Semed: Retorno das aulas presenciais nas escolas da zona rural acontecem com segurança
Na Escola Municipal Irmã Adelaide Molinari, há 35 quilômetros de Marabá, na Vila Sororó, a volta às aulas está acontecendo de forma segura para todos. Na entrada um painel com desejos de boas-vindas e outro com explicações sobre os cuidados com o coronavírus, alimentado pelos próprios alunos, são destaques. Por lá estão matriculadas 478 crianças do 1º ao 5º ano, e a escola foi preparada para receber a todos de forma escalonada, com apenas 50% dos estudantes em dias alternados.
O professor Antônio José Neves, gestor da escola, faz questão de acompanhar a rotina dos alunos e junto com a equipe cuida de cada detalhe para garantir a segurança do retorno das atividades.
“É um desafio! Estávamos ansiosos, todo mundo querendo voltar, só não sabíamos como. E quando veio foi picado. Um pedaço hoje, outro pedaço amanhã. Ainda vem com medo, porque tem pai que ainda tem medo de não ser seguro esse regresso. Os protocolos estão sendo seguidos, estamos ensinando às crianças. Aqui na comunidade alguns nem utilizavam os protocolos, zona rural, mas com o retorno às aulas a gente percebe que eles vão se habituando com os protocolos”, comenta o gestor.
As normas são as mesmas para todas as escolas do município, no ambiente conta com pias instaladas na entrada para a higienização das mãos, tótem para álcool em gel (o de lá é artesanal, confeccionado de madeira pelo próprio gestor), avisos por toda a escola, sinalização no chão e nos bancos do refeitório. O uso de máscara é obrigatório, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) entregou duas máscaras para cada aluno. A merenda escolar é outra questão resolvida por lá. Com depósito abastecido, a alimentação é servida aos alunos de acordo com o cardápio desenvolvido pelas nutricionistas da Semed, e por grupos de cada vez.
Trabalhando há sete anos na escola, a professora Frediani Ribeiro, responsável por duas turmas do 4º ano, falou da experiência da sala de aula nesse retorno. Ela conta que ter mantido o contato com os pais durante todo o tempo de isolamento social tem refletido positivamente nessa nova fase da educação com grande participação dos alunos. Também revela que os diagnósticos feitos anteriormente serviram para organizar os trabalhos no escalonamento.
“Fazíamos diagnósticos com as crianças, chamávamos de 3 em 3 meses, pra saber como elas estavam, mesmo em casa, respondendo longe da escola. Por meio desse diagnóstico a gente pode fazer uma classificação de nível de aprendizagem das crianças, e pudemos fazer as escalas. Assim acho que está rendendo, a maioria tá voltando pra escola, acho que está produtivo” explica a professora sobre as estratégias.
professora Frediani Ribeiro
Na outra ponta, os alunos descrevem a alegria e satisfação de voltar ao espaço escolar, como as pequenas Lidia de Souza, 9 anos, e Crislane Santana, 11 anos. “Em casa tava bom, mas na escola é melhor. Tem dever. Aqui tem de usar máscara, álcool em gel, ficar um metro dos amigos” comenta Lídia, aluna do 4º ano.
“A escola é muito boa, pode brincar, ver os colegas, em cada tava bom, mas eu estava fora da escola. Quando soube que as aulas ia voltar fiquei alegre. Quando chega no portão tem de usar máscara, passar álcool em gel. Na sala de aula tem de ficar separado dos colegas, não pode abraçar”, ressalta Crislane, aluna do 5º ano.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio