SUS/Sistema que salva vidas: Profissionais de saúde e de segurança na luta contra a covid-19
Secretário da Secretaria de Segurança Institucional de Marabá, Jair Barata Guimarães
“Não adianta o esforço da polícia, de todos os órgãos de segurança que estão trabalhando dia e noite, se a população não quiser. A prefeitura tem feito campanhas bem-feitas de conscientização, todo mundo preocupado e fazendo a sua parte. Está chegando insumos, vacina, é bom ter calma. É um tempo que vamos superar, mas precisamos de todos de mãos dadas para vencer esse terrível mal”
Enquanto um time de profissionais luta contra a covid-19 dentro dos hospitais, um exército combate o coronavirus (Sars-CoV-2) nas ruas com a árdua missão de convencer as pessoas a cumprir com os protocolos de segurança recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Marabá, os profissionais de segurança pública atuam em várias frentes no enfrentamento à pandemia, seja em operações de conscientização ou de fiscalização. É o suporte da Vigilância Sanitária (DIVISA). As ações são gerenciadas pelo comitê de enfrentamento a covid-19.
E quais são os protocolos? As regras todo mundo já sabe. O uso da máscara, a higienização das mãos, evitar aglomeração ao máximo possível. Nada de abraços ou aperto de mãos por enquanto. O distanciamento mínimo de 1,5m salva vidas. Enquanto a vacina não chega para a maioria, reforçar essas regras tem sido a estratégia de prevenção do município. A taxa de mortalidade por covid-19 está em 2% e mais de 17 mil vidas já foram recuperadas em 1 ano e 1 mês de pandemia.
“No primeiro momento as pessoas ficaram apreensivas, tinham medo, ficavam reservadas, se cuidavam mais. Ao longo do tempo houve um relaxamento e isso tem nos causado uma preocupação muito grande, porque a partir desse relaxamento os casos aumentaram” avalia Valmir Moura, secretário municipal de saúde.
Forças policiais no controle e combate a covid
É por causa do descuido com a saúde que os agentes de segurança do município passam a atuar. Mais de 400 profissionais da Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI) se juntaram a Policia Militar, Policia Civil, Bombeiros Militar e Policia Rodoviária Federal na sensibilização da sociedade. Os Guardas Municipais, (GMM), Seguranças Patrimoniais (DMSP) e os agentes do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTU) atuaram na operação “Covid-zero”, uma das maiores realizadas de forma integrada, entre 13 a 25 de abril deste ano. Só nesta ação de controle e combate do vírus foram fiscalizados 2.384 estabelecimentos, 3 pessoas detidas por desobediência e desacato, e ainda, numa apreensão de cilindros irregulares.
“Adultos você tem de sensibilizar e essa sensibilização, às vezes, acontece por meio de autuação, uma ida a casa da pessoa, no comércio. Poderíamos até ter outros meios de coibir, mas não é o caso. Tem pessoas resistentes, principalmente os mais jovens. Vão para casa levando bebida alcoólica, transformam a casa em bar ou boate, aí entra a parte de sensibilização. Porque não é porque queremos, é para o seu bem, do seu parente”, pontua Jair Guimarães, secretário da SMSI.
As fiscalizações contínuas acontecem em pontos estratégicos, como a orla, bares, restaurantes, balneários, entre outros locais propícios a aglomerações. Pela extensão da cidade, a parceria entre as forças policiais é algo importante e tem surtido efeito na opinião do coronel, Benedito Tobias Sabbá Corrêa, comandante do CPR II – Comando de Policiamento Regional da PM. A PM empregou todo o efetivo de cerca de 550 policiais nesta batalha.
“Nós pudemos constatar que todos os órgãos, das esferas federal, estadual e municipal trabalhando juntos seriam mais fortes em operações de grande escala. Através dessas operações conjuntas a gente começou a trabalhar a diminuição da aglomeração, principalmente na orla, balneários, praças, bares e lanchonetes. Tentando conscientizar as pessoas que na aglomeração é muito mais fácil a disseminação do covid” pondera o comandante da PM.
O papel da população contra a pandemia
Os órgãos de segurança do município apontam que sem a contribuição da população o trabalho fica muito mais difícil. Jair Guimarães, secretário da SMSI, observa que a obediência às regras ainda é uma das melhores formas de prevenção no município para conter o vírus.
“Não adianta o esforço da polícia, de todos os órgãos de segurança que estão trabalhando dia e noite, se a população não quiser. A população tem de querer, ajudar. A prefeitura tem feito campanhas bem-feitas de conscientização, todo mundo preocupado e fazendo a sua parte. Mas se a população não fizer a sua é complicado. Está chegando insumos, vacina, é bom ter calma. É um tempo que vamos superar, mas precisamos de todos de mãos dadas para vencer esse terrível mal”, ressalta o secretário.
O coronel Sabbá, comandante do CPR II reforça que até que a vacina chegue para todos, as pessoas devem seguir com os protocolos.
“Estamos perdendo vidas de pessoas conhecidas, que a gente conhece do dia a dia. São perdas irreparáveis para a cidade. A gente pode tentar frear a pandemia. Sabemos que a doença não vai acabar, mas estamos avançando com a vacina que é a melhor maneira da gente sair dessa situação, da disseminação descontrolada do vírus. A gente precisa continuar respeitando os protocolos. Se sair de casa use máscara, use álcool gel. Não se aglomere, pois isso gera uma possível infecção de muitas pessoas”, alerta o militar.
Para a área da saúde o esforço da segurança pública é fundamental no fortalecimento das ações educativas. Joelma Fernandes, enfermeira do 11º Centro Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sespa), observa que o estado, ajuda, informa, orienta e acompanha o município, tanto na questão do atendimento e acompanhamento das pessoas vitimas da covid, quanto na organização da imunização e do plano municipal de saúde no enfrentamento da covid, dentre outras ações. Ele comenta o emprenho do município nos trabalhos de conscientização.
“Essa orientação à comunidade em geral é uma parceria e incentivo às Unidades Básicas de cada município e a gente tem observado esse cuidado de Marabá nesta questão, não só física, mas emocional dos cidadãos, através da Secretaria Municipal de Saúde”, analisa a enfermeira.
Por outro lado, Valmir Moura, secretário municipal de saúde manifesta a preocupação dos profissionais da área em relação ao comportamento dos cidadãos.
“É importante que a população compreenda que a pandemia não passou. O vírus está aí. Mais forte. Hoje não respeita a idade. É jovem, adulto, idosos. Também não respeita a classe social, seja rico, ou seja pobre. Está pegando todo mundo. A gente precisa continuar trabalhando com os protocolos de segurança”, reafirma o secretário.
O médico Luís Sérgio Matos, diretor clínico do HMM, também avisa.
“Esse vírus continua aí, não acabou. Nossos números são altos. A gente tem uma taxa de ocupação de leitos que fica, no geral, acima de 80%. A nossa UTI está 100%. Então o recado que eu digo à população é: fique em casa se puder. Só saia mesmo se for necessário. Evite aglomerações! Usem as máscaras, lavem as mãos e mantenham o distanciamento. Apesar de o nosso hospital está preparado, pronto para atender, não queremos ver nenhum marabaense aqui no tubo. Queremos ver ele junto com a sua família”, conclui.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento