Setembro Azul: CAES e CIL realizam ação de conscientização na Marabá Pioneira
Nesta sexta-feira, 22, equipes do Centro de Atendimento Especializado na Área da Surdez (CAES) e da Central de Interpretação de Libras (CIL) realizaram uma ação alusiva ao Setembro Azul, campanha que visa conscientizar a respeito da inclusão social das pessoas surdas. A ação foi realizada em frente à feira da Marabá Pioneira e contou com panfletagem e teatro.
A panfletagem teve como objetivo apresentar os dois centros com informações sobre funcionamento do CAES e CIL, serviços disponíveis e público-alvo, além de ter o alfabeto na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
“O intuito dessa ação é divulgar o nosso trabalho pedagógico e de suporte aos nossos alunos surdos e surdos oralizados. Muitos ainda não conhecem esse trabalho. O CAES hoje é portas abertas, quem quiser conhecer, fica na Folha 26. É importante que as pessoas possam ir até lá e conhecer de perto esse trabalho e ver como funciona”, explica a Coordenadora do CAES, Michelly Matoso.
O professor do CAES, Diego Fiuza, é surdo e participou da ação. Para o docente, são imprescindíveis esses momentos em que a comunidade pode conhecer os serviços disponíveis às pessoas surdas e se sensibilizarem com a pauta da inclusão.
“É muito importante essa divulgação porque muitas vezes as pessoas não sabem o que é Libras, não entendem. Então, as pessoas veem, começam a ler e ter essa informação mais precisa sobre Libras e ficam admiradas. Isso traz a importância e também o desejo, quem sabe, de aprender Libras. É importante esse incentivo”, ressalta.
A peça de teatro apresentada retratou como eram as salas de aula no período em que não havia qualquer tipo de suporte aos alunos surdos. Sendo assim, buscou conscientizar sobre a inclusão de pessoas surdas nos diversos âmbitos da sociedade.
A agente de crédito Elizabett Ximenes passava pelo local quando parou para acompanhar a programação. Ela tem um sobrinho que é surdo e acredita que ações como essa são necessárias para capturar a atenção de pessoas que, por vezes, não estão atentas a esse assunto.
“Eu estava passando e vi, gostei muito porque eu também tenho um sobrinho surdo e me interessei. Parei para dar uma olhada, filmar e mostrar para a minha família para que ela possa também estar com interesse nessa área. Tenho interesse em aprofundar para ajudar até mesmo a minha família. A gente não tem muito diálogo com ele. Então, vejo que é uma dificuldade muito grande ainda na minha família. Eu acho muito importante essa ação porque ajuda outras pessoas e interessa outras pessoas também a vir, se interessar, ir no CAES e perguntar. Às vezes tem uma família que tem uma pessoa surda”, comenta.
Para a coordenadora da CIL, Alzira Pinto, fazer com que a sociedade tenha conhecimento da existência da central é importante pois o serviço é essencial para ajudar pessoas surdas a terem acesso a diversos espaços que não tenham acessibilidade.
“Se a pessoa surda precisar ir ao hospital, numa consulta médica, faz uma solicitação de um intérprete de Libras e o intérprete vai até o local para fazer essa intermediação na comunicação. Então, a partir desse momento o surdo vai começar a ter informações porque a língua dele é Libras. A Libras tem a sua estrutura própria e para o surdo, muitas vezes, é difícil compreender a língua portuguesa. É nesse momento que a Central de Interpretação de Libras entra com o seu trabalho”, afirma.
A programação do Setembro Azul segue com passeata na próxima terça-feira, 26, da Defensoria Pública até a Câmara de Vereadores. Na quarta e na quinta-feira serão realizadas atividades em escolas da rede municipal que possuem alunos surdos. A campanha finaliza no dia 29 com panfletagem, também no núcleo Cidade Nova.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Karoline Bezerra