SMS: Tuberculose é tema de capacitação para profissionais de saúde
No Plenário Tiago Koch, na Câmara Municipal de Marabá, na sexta-feira, 24, Dia Mundial do Combate à Tuberculose, cerca de 130 profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes comunitários) participaram da capacitação sobre a doença. O evento foi realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio do Departamento de Doenças Crônicas, vinculado à Diretoria de Atenção Básica (DAB).
“Sabemos que temos um número elevado de casos no nosso município, considerando o meio de transmissão da doença, que é muito fácil de se transmitir, pelas vias aéreas. Então, é muito importante para o município que todos os profissionais estejam capacitados para detectar, para suspeitar do paciente acometido pela tuberculose. Muitas das vezes, o paciente está doente e sem saber está adoecendo até mesmo a família. No contato auxiliar, ele faz essa transmissão. Com a capacitação, toda a rede adquire o conhecimento. Quando a gente tem uma equipe de saúde qualificada, capacitada, é a população que recebe o melhor”, destaca Sabrina Acioly, diretora da Atenção Básica.
Segundo a Coordenação de Doenças Crônicas da SMS, atualmente, 70 pessoas realizam o tratamento de tuberculose na rede. Tudo começa quando o paciente que apresenta sintomas, como tosse por mais de três semanas e febre vespertina, procura a Unidade Básica de Saúde. Depois de passar por avaliação, é encaminhado para a realização do exame. Caso o resultado seja positivo, há a notificação para o Ministério da Saúde e início do tratamento.
“Escolhemos esse dia por ser o Dia Mundial do Combate à Tuberculose e assim capacitar mais os profissionais para realizarem o atendimento com excelência nas Unidades Básicas de Saúde”, ressalta Lília Moura, coordenadora de Doença Crônicas da SMS.
Ela ainda informa sobre a estrutura do município para a realização dos exames. “Hoje, o Laboratório Central (Lacen) está sempre aberto para receber demanda livre. Há a coleta do escarro, leva-se até o Lacen e aí eles dão o resultado. Inclusive, tem TRM – Teste Rápido Molecular, e aí eles fazem. Se tiver o diagnóstico, no mesmo dia, quando recebe o diagnóstico, já começa o tratamento”, explica a coordenadora.
Médicos especialista da rede palestram sobre o assunto
Harbi Orthman, médico infectologista da rede municipal de saúde, foi um dos palestrantes. Segundo o profissional, a ideia foi fazer uma explanação geral para facilitar o acesso ao diagnóstico, para que toda a equipe esteja bem instruída na identificação de um caso sintomático ou assintomático e, assim, levar para o paciente, para a Atenção Básica, o tratamento e o acompanhamento adequado.
“Isso é sempre um trabalho multidisciplinar e aqui nós temos toda essa equipe reunida para o treinamento. Eu vou fazer uma abordagem de como a gente identificar, quando solicitar os exames ou não, o diagnóstico e tratamento. O principal ponto é lembrar que é uma doença transmissível, mas curável. Então, a partir do momento que a gente fortalece a Atenção Básica, conseguimos identificar e quebrar a cadeia de transmissão”, ressaltou, destacando que há um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tentar eliminar a tuberculose até 2035.
“Isso a gente vai fazer com base nessas campanhas, no treinamento contínuo e na educação continuada” corrobora o médico.
O médico Isaac Ramos, da Atenção Básica, também contribuiu com informações importantes sobre a tuberculose. Ele observa que é importante a redução da mortalidade que mata mais de um milhão e seiscentas mil pessoas, mesmo sendo uma doença completamente tratada, como aqui no Brasil, com tratamento gratuito. Em Marabá, em 2022 foram contabilizados sete óbitos relacionados à doença, sendo que um ainda está sob análise.
“Então vamos tirar algumas arestas. Fazer um treinamento adequado para cada classe profissional, de maneira simultânea, através de casos clínicos de alguns pacientes modelo. Nós conseguiremos aí trazer quais são as novas atualizações de 2022. O grande ponto que nós vamos tratar hoje é o diagnóstico precoce. Existe uma janela de oportunidades para que a gente consiga esse tratamento de maneira adequada, bem mais barato para o serviço público. Vamos desafogar também algumas complicações hospitalares, decorrentes da tuberculose”, afirma o médico.
Nesse sentido, a equipe da unidade está preparada para proceder com os casos que sejam suspeitos da doença. Uma atuação importante é a do Agente Comunitário de Saúde (ACS), que tem um contato maior com as pessoas que moram na área de cobertura da UBS e, assim, podem identificar possíveis casos. Mesmo com 23 anos de profissão, Raimunda Rodrigues Teixeira Neto, sempre participa das formações e treinamentos.
“Somos nós que trabalhamos com a prevenção e programa. Então é através das nossas visitas, que a gente consegue detectar as pessoas que têm a doença e encaminhar para a UBS. E ao decorrer desses anos, já me deparei muito com esses casos. Esses treinamentos são de grande valia porque sempre estão melhorando alguma coisa. Trazendo alguma coisa nova”, avalia a ACS.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Sara Lopes