Obras: Comunidade celebra os 20 anos do CAP com inauguração de nova sede moderna e inclusiva
A sexta-feira, 29 de novembro, foi marcada por celebração e emoção. O Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual Ignácio Baptista (CAP-DV), que há duas décadas transforma vidas, comemorou seu 20º aniversário com a inauguração de sua nova sede. O espaço, projetado para atender com excelência pessoas com deficiência visual, é resultado de um esforço conjunto das secretarias de Educação (Semed) e Obras (Sevop). O evento reuniu autoridades, alunos, professores, pais e convidados, que destacaram o impacto do CAP-DV na vida de centenas de pessoas ao longo de sua história.
A secretária de Obras, Ana Betânia Moreira, ressaltou a importância do novo prédio. “Hoje é um dia muito especial. O CAP completa 20 anos e agora possui sua casa própria. É um prédio construído exclusivamente para o atendimento ao deficiente visual e àqueles com baixa visão. Aqui, além de técnicas de leitura em Braille, os alunos aprendem locomoção e mobilidade, ganhando autonomia para uma vida mais independente”, destacou.
O novo espaço conta com 18 salas, incluindo biblioteca, laboratório de informática com teclados adaptados, sala de orientação e mobilidade, e uma pista sensorial que simula desafios cotidianos. “Isso reflete o comprometimento da gestão municipal com a educação e com as pessoas”, acrescentou a secretária.
Impactos transformadores
Josiane Soares Martins, diretora do CAP-DV, celebrou a conquista. “Este espaço é um sonho realizado, pensado para atender com qualidade nossos alunos. Há 20 anos começamos em uma sala pequena da Escola Jônatas Pontes Athias, e hoje temos um prédio amplo, acessível e equipado. Estamos preparados para atender alunos de todas as regiões da cidade com amor e dedicação”.
A diretora frisa os serviços oferecidos pelo centro, como Atividades de Vida Autônoma (AVA), alfabetização em Braille, estimulação precoce e suporte a pessoas com baixa visão. “Mais do que inclusão, oferecemos oportunidades de crescimento e superação”, complementa.
Histórias de superação
José de Souza Biserra Filho, ex-aluno e hoje professor de informática no CAP, é um exemplo do impacto do centro. “Eu entrei aqui analfabeto funcional e hoje sou escritor, poeta, com três livros publicados. Este lugar mudou minha vida. Agora, como professor, tenho a oportunidade de inspirar outras pessoas a acreditarem que podem superar barreiras”.
A estudante Ângela Maria, que frequenta o CAP desde 2006, comenta sobre o papel do centro em sua trajetória. “O CAP é onde me desenvolvi como pessoa. É uma extensão da minha vida. Hoje, com o novo prédio, tenho ainda mais orgulho de fazer parte dessa história”.
Para Vera Lúcia, mãe de Ângela, o novo prédio é uma conquista que reflete o esforço coletivo. “É emocionante ver o resultado de anos de trabalho e dedicação. Para ela é como se fosse uma segunda casa e agora com as mudanças está muito bonito. Estamos muito felizes”, destaca.
Diva Barbosa, mãe de Júnior, um dos alunos do CAP, expressou sua gratidão. “Meu filho desenvolveu habilidades incríveis aqui. Ele se sente acolhido e feliz. Esse novo espaço, além de lindo, proporciona um ambiente ideal para o aprendizado e o bem-estar das crianças”.
Futuro inclusivo
Durante a inauguração do novo prédio, o prefeito Sebastião Miranda ressaltou o papel social do CAP. “Esse é mais um exemplo de como investimos em educação e inclusão em Marabá. Nossa gestão tem compromisso com o desenvolvimento humano e a garantia de direitos para todos”.
Eunice Gomes, mãe do Nockoon Kaleb, afirmou que o CAP é um símbolo de referência no atendimento a pessoas com deficiência visual. “O novo espaço é um marco para Marabá. Ele não só oferece ensino de qualidade, mas também reforça a ideia de que inclusão é um direito fundamental. A diferença que vi na vida do meu filho é imensa. A gente veio da zona rural para morar na cidade para poder cuidar dele e o CAP tem sido fundamental no seu desenvolvimento”.
O aluno Igor Santos, que está no CAP há apenas um ano comenta os impactos em sua vida. “Cheguei em Marabá há um ano. Na cidade onde morava não tinha um espaço como esse. Está de parabéns e é muito bom ter esse apoio para os deficiente visuais”, comenta.
O evento de inauguração e festa de aniversário contou com apresentações culturais dos alunos, mostrando as habilidades desenvolvidas no centro, além de uma exposição de livros produzidos em Braille. A celebração marcou não apenas os 20 anos de história do CAP-DV, mas também um futuro promissor para a inclusão em Marabá.
Uma das apresentações contou com a aluna Emília Cunha, 15 anos, ela explica quais atividades realiza no centro. “Eu venho fazer, tipo, tarefas pra compreender uns estudos escolares também. Hoje, me apresentei dançando calypso. O espaço está muito bom e estou feliz de participar”, comenta a estudante.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes / Jordão Nunes / Wilielton Cardoso (Drone)