SEMEL: Projeto Esporte é Vida estimula práticas esportivas em crianças e adolescentes
A pequena Heloísa Augusta, de apenas 6 anos, começou a praticar Karatê no Ginásio Renato Veloso, na Folha 16, há algumas semanas. Influenciada pela família, em especial a mãe, a operadora de caixa Benedita Fonseca, Heloísa começou a praticar a arte marcial por meio do projeto Esporte é Vida da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Marabá (Semel).
“Meu irmão já lutava karatê e minha mãe me mostrou as fotos dela praticando, hoje eu estou aqui. Praticar o karatê me ajuda a ocupar o tempo e a aprender a autodefesa”, ressalta.
Dona Benedita Fonseca, mãe da Heloísa, começou a praticar karatê já adulta e alcançou a faixa marrom. Ela relata que o próprio professor da época disse que ela não passaria três meses, no entanto passou quase 14 anos na arte marcial. Hoje, incentiva a filha a seguir na prática.
“Ela queria praticar um esporte e a preferência era o karatê. É um esporte bom, ele educa. A Heloísa já mudou muito, ela chega em casa e faz ginástica. Eu quero que ela continue e siga nesse caminho. É bom ver esse desenvolvimento dela”, pontua.
Além do karatê, que hoje conta com 45 alunos nos turnos da manhã e tarde, o projeto Esporte é Vida disponibiliza aulas de futebol (campo e salão), voleibol e handebol para crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos devidamente matriculadas na escola e com regularidade nas notas escolares.
Um desses adolescentes é Samuel Tavares de 14 anos que estuda o 7º ano na Escola Municipal João Anastácio Queiroz, na Folha 16. “Eu conheci o projeto por meio de um amigo que trazia o meu irmão e fiquei com curiosidade para participar. Aí vim, trouxe meus documentos e me matriculei. É um esporte muito legal. A gente aprende a acertar a bola. Tem horas que a gente erra mas vamos aprendendo. É bom competir com outro time, ganhar troféu, medalha. Eu quero ser o melhor jogador do mundo”, ressalta o estudante.
A professora de voleibol Franciele Müller, que atua no Esporte é Vida, ressalta que os alunos são muito dedicados e interessados na prática da atividade e que o esporte tem papel importante no desenvolvimento deles.
“É de fundamental importância para eles. É um momento de lazer onde eles aprendem a ter disciplina, coleguismo e eu acredito que ajuda bastante a eles não estarem na rua. Eu acredito que acrescente muito não apenas no desenvolvimento físico mas também no desenvolvimento pessoal”, observa.
Professora de voleibol Franciele Müller 
Uma preocupação pertinente aos objetivos do projeto é fazer do esporte uma complementação das atividades escolares por acontecer no turno em que a criança e o adolescente não esteja estudando. Além disso, o desempenho da criança na escola também é acompanhado para saber se está frequentando regularmente e se tem boas notas.
De acordo com o titular da SEMEL, Tiago Miranda, há o desejo da secretaria em descentralizar as atividades esportivas, direcionando-as para outras partes da cidade por meio dos Centros de Referência de Assistência Social com o envio de profissionais da SEMEL. “Estamos levando o futebol para a comunidade por meio dos CRAS como da Folha 13, Bela Vista e conversando com a coordenação dos CRAS Morada Nova e Amapá para tentar ampliar”, ressalta o secretário.
Para Tiago Miranda, a prática esportiva é fundamental para a formação das crianças bem como, além de ser uma ponte da gestão municipal com a comunidade.
“O esporte pode trazer algo que é vital, que é a melhora na saúde, tanto para crianças quanto para pessoas da terceira idade. O esporte é mais do que uma ferramenta profissionalizante, é uma ferramenta para formar cidadãos, formar caráter. É importante a gente ter essa proximidade com a criança e influenciá-la em bons hábitos. E o Esporte é Vida é uma tentativa de aproximar a SEMEL e a prefeitura da população e criar um vínculo bom”, pontua.
A coordenadora do CRAS Bela Vista, Vanessa Camelo, destaca a importância da parceria do centro com a SEMEL na disponibilização das aulas de futebol para as crianças dos bairros Bela Vista e Jardim União no núcleo Cidade Nova. Ela relata que a retomada da atividade em conjunto com os espaços de convivência e fortalecimento de vínculos e tem dado resultados positivos, principalmente no período de pandemia onde as crianças ficaram ociosas.
“A procura pelo esporte tem aumentado bastante, os meninos estão aprendendo o esporte da forma adequada. Para a nossa comunidade foi um grande ganho. A prática do esporte trabalha disciplina, concentração, o bem da saúde. Então alguns procuravam a rua, outros estavam ficando deprimidos. O esporte veio trazer para eles uma direção”, pondera a coordenadora.
Coordenadora do CRAS Bela Vista, Vanessa Camelo 
No CRAS Bela Vista, a faixa etária dos meninos que jogam futebol gira em torno dos 11 aos 17 anos. A própria equipe do centro fez a busca ativa das criança e realizou os cadastros por meio da demanda da comunidade.
De acordo com a professora de futebol Gabriela Guedes, as crianças sempre são orientadas a manter a organização nos horários das atividades ajudando a melhorar a disciplina deles. Para ela é satisfatório trabalhar e conhecer cada criança e ajudar a encaminhá-la para algo bom.
“O nosso trabalho aqui no CRAS é reintegrar essas crianças à prática de esporte para que seja algo rotineiro, conheçam as regras, aprendam que é pra saúde, para a convivência com outras crianças. Os meninos estão evoluindo muito, criando consciência de movimentação, de toque, passe de bola e todos os fundamentos aplicados”, pontua a professora.
Professora de futebol, Gabriela Guedes 
Serviço: Para as crianças e adolescentes participarem das modalidades esportivas, precisam estar matriculadas na escola e com frequência às aulas e os seguintes documentos: xérox do RG ou certidão de nascimento, RG dos pais ou responsáveis, foto 3×4, comprovante de residência e declaração de matrícula, além do boletim escolar. As inscrições estão abertas e podem ser feitas junto à sede da SEMEL no ginásio Renato Veloso, localizado na Folha 16, e nos CRAS que dispõem de aulas de futebol.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sérgio Barros
