com a participação de profissionais da área da saúde, assistência social, educação e órgãos públicos diretamente ligados ao tema.
De acordo com a titular da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), Nadjalúcia Oliveira, apesar dos números de casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes terem aparentemente diminuído durante o período mais intenso da pandemia, em 2022 os casos dispararam. Diante desse cenário, é importante debater esse assunto de maneira ampla, com vários setores da sociedade.
“É importante colocar que esse movimento já acontece há vinte anos em Marabá, porém a sociedade é muito dinâmica. É necessário que você esteja sensibilizando a comunidade sobre o que é a proteção de crianças e adolescentes. Então o 18 de maio é uma data simbólica nacionalmente por uma lei que faz com que mobilize o Brasil inteiro para esta causa”, ressalta a secretária.
Na programação do seminário, que dura dois dias, há debates e palestras sobre o atendimento às crianças e adolescentes em situação de violência sexual e questões jurídicas, por exemplo.
Além disso, também busca-se fortalecer a rede de proteção às vítimas e de enfrentamento aos abusos e exploração, a fim de alinhar ideias e ações nas diferentes esferas de atuação do poder público.
O seminário ocorre em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, no dia 18. No dia 17, ocorreu uma caminhada com distribuição de cartazes a respeito do tema, no núcleo São Félix. A caminhada também aconteceu na Marabá Pioneira, na quarta-feira, 18.
A presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Kellen Servilha, ressalta a importância de se divulgar os canais de denúncia.
“Nós estamos divulgando, no site da prefeitura de Marabá, os telefones dos conselhos tutelares, o disque 100, os números para denúncia. Encaminhamos também este material para as escolas do município e do estado, unidades de saúde rural e urbana para que a sociedade se conscientize da importância de debatermos essa questão; de enfrentarmos juntos esse desafio”, destaca a presidente do CMDCA. “Não podemos banalizar a violência. Nós temos que enfrentá-la e nós temos que enfrenta-la prevenindo esse tipo de violência e que infelizmente ocorre principalmente contra as crianças pequenas dentro de suas casas e com pessoas próximas”, reitera.
Entre as principais formas de prevenir casos de abuso está o diálogo com essas crianças e adolescentes, empatia para compreender o que estão sentindo e uma comunicação eficaz com e eles sobre o que querem, o que os está incomodando.
Para a promotora de justiça da infância e juventude Jane Cleide Silva, é importante Marabá ter esse espaço para debater um assunto de grande relevância.
“A gente espera que a partir desse evento nós tenhamos outros eventos nos anos subsequentes porque é um espaço de diálogo da rede de proteção de Marabá na defesa da criança e do adolescente com a sociedade onde a gente pode alinhar ideias, trocar ideias, construir estratégias de atuação no combate”, observa a promotora.
De acordo com a delegada Ana Carolina Carneiro, a maior parte dos casos de abuso sexual de crianças e adolescentes que ela acompanha em seu trabalho, ocorre no ambiente familiar.
Para a delegada, o dia 18 de maio representa uma luta diária de combate também nas áreas da educação, saúde e demais órgãos de proteção da criança e do adolescente. Ela acredita no poder da informação para o combate ao abuso.
“A principal forma de prevenir o abuso e exploração sexual é educação sexual das nossas crianças e adolescentes. E educação sexual para a criança, é diferente de sexualidade. Educação sexual é ensinar as nossas crianças a não permitirem que ninguém faça mal para elas. Vamos ensinar a criança a nomear os órgãos genitais, a não permitir que ninguém toque, a saber diferenciar um toque, uma carícia, de um abuso, um toque indevido; que não existe segredo entre os familiares, entre a mamãe e a criança; a pedir socorro, a falar se algo estiver incomodando. A principal arma no combate ao abuso e exploração sexual é a informação”, pontua a delegada.
Serviço
Para denunciar abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes basta acionar o Conselho Tutelar, Delegacias especializadas ou comuns, Disque Denúncias local ou federal, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal.
Telefones: Disque Direitos – 100
Em caso de emergência – 190
Conselho Tutelar Nova Marabá – 3321-9189 / 988031744
Localizado na Folha 31, Quadra 2
Conselho Tutelar Cidade Nova – 3324-3450 / 992631415
Localizado na Avenida Castelo Branco, nº1639
CREAS – 988032216
Localizado na Rua Sol Poente, nº2348, Cidade Nova
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio