SURDOS SEGUEM CONQUISTANDO ESPAÇO NA SOCIEDADE E RECEBEM O INCENTIVO DA PREFEITURA DE MARABÁ
Os alunos do Centro de Atendimento Especializado para Surdos em Marabá, o (Caes) tiveram uma tarde diferente nesta terça-feira (24). Eles comemoraram o Dia Nacional da Libras com várias palestras, na presença de familiares. A programação iniciou às 14h30 numa sala da Escola Jonathas Athias, na folha16, onde o centro vem funcionando desde 2017. Tiveram palestras em Libras e apresentação de vídeos sobre temas como, “Não a drogas”, ministrada pela psicóloga da Semed, Josilene Teixera Santos e em seguida sobre a Lei de Libras no Brasil, proferida pela Doutora Lucélia Cardoso, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.
A doutora Lucélia Cardoso destaca que dentre os diversos desafios na área da educação para surdos está a precariedade na formação inicial de professores. De acordo com ela, as universidades precisam transformar os currículos de todas as licenciaturas contemplando a educação bilíngue.
“Os professores precisam ter um conhecimento básico. Um dos desafios que a gente tem hoje, é que a Prefeitura através de seu sistema municipal de ensino, com a criação do Caes, com a criação da Central de intérprete de Libras tem propiciado um caminho pra essa inclusão maior do surdo, não só educacional, mas inclusão na sociedade como um todo, de acesso ao serviço e tudo que está garantido na Lei de acessibilidade, que é de 2000”, enfatiza a doutora.
Iracelma Silva Costa, coordenadora do Caes, explica que as palestras em Libras são importantes porque o surdo ainda enfrenta muitas dificuldades na comunicação com ouvintes, ficando restrito o repasse de informações de diversos assuntos, por falta de intérpretes. “Trabalhamos com crianças surdas desde a educação infantil até o nível superior, e o nosso trabalho é a inclusão deles”, ressalta a coordenadora.
Atualmente o centro atende a 62 alunos da rede de ensino público. O Caes funciona como um apoio pedagógico, no contra turno, da escola dita normal. A comunidade vive a expectativa de ganhar o seu próprio prédio garantido pela Prefeitura. Segundo Iracelma, o local está sendo preparado, na Velha Marabá, nas instalações da Escola Municipal “Magalhães Barata”. Lá deverá funcionar atendimento pedagógico e clínico.
Enquanto isso não acontece o centro vai mudando a vida de pessoas como o Luciano. Ele sempre recebeu atendimento do centro, fez faculdade e hoje é pedagogo formado e concursado pelo município. Agora ele retribui a atenção dada a ele ensinando e incentivando outros surdos no Caes.
“Os alunos surdos vem pra cá e tem essa inclusão e ele vai ensinando para o seu desenvolvimento. E ainda pode ajudar em outras situações como interprete para ir ao médico, por exemplo. O Caes é muito importante,” expressou o professor.
Já Tiago Sousa da Conceição, de 15 anos, revelou que o Caes tem o incentivado e ensinado tudo o que necessita para o seu desenvolvimento, além de ajudá-lo a superar as discriminações. “Estou estudando, vou trabalhar ganhar o meu dinheiro, comprar moto, namorar, casar. Tenho amigos aqui, o professor Hugo que me aconselha muito”, destacou.