Secult: Idosos da Casa de Acolhimento vivem dia de música, poesia e emoção
“Aqui eu sinto só alegria é muito bom mesmo. Hoje acordei mais alegre e quando eles chegam aqui nossa alegria aumenta. Para mim viver aqui é bom e com eles é melhor ainda”.
Estas palavras foram ditas pelo senhor Antônio Valdeir de Souza de 65 anos. Ele é um dos idosos atendidos na Casa de Acolhimento do Idoso administrado pela Secretaria de Assistência, Proteção Social e Assuntos Comunitários da Prefeitura de Marabá. Toda essa alegria de seu Antônio se refere ao dia de visita da equipe de professores, músicos e poetas da Biblioteca Municipal Orlando Lobo.
Durante o encontro com os idosos, houve contação de histórias, declamações de poesias, brincadeiras de adivinhação, apresentação musical com o Mestre Zequinha, e claro, sorrisos, muitos sorrisos. Mais um dia para ficar guardado na memória de quem participou.
A manhã foi recheada com muitas histórias. Seu Manoel da Conceição de 70 anos, fez uma declamação de poesia, bem ao estilo dele, lembrando dos tempos de mocidade na região em que vivia com os pais.
“Hoje saímos da rotina e isso é bom. Aqui eu me sinto bem, estou me sentindo bem mesmo. Na vida aprendi muitas coisas, uma delas foi poesia. Quando eu era mais jovem eu lia muito, hoje minha vista não ajuda, mas se eu ficar melhor, ainda vou ler muito”, relata, emocionado, seu Manoel.
Ainda mais emocionado estava o seu José de Sousa de 77 anos. Ele não conseguiu segurar as lágrimas e chorou ao lembrar dos momentos vividos até então. Ele conta que recentemente teve dengue, foi bem cuidado na casa de acolhimento, mas relembrou de quando vivia junto à família.
Para a coordenadora da biblioteca municipal Orlando Lobo, professora Evilângela Lima, este é o sentido de vir e trazer alegria para os mais de 20 acolhidos que moram no local.
“O objetivo desse momento é interagirmos com eles, é reviver as memórias boas, produzir sensações agradáveis para que eles possam se sentir parte da sociedade e não se sintam excluídos, isolados. A intenção é melhorar a autoestima deles, é ajuda-los nessa inclusão e nos ajudar também porque nós vivemos momentos únicos com eles, assim vamos criando um ato de afeto com todos”, relata a professora.
A professora Eliane Machado da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), também participou do encontro. Para ela esse contato com os idosos produz uma reflexão em que todos nós envelhecemos e precisaremos de outras pessoas que possam ter esse cuidado conosco.
“Eles fazem que nós possamos refletir que também vamos envelhecer e nos faz pensar naquelas pessoas que dependem de nós. E como é importante tratar essas pessoas com maior carinho e afeto e que possamos dar uma melhor qualidade de vida para eles. A música e a poesia não têm idade, e para eles é um momento de satisfação faz lembrar de outros momentos da vida que se divertiram e isso é muito bom”, destacou Eliane Machado.
Segundo Evilângela Lima, a previsão é que os encontros sejam mensais, além de outras atividades como oficinas de trabalho manual.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio Santos