37⁰ Festejo Junino: Apresentações dos atuais campeões animaram o público na terceira noite de festa
Mesmo em uma segunda-feira, 24 de junho, um grande público compareceu para acompanhar o terceiro dia do 37⁰ Festejo Junino de Marabá. A Arena Z-30 permaneceu lotada até a última apresentação da noite. O motivo não é segredo para ninguém, além das juninas mirins e do grupo B, o dia contou com a apresentação dos dois atuais campeões municipais: boi-bumbá Aroeira e a junina Fuá da Conceição. O festejo é realizado pela Prefeitura de Marabá, por meio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), em parceria com a Liga Cultural de Marabá (Licmab) e patrocínio da empresa Equatorial.
A noite começou com as apresentações das juninas mirins Sereia da Noite e Splendor. Como sempre, elas deram um show de fofura com os brincantes infantis. ASereia da Noite levou o tema Vitória Régia, abordando as peculiaridades da planta exótica, que é exclusivamente aquática e vive apenas 48 horas.
Já a junina Splendor Mirim apresentou o espetáculo “Turma da Mônica na noite do São João, onde tudo pode acontecer”. A inspiração partiu da celebração dos 60 anos dos icônicos personagens dos quadrinhos brasileiros. O João Lucas, 11 anos, foi o responsável por representar o personagem Cascão.
“Já tem três anos que eu danço. Mas, esse ano, foi muito especial. Gosto muito da Turma da Mônica e dançar quadrilha é uma sensação muito boa. Eu amo dançar e adorei ser o personagem Cascão. Coração foi saindo pela boca, mas foi muito legal”, conta o menino.
Favoritos ao título de Boi-Bumbá estreiam
Após as apresentações mirins, foi a vez de um dos bois de maiores tradições da cidade entrarem na Arena. O Boi Estrela Dalva levantou o público com o tema “O Grito da Amazônia”, com uma apresentação que deu ênfase aos animais que correm risco de extinção, trazendo um apelo musical e coreográfico para alertar a população sobre a preservação do meio ambiente. Cada destaque representou um animal em risco de extinção.
A Beatriz Lopes, 25 anos, é a Índia Guerreira, sendo destaque pela primeira vez. Ela dança no boi desde 2010. “Mais responsabilidade, uma interpretação diferente. Ainda mais com essa temática bela que fala da preservação dos animais em extinção. Está sendo uma experiência muito interessante na interação com os jurados, com a plateia também, e com os meus colegas que estão dançando. Estou confiante que vamos longe esse ano”, destaca a representante do esquadrão de ouro.
O Gustavo Silva, 18 anos, que participa do boi desde os 3 anos destaca que a expectativa está grande para voltar a ser campeão. “A gente vêm ensaiando muito, querendo muito retornar ao primeiro lugar, que há dois anos não deu certo, mas esse ano, confia em Deus, dá pra ver que será nosso”, acredita.
Porém, para conseguir esse objetivo eles terão que superar um competidor de peso, que promoveu uma das apresentações mais aguardadas da noite. O Boi Aroeira, representante do bairro Santa Rosa, onde fica a arena de competições, que surpreendeu com o título em 2023, foi recebido com muitos gritos e aplausos ao apresentar o tema “O pescador, uma história real”. A ideia é levantar à tona a discussão sobre a valorização do pescador, tanto como atividade de subsistência, quanto atividade comercial.
A Geovanna Albuquerque, 15 anos, que assistiu o Boi Aroeira no ano passado, se encantou e, esse ano, decidiu participar. “Eu nem gostava de boi, aliás. Mas, ano passado, assisti e eu gostei muito. Agora entrei e as coreografias estão lindas. Fiquei nervosa com minha estreia. Porque tem muita gente aqui. Mas fizemos bonito e vamos para as finais”, comenta.
