Inclusão: 2ª mostra do Caes celebra o ensino de Libras e o trabalho pedagógico do centro
O Centro de Atendimento Especializado na Área da Surdez (Caes) realiza nos dias 24 e 25 de abril a 2ª mostra em celebração ao Dia Nacional da Educação de Surdos, dia 23, e Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras), dia 24, que marca os 22 anos da Lei 10.436 que estabeleceu a Libras como meio de comunicação e expressão no Brasil.
“Estamos aqui em comemoração aos 22 anos da Libras e o objetivo da Mostra é apresentar para toda a comunidade o trabalho que é desenvolvido dentro da Libras, dentro do Caes. Ajudar na difusão da Libras para toda a comunidade dentro de todos os contextos da vida, sociais, políticos, econômicos, em todas as áreas, a importância que a Libras tem no dia a dia”, explica a coordenadora pedagógica do Caes, Georgina Pinheiro.
Ela explica que o material exposto retrata os temas desenvolvidos pelos alunos por meio dos materiais que são utilizados no aprendizado. “A exposição está acontecendo de maneira pedagógica, onde estão sendo expostos todos os projetos, os trabalhos que os professores desenvolveram com os alunos ao longo desses meses e um pouco também do ano passado. Temos aí o projeto da Páscoa, o do Dia das Mulheres, a gente tem o projeto do aniversário de Marabá, jogos pedagógicos e atividades adaptadas, para que todos conheçam nosso trabalho”, complementa Georgina.
Durante os dois dias de programação, o centro está de portas abertas, das 8h às 21h, para receber a comunidade interessada em saber como é realizado o trabalho de educação voltado para os alunos surdos e deficientes auditivos. A exposição conta com as participações de alunos, professores e demais componentes da equipe como a fonoaudióloga Karini Costa.
“Hoje está contemplando também os surdos oralizados. É importante que o surdo seja visto, ele precisa ter garantia de comunicação, essa acessibilidade comunicacional, que a gente costuma falar. Porque é uma acessibilidade diferente das outras deficiências, que a gente precisa muitas vezes de uma estrutura física, uma rampa de acesso, uma porta alargada, mas o surdo precisa da acessibilidade comunicacional, seja ela através da língua de sinais, seja ela através da leitura facial, que é também uma forma de comunicação, ou da língua geral”, comenta a profissional.
Ela destaca que além da Libras, o Caes também trabalha com surdos oralizados. “É um surdo que ele usa, às vezes, uma tecnologia para se comunicar, para escutar sons e se comunicar oralmente. Então, o meu trabalho com ele é fazer o treinamento auditivo para que ele aprenda a ouvir sons, a discriminar, a reconhecer e, depois, ele compreender que é uma habilidade auditiva mais refinada”, reitera.
Os materiais pedagógicos e lúdicos utilizados no dia a dia dos alunos ficam em exposição sempre com uma explicação sobre como contribuem para a formação do público-alvo do centro. Todos os espaços e serviços oferecidos pelo Caes também podem ser visitados.
Quem aproveitou para conhecer o lugar foi o Wallyson de Sousa Costa, professor da Escola Mirian Moreira dos Reis, na Folha 7. Ele conta que possui um aluno que é acompanhado pelo Caes e achou importante conhecer o lugar e os trabalhos desenvolvidos.
“É a primeira vez que eu estou tendo esse contato. Eu não conhecia. Esse ano eu passei a conhecer por ter o aluno Pedro Lucas, que é surdo, matriculado na Escola. Passei a me interessar mais, a buscar mais a questão da Libras. Fiquei sabendo do evento e vim. Estou gostando bastante de todas as coisas que estou vendo aqui. Vou buscar desenvolver algumas coisas com ele, porque o Pedro Lucas ainda está no processo de aprendizagem. Ele precisa realmente de muita ajuda. Esse momento aqui vai ser muito importante para agregar mais conhecimento”, relata Wallyson.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Aline Nascimento