Dia de Combate à Tuberculose: Rede municipal de saúde garante tratamento para a doença
A tosse persistente por mais de três semanas é um sintoma que pode ser indicativo de tuberculose, uma doença que ainda registra casos todos os anos e pode levar a óbito. Neste 24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, dia em que o médico Roberto Koch anunciou a descoberta da bactéria que causa a doença, que foi nomeada como bacilo de Koch, em 1882. Em Marabá, a rede de atenção básica realiza o acompanhamento e tratamento da doença.
Segundo a Coordenação de Doenças Crônicas da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá (SMS), atualmente, 70 pessoas realizam o tratamento de tuberculose na rede. Tudo começa quando o paciente que apresenta sintomas, como tosse por mais de três semanas e febre vespertina, procura a Unidade Básica de Saúde. Depois de passar por avaliação, é encaminhado para a realização do exame. Caso o o resultado seja positivo, há a notificação para o Ministério da Saúde e início do tratamento.
Nesse sentido, a equipe da unidade está preparada para proceder com os casos que sejam suspeitos da doença. Uma atuação importante é a do Agente Comunitário de Saúde (ACS), que tem um contato maior com as pessoas que moram na área de cobertura da UBS e, assim, podem identificar possíveis casos.
“Hoje o Laboratório Central (Lacen) está sempre aberto para receber demanda livre. Há a coleta do escarro, leva-se até o Lacen e aí eles dão o resultado. Inclusive, tem TRM – Teste Rápido Molecular, e aí eles fazem. Se tiver o diagnóstico, no mesmo dia, quando recebe o diagnóstico, já começa o tratamento”, explica Lília Moura, coordenadora de Doenças Crônicas da SMS.
Durante o período de acompanhamento, que dura seis meses, toda semana o paciente toma uma dose da medicação, que é supervisionada por um enfermeiro. Os dois primeiros meses são a fase intensiva do tratamento realizado com quatro tipos de medicamentos, enquanto os meses restantes são a fase de manutenção. Ao longo do tratamento, os pacientes fazem a baciloscopia de escarro para saber se as medicações surtem efeito no combate ao bacilo.
“A pessoa toma aqui a dose e leva as outras medicações durante a semana para tomar. Caso precise passar com o médico, aí ele vai, o médico analisa a situação dele. Pode ser também que alguns pacientes tenham resistência à medicação, vai fazer outros exames e entrar com outro tipo de tratamento”, reitera a coordenadora Lília Moura.
É importante que o paciente siga o tratamento corretamente, tomando os remédios em jejum, até o fim, para evitar que em uma recaída da doença a bactéria causadora fique resistente aos medicamentos, como explica Terezinha Carneiro, enfermeira da UBS Demósthenes Azevedo e coordenadora do programa de combate à tuberculose da 11ª Regional da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa).
“Por isso que é fundamental no primeiro dia ter uma conversa com o paciente diagnosticado. Ele tem que saber que o tratamento é 06 meses, que é necessário que ele tenha que tomar o remédio direitinho, se não o tratamento vai falir e se falir o próximo tratamento é mais severo”, comenta a enfermeira.
Em casos mais delicados, quando, por exemplo, o paciente é alcoólatra, é necessário que o acompanhamento seja feito mais de perto. No Tratamento Diretamente Observado (TDO), o agente comunitário ministra o medicamento junto ao paciente ou ele vai à unidade para tomar a medicação.
Quando o paciente não comparece ao dia marcado para tomar a medicação ou simplesmente abandona o tratamento, é necessário realizar a busca ativa a fim de garantir que o paciente siga o acompanhamento e finalize com a cura.
“A pessoa toma aqui a dose e leva as outras medicações durante a semana para tomar. Caso precise passar com o médico, aí ele vai, o médico analisa a situação dele. Pode ser também que alguns pacientes tenham resistência à medicação, vai fazer outros exames e entrar com outro tipo de tratamento”, reitera a coordenadora.
A alta do tratamento ocorre quando a baciloscopia apresenta resultado negativo. Quando o paciente não consegue fazer o exame de escarro, realiza-se o exame de imagem, como o raio-x ou tomografia do tórax.
Sintomas e cuidados
Além da tosse e da febre vespertina, a perda de peso e falta de apetite são sintomas da doença.
A transmissão acontece pelas vias aéreas superiores, pela fala, tosse e espirros. Quando a pessoa é diagnosticada, os demais membros da família que moram na mesma residência realizam um exame de prova tuberculínica.
Se o resultado for reagente, significa que o paciente tem o bacilo de Koch no organismo. A seguir, realiza-se o raio-x e se os resultados estiverem dentro da normalidade, o paciente não desenvolveu a tuberculose mesmo tendo o bacilo, que é a Infecção Latente de Tuberculose (ILTB). Nesse caso, há o tratamento para que a doença não se desenvolva.
Sobre a transmissão, o risco maior é quando a doença não é descoberta. “A partir do momento que o paciente começa a tratar, teoricamente, com 15 dias de tratamento o paciente não está mais transmitindo. Mas a transmissão é pelas vias aéreas superiores. Não é através de copos, de talheres, de prato. É diretamente pelas vias aéreas”, ressalta Terezinha Carneiro, destacando que as pessoas precisam se conscientizar sobre o tratamento.
“A comunidade tem que ficar consciente de que a tuberculose existe, é uma doença transmissível, mas também é tratável. Começou a ter tosse por mais de três semanas, está com qualquer dificuldade respiratória, febre, procure a unidade de saúde. A gente faz a investigação e se der positivo a gente vai tratar essa doença porque tem cura, graças a Deus”, conclui a enfermeira.
Para saber mais https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/t/tuberculose
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos