SEMED E IFPA OFERECEM ESPECIALIZAÇÃO PARA PROFESSORES DO CAMPO
Iniciou nesta terça-feira, dia 3, o curso de Especialização em Educação do Campo, Agricultura Familiar e Currículo, que está sendo realizado nas dependências da UAB (Universidade Aberta do Brasil), numa parceria entre a SEMED (Secretaria Municipal de Educação) e IFPA (Instituto Federal do Pará) Campus Rural de Marabá.
A aula inaugural foi ministrada pelo diretor geral do IFPA Rural, Marcos Leite, com a participação da diretora do Departamento de Ensino do Campo da SEMED, Lorena Bogea, que falaram aos 40 alunos sobre a importância de oferecer a primeira turma de pós-graduação gratuita oferecida para educadores que atuam em escolas da zona rural do município.
A professora Rosemeri Scalabrini, do IFPA, que está ministrando a disciplina Educação do Campo, explica que a referida pós-graduação pretende discutir, durante um ano, três grandes eixos: o que é a educação do campo, por que discutir sempre a agricultura familiar. “Trabalhando no campo, os professores precisam aprender, minimamente, como funciona o sistema de produção familiar para aproximar a escola da realidade do sujeito (aluno) e interrelacionar com o conhecimento que se quer ensinar”, explica.
A professora ressalta que uma pesquisa nacional apontou que 76% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros são oriundos da agricultura familiar, o que precisa ser bastante valorizado. “Precisamos construir um projeto educacional que contemple as necessidades e especificidades do campo”, diz.
O terceiro eixo é o do currículo. Os professores da pós-graduação estão discutindo com os educadores da rede municipal qual é o currículo que serve para a escola do campo e como construí-lo. “Diferente das escolas urbanas, as do campo precisam ter um currículo em que os educadores devem partir da realidade dos alunos como objeto de estudo”.
O curso de especialização tem carga horária de 420 horas e será ministrado de forma intensiva agora em julho de 2018, janeiro e julho de 2019, sendo que 25% das atividades pedagógicas serão desenvolvidas no chamado “tempo-comunidade”, quando os professores-alunos voltam às suas escolas buscando ressignificar suas ações docentes e fazendo pesquisa sobre o processo produtivo do campo.
Ao final das disciplinas, em julho do ano que vem, os professores-alunos terão seis meses para apresentar um artigo a partir de uma pesquisa que deverão fazer em suas comunidades.
Lorena Bogea observa que o Ensino do Campo da SEMED trabalha com uma formação humanizadora dos educandos, na perspectiva de que os sujeitos se tornem autônomos e capazes de interferir em sua própria realidade para transformá-la, mas de forma consciente e cidadã.
Nesse sentido, a diretoria buscou parceria com o IFPA, por meio de convênio, para oferecer o curso de Especialização em Educação do Campo junto às formações continuadas. O objetivo é subsidiar o trabalho dos professores do Campo, para desenvolverem um modelo de educação que acolha os sujeitos, seus conhecimentos empíricos, sua cultura, suas crenças e reconheça sua identidade, fortalecendo seus vínculos com a terra. “Para nós que atuamos com educação do campo, o curso vem contribuir muito com nosso aprendizado, auxiliando no processo de ensino e suporte às escolas do campo”, comemora Lorena.