Dia do Servidor Público Aposentado: A vida de dedicação de Efigênia Lima à educação em Marabá
Neste 17 de junho é celebrado o Dia do Funcionário Público Aposentado, como forma de homenagear as pessoas que dedicaram suas vidas ao serviço público. Atualmente, Marabá tem 974 pessoas nesta categoria, que recebem a aposentadoria pelo Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos de Marabá (Ipasemar). Uma delas é Efigênia da Silva Lima, que trabalhou por 30 anos na área da educação no município.
Formada em pedagogia, a trajetória de Efigênia iniciou ainda na adolescência quando começou a dar aulas. O gosto por ensinar vinha desde a infância nas brincadeiras de criança. Com o tempo, soube bem o que queria ser: professora.
“Eu sempre digo que eu nasci com dois dons: o de ensinar e o de ajudar as pessoas. Por isso que eu me dei bem na educação. Quando eu descobri a educação na minha vida, eu tinha 14 anos e substituía uma professora amiga da minha irmã. Eu fui gostando daquilo. Aos 16 anos, eu já estava em uma sala de aula, dando aula de matemática. Eu era boa em matemática e comecei a dar aula de 5ª a 8ª série à noite. No outro ano fui contratada para trabalhar durante o dia. Eu amava aquele esforço, aquela dedicação”, relembra Efigênia.
Durante o antigo magistério, a prática fez com que Efigênia se encontrasse na missão da alfabetização. Após esse período, ingressou na faculdade de pedagogia e, com o tempo, fez especializações em educação inclusiva e gestão escolar. Foi nessa época também que fez o primeiro concurso público em Marabá, no ano de 1983, e foi aprovada como professora do magistério. Pouco tempo depois, teve que deixar Marabá, retornando após dez anos.
Quando voltou, a professora foi contratada pela prefeitura, indo trabalhar na Escola Salomé Carvalho. Porém, em seu coração havia um lugar especial reservado para a Escola Elinda Costa, no bairro Laranjeiras, onde iniciou a docência e acabou por ser transferida para lá. Em 1996, Efigênia fez o concurso público da Prefeitura de Marabá e foi aprovada.“Eu digo que o Elinda Costa foi onde eu nasci. Quando eu comecei lá não tinha muro, eram cercas de arame, era somente umas quatro a seis salas, depois veio uma reforma e a escola cresceu”, comenta.
A carreira como professora era exitosa. Logo, ela ocupou um cargo de coordenação junto à Secretaria Municipal de Educação (Semed) trabalhando com professores de artes, realizando oficinas e treinamentos. Foram cerca de três anos atuando na coordenação. Foi quando surgiu a oportunidade de ser diretora da Escola Elinda Costa.
“Eu fui convidada para retornar ao Elinda Costa, mas como gestora. Nessa questão de ser gestora, eu fiquei sete anos e um pouquinho. Eu até digo que todos os professores precisam passar por uma gestão escolar. Aí, você vai colocar na prática tudo o que aprendeu porque você lida com aluno, família, com toda a comunidade. Por que não é tão fácil? Porque você precisa ser você mesmo, porque você vai lidar com todo tipo de gente”, pontua.
Ela ainda recorda que durante seu período na Elinda Costa, o hino, o uniforme e a bandeira da escola foram criados, com cada cor tendo um significado. Efigênia Lima se aposentou em 2021 e hoje conta que sente saudade do ambiente escolar. Como mora perto da Escola Elinda Costa, relata que evita estar na porta de casa na hora da saída dos estudantes, pois a emoção é muito grande. Para ela, é gratificante quando encontra um familiar de aluno que é testemunha da transformação feita pela educação na vida dele, pois não foram poucas as vidas que foram tocadas pelo seu amor à profissão.
E como a aposentadoria não é o fim, Efigênia afirma que está a todo instante em movimento, seja envolvida nas atividades da filha, que lidera uma associação voltada para pessoas que têm fibromialgia, seja na igreja cursando teologia e evangelizando. É na religião, ajudando as pessoas, falando de Deus para elas, que a professora se encontra.
“A primeira coisa que eu comecei a trabalhar foi esse desapego para eu não sofrer muito. Preparei tudo para eu entregar o cargo. A aposentadoria, para mim, não é o fim, é o começo de uma nova etapa da minha vida. Dentro da minha religião, estou cursando teologia e estou suprindo essa necessidade ajudando mais pessoas, evangelizando, falando de Deus para elas. Então, isso está me deixando feliz. Eu não paro”, afirma.
Hoje, olhando para trás, o sentimento de Efigênia Lima é de gratidão por todo o trabalho dedicado à educação do município. A profissional aproveita e deixa uma mensagem para seus colegas que seguem na missão de educar.
“Eu quero dizer para toda a equipe de profissionais de Marabá que ame o seu trabalho, que seja coerente com tudo o que acontecer dentro da sua escola, independente do cargo que você ocupa. A gente tem que tratar todo mundo igual. É uma conquista. A gente planta essa semente e depois vai ver uma grande árvore frondosa. É assim que eu vejo os meus alunos quando a gente se encontra”, finaliza.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos