Semel: As pistas de caminhada e academias ao ar livre contribuindo para uma vida mais saudável
Dicas e orientações de profissionais para sair do sedentarismo ou aprimorar os exercícios físicos
Os cuidados com a saúde do corpo estão cada vez mais perceptíveis na vida dos marabaenses, basta observar os locais públicos construídos ou propícios à atividades físicas para comprovar o aumento de adeptos a um rotina com mais qualidade de vida pondo fim ao sedentarismo.
Em Marabá, o espaço Rotary de Lazer, na Folha 29, Paulo Marabá, na Velha Marabá, e espaço Aeroporto de Lazer, na Cidade Nova, são pontos certos pra quem quer praticar exercícios físicos com segurança. Mas a cidade conta ainda com a Orla de Marabá, academias ao ar livre, distribuídas pelas praças, e quadras esportivas públicas, a exemplo do complexo de quadras na Folha 23 e no bairro Santa Rosa.
Mas como aproveitar esses espaços públicos para a prática de exercícios físicos de forma benéfica à saúde do corpo? Felipe Lyncoln dos Santos, personal trainer e professor de Educação Física esclarece que são necessárias seguir algumas recomendações básicas e dar dicas aos praticantes.
“Quando a pessoa é totalmente sedentária, ela vai começar caminhando, então ela pode pré-determinar um tempo de caminhada, num ritmo um pouquinho mais forte. Um minuto mais forte, um minuto mais fraco. Dois minutos mais fortes, dois minutos mais fraco e, assim, ela vai evoluindo para a corrida e sucessivamente. No tempo de no mínimo 30 minutos. E as academias ao ar livre vêm pra somar, não ficar numa atividade só”, observa o educador físico.
Felipe explica que é importante ter um acompanhamento profissional, mas para quem não tem essa possibilidade, o ideal é praticar os exercícios de forma moderada para que o efeito não seja contrário ao bem estar. “Se você começa correndo, pode sentir dores nos pés, no joelho, no quadril, e isso se torna perigoso, assim você quer sair do sedentarismo e vai acabar voltando. É bom começar devagar. Quem puder deve monitorar a frequência cardíaca. Quando ela subir diminui o pique, quando baixar aumenta de novo” indica.
Os praticantes também devem estar atentos ao escolher roupas e calçados para a prática das atividades. “A gente sabe que a questão financeira às vezes limita, mas é importante você ter uma roupa confortável, um tênis confortável, até pela alta temperatura da nossa cidade. O chinelo não é recomendável porque dependendo do quanto a pessoa vai caminhar ela pode machucar, incomodar, sentir dores nos pés”, observa.
Para evitar a desidratação, a dica é levar a garrafinha com água. “Hidrate bem! Não fique com sede. Beber pouco durante o exercício e deixar pra tomar de forma mais efetiva depois do exercício” orienta.
Outra recomendação do profissional é evitar uso de certos adereços como plásticos na cintura. “Nada de sacolas, as quais as pessoas dizem que vai suar mais, vai melhorar. Elas aumentam a temperatura corporal e a pessoa pode desmaiar. Só use mesmo a roupa leve”, reforça.
Benefícios da caminhada
Os benefícios da caminhada são inúmeros para todas as idades, sobretudo durante a pandemia. “O primeiro beneficio já é a questão do ar livre, o fato de você estar se exercitando ao ar livre evita aglomeração e diminui muito a possibilidade de contaminação nesse momento que estamos vivendo. No caso das pistas, é um bom incentivo para a população. Diminui a taxa de obesidade, o número de sedentários. A taxa de morte de pessoas sedentárias e com comorbidades é muito alta ainda no país. Então, a simples prática de vir fazer caminhada ou a corrida já é uma atitude muito boa porque pode diminuir em até 60% as chances de morte por problemas cardíacos, por exemplo,” alerta.
