Saúde: Neste verão intenso, cuidados precisam ser redobrados
Com o verão intenso em Marabá, a galera logo procura várias formas de se refrescar e se hidratar. As temperaturas acima da média exigem cuidados, ainda mais para quem trabalha pegando muito sol, como é o caso do autônomo Daelson Figueiredo, 46 anos, que é vendedor ambulante de sorvetes caseiros.
“Eu procuro manter uma ingestão de água bem elevada, além de usar camisas de manga longa com proteção UVA, além do protetor. Eu coloco também essa fralda clara debaixo do chapéu para ter mais proteção, pois o branco reflete a luz solar”, explica o vendedor, que agradece o tempo, significando mais vendas.
“Eu sempre digo que o calor e o sol são parceiros do vendedor de sorvete, por isso, eu torço para que tenha muito Sol, calor e, isso, ajude nas minhas vendas”, conta.
Além das altas temperaturas, há indicativos de uma onda de calor pelo país. Segundo o aposentado Francisco Machado, 75 anos, conta que nunca havia presenciado um calor tão intenso na cidade, onde até a água do chuveiro é insuportável. “Sou filho de Marabá e ainda não tinha visto um verão como o deste ano. Ou o sol baixou, ou a Terra subiu, porque você vai abrir o chuveiro e a água chega sai quente”, queixa-se o aposentado.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), no verão, há constantemente a ausência de nebulosidade (nuvens), nessa época, favorece o aumento da intensidade de radiação solar, entre os horários de 10 às 16 horas. Com isso, as temperaturas se elevam, a umidade e a qualidade do ar diminuem. Tudo isso pode causar desidratação, queimaduras e até problemas respiratórios, portanto diante desse calorão todo, é preciso redobrar cuidados.
A estudante Ester Feitosa, 16 anos, afirma que na sala de aula, nem os ares condicionados dão conta do calor, e ventiladores também são usados. “Não se tem controle sobre o calor, por ser uma situação global, então o jeito é recorrer a várias alternativas, como tomar muita água, lavar o cabelo com frequência”, descreve a estudante, que buscou refúgio, junto das colegas de turma, nas árvores da Praça São Francisco, núcleo Cidade Nova.
Toda essa atenção, nessa época, é recomendada por profissionais de saúde, para que não haja problemas e a necessidade de internações por conta da desidratação. Segundo a enfermeira Carmen Gurjão, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dispõem de soro oral e hidratação venosa, em casos mais graves, principalmente em idosos e crianças. Porém, é melhor prevenir, tomando bastante líquido, sempre que possível.
“A maioria das pessoas pensa que a gente só precisa tomar água quando se está com sede. Não. A sede é um sinal de que o corpo já está necessitado de água. Então, a gente não tem que deixar chegar a esse ponto. É preciso tomar bastante água nesse período, e se possível, andar com uma garrafinha por onde for”, pontua a profissional.
Além disso, a enfermeira recomenda o uso de filtros solares, aliados a bloqueadores físicos, como chapéus, guarda-sol e roupas que cubram as partes expostas. Caso possa escolher o horário para se expor ao sol, opte pela faixa até as 10h e depois das 16h, para evitar os raios UVB.
Cuidados com as crianças
Os pequenos podem até não reclamar do calor excessivo, mas sentem e precisam de ainda mais atenção, já que, assim como os idosos, são mais suscetíveis a problemas respiratórios e outros fatores decorrentes da desidratação. A médica pediatra Cláudia Dizioli recomenda, aos pais, o uso de roupas leves e a ingestão de água ou suco, principalmente em momentos de diversão, onde a criança perde líquido corporal.
“Quando elas estão brincando ou fazendo outras atividades, não costumam pedir água, e também ela acaba perdendo líquido e se desgasta mais no calor. Isso aumenta a temperatura corporal e a mãe acha que aquilo é febre, mas, na verdade, é por conta do ambiente externo. Por isso, sempre é preciso ficar atento nisso o tempo todo, deixar com roupinhas leves, principalmente aos bebês, que sentem o mesmo calor que a gente”, prescreve a médica.
A orientação pediátrica já é rotina em dias quentes para a mãe da pequena Luna, de 1 ano e 2 meses. A professora de educação física, Tainara Resplandes, 31 anos, não deixa a desejar na atenção à filha que, mesmo não sabendo falar ainda, dá os sinais de que precisa se refrescar.
“Ela mesmo pede a água, que está tomando mais água que o normal. Em casa, eu sempre deixo ela com roupinhas mais frescas, ou só de fralda. Ofereço suco e frutas geladas, além de muito banho. A gente percebe que ela sente a necessidade de mais banhos, porque às vezes, quando chega perto de alguma fonte de água, como torneira, logo passa a mãozinha com água no cabelo, no corpo”, detalha a mãe.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes e Nathália Costa