A colega dela, Vivian Fernandes, de 13 anos, estreou ano passado com o título e garante que esse ano não deixou nada a desejar. “Vamos ser campeões de novo. Ano passado, fizemos bonito e esse ano está mais bonito ainda. Nosso tema está lindo e as fantasias também. O Boi Aroeira é show”, comemora.
Juninas seguram público até altas horas
Abrindo as apresentações das Juninas adultas e representando a Vila São José, a junina Luar do Sertão estreou com novo nome, contando a história de Benedito Meia-Légua, um personagem menos conhecido da luta contra a escravidão no Brasil, e que é um dos responsáveis pela popularização da expressão “Mas será o Benedito?”.
Representando o capitão do mato, o Juan Silva, fez sua estreou como destaque, mas participa da junina desde o antigo nome “Coração da Juventude” e relembra os anos de história. “Eu danço desde 2019, quando ganhamos o Grupo B e subimos. São muitas alegrias e emoções aqui. Como foi hoje na Arena. Esse é meu primeiro ano como destaque e o coração acelerou. Eu espero que a gente ganhe esse ano novamente”, torce.
Logo após, foi a vez da apresentação da Junina Diamante Negro com o tema “Os amantes e o contra”, que buscou, segundo a organização, defender a importância da cultura, a valorização e as lutas do amor e da esperança.
A brincante Leane dos Santos, 14 anos, contou que o nervosismo foi grande, mas ficou feliz com a apresentação da junina. Eu fiz um pequeno papel entrando primeiro. E fiquei muito nervosa. No ano de 2023, eu vi a apresentação deles e achei muito legal. E eles são lá do meu bairro, em São Félix. Então decidi participar e hoje estou aqui feliz em estrear no festejo e representar meu bairro”, acrescenta.
A primeira representante da elite das juninas de Marabá a se apresentar foi a Balão de Chiita com o tema “O sertão vai virar mar”, que enalteceu a região nordestina e utilizou elementos tradicionais das juninas como a noiva que nasce no sertão e se muda para região sul em busca de oportunidades, mas acaba retornando ao seu lugar de origem.
A Vitória Rodrigues, 17 anos, foi uma das destaques com o tema xaxado, ritmo tradicional nordestino. “Coração está acelerado. Eu espero que a gente ganhe esse ano. Em 2009, foi nosso primeiro ano aqui, mas foi no grupo B, foi o ano que nós ganhamos, foi o ano que subimos para o grupo A. Foi um momento muito marcante. Agora queremos vencer também no Grupo A e nada melhor do que com um tema sobre o nordeste, berço dos festejos juninos”, comenta a estudante.
Para encerrar a noite, a atual campeã Fuá da Conceição levou o tema “Bailamazon – Uma odisséia na Amazônia Paraense”. O tema baseado em fatos teve como base da pesquisa as vivencias populares oriundas dos povoados da Amazônia Paraense, em especial do povo de Santa Luzia do Pará.
“Sempre dancei na Fuá. Ano passado foi maravilhoso ser campeão pela primeira vez e a expectativa da gente é ganhar de novo esse ano. Ano passado ganhamos justo no ano em que não consegui dançar. Então quero vencer esse ano, estando dentro. A gente tá falando da BailaAmazônia, que é um projeto do Pará. Está tão lindo. Vamos com tudo”, complementa a brincante Isabella Nascimento.
Quem preferiu aproveitar as atrações da Praça de Alimentação se divertiu com os shows de Lynda Sousa e DJ Renison Vip.
Nesta terça, 25, a programação abre com a Companhia de Dança Yaguara. Depois tem apresentações das Juninas Mirins Águia de Fogo e Coração Junino, Bois-Bumbás Senador e Treme-Terra, Juninas do Grupo Sedução Junina, Arrastão do Araguaia e Juninas do Grupo A Levada Louka e Splendor Junino. Na Praça de Alimentação, a agitação será promovida pelo Dj Dudu e Shows Gabriel e Banda e Cássio José.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Jordão Nunes e Sara Lopes
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