Alimentação e exercício físicos
A atividade física e uma boa dieta alimentar caminham juntas, observa a nutricionista Joicy Martins. Baseada no guia alimentar para a população brasileira de 2014, ela dá dicas de como fazer uma alimentação adequada para manutenção da performance. O cardápio do dia a dia inclui alimentos naturais ou in natura, como frutas, verdura, legumes, cereais, um cardápio colorido e balanceado. “Pra gente desempenhar a caminhada, a corrida precisa de energia. Então precisamos compor alguns nutrientes, como os carboidratos, proteínas, lipídeos e os micronutrientes que são as vitaminas e minerais”, informa.
A recomendação da nutricionista é se alimentar antes e depois dos exercícios. “Se você vai fazer uma atividade física precisa de energia, então precisa consumir uma fonte de energia, carboidrato. Uma fruta aveia, suco. Logo após também precisa de uma alimentação adequada, carboidrato que vai repor aquela energia e uma fonte proteica para manutenção da massa magra e reduzir os danos, porque após os exercícios a gente pode ter uma queda de imunidade, se não se alimentar bem”, alerta a profissional.
Joicy alerta sobre a alimentação para cada horário de exercício. “O ideal é não fazer o exercício em jejum. Se acordar muito cedo tem de ter alguma estratégia para fazer a alimentação. Pode ser um mingau de aveia, um pão, sanduíche, algo que consiga tolerar. Você pode sentir fraqueza, náusea, não é indicado. Mas o importante é que a gente consiga conhecer o nosso corpo, porque também não é indicado fazer o consumo muito grande de alimento antes de fazer atividade física porque pode ficar com estomago muito cheio e não conseguir desempenhar”, esclarece.
Em relação aos intervalos da alimentação, a nutricionista lembra a importância das três principais refeições do dia que são o café da manhã, almoço e o jantar, no entanto, salienta que os intervalos são individualizados. “Não é regra se alimentar de três em três horas porque cada organismo se comporta de forma diferenciada. Então que as principais refeições contenham proteínas: ovo, frango, carne. Que contenham leguminosas, verduras, frutas. Se puder aumentar o consumo de frutas é muito melhor. A questão do horário varia de pessoa pra pessoa, basta conhecer sua rotina, fazer um plano pra ir ao supermercado sabendo o que comprar, fazer estratégias”, pondera.
Praticantes de atividades físicas
Com 66 anos, a aposentada Maria Gonçalves não abre mão dos exercícios físicos nos espaços públicos da cidade. “Não sinto mais dor, minhas pernas não doem mais, melhorou a pressão, me sinto bem caminhando” afirmou a idosa, que pratica atividades físicas regulares há 8 anos.
Júlio Cavalcante, 49 anos, saiu do sedentarismo há 2 anos e agora procura manter uma alimentação saudável. O corpo já acostumou com a caminhada feita no espaço aeroporto de lazer, uma média de duas horas por dia. “Aqui é muito seguro, muito bom! A gente pode ficar até mais tarde. Muito policiamento, muito tranquilo. Busquei a prática por questão de saúde, da minha idade pra frente a gente tem de procurar ter uma vida melhor”, disse o recepcionista.
Odete Sousa, 71 anos, já é uma atleta. Ela montou a própria rotina de treino. São duas voltas caminhando e uma de corrida tudo para manter a saúde. “Já vai fazer dois anos e meio que estou caminhando por aqui. Eu só vivia doente, agora nunca mais senti nada”, comenta.
Diniz Bino, 60 anos, representante comercial, aproveita os momentos de pausa nas viagens para praticar a caminhada e buscar qualidade de vida. Ele utiliza a pista da Folha 29. “Eu só caminho, faço umas seis voltas, levo cerca de uma hora. O médico recomendou por causa da glicemia e tem dado resultados”, enfatizou.
Carla Beatriz Lima, 20 anos, voltou para a cidade recentemente e já retornou às atividades na Nova Marabá. “O ambiente é mais arejado, não é tão pequeno, o solo não é tão íngreme então fica melhor pra correr”, destaca a estudante.
Maria Nilda Ferreira, 51 anos, mantém a rotina da caminhada, de segunda a sexta-feira. “Faço uns 200 metros de corrida e paro. A iniciativa foi minha e agora trouxe a minha mãe que tem 75 anos. Mantemos alimentação saudável. A noite fazemos um lanche, mingau, fruta”, declarou a professora.
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Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento