Esporte: Estudantes de Marabá conquistam 22 medalhas nos Jogos Estudantis Paraenses e Jogos Escolares Brasileiros
No sábado (23), 57 estudantes das redes pública e privada de Marabá participaram dos Jogos Estudantis Paraenses (JEPs) e da etapa estadual dos Jogos Escolares Brasileiros e Jogos Escolares Brasileiros sub-18, realizados em Belém.
A delegação marabaense voltou com um ótimo resultado, tendo conquistado 18 medalhas no atletismo, sendo 5 de ouro, 6 de prata e 7 de bronze. O xadrez conquistou um ouro e uma de prata e o judô voltou com uma medalha de ouro e uma medalha de bronze. Os jogos também renderam classificação para vários atletas nas etapas nacionais das competições.
Joecy Coutinho, coordenadora de Educação Física da Secretaria Municipal de Educação (Semed), explica que além destas competições a delegação de Marabá também participou dos jogos de basquete 3×3 e vôlei de praia. Os atletas marabaenses foram escolhidos, de acordo com o desempenho dos alunos nos Jogos Estudantis das Castanha ou seletivas específicas. “Normalmente a seleção é feita pelos Jogos Estudantis Marabaenses, mas anteciparam as competições esse ano a nível nacional, por isso utilizamos esses critérios”, explica.
Xadrez
A Isadora Vidal, 16 anos, foi a responsável por ganhar a medalha de ouro no único esporte da mente da competição, o xadrez. A aluna da Escola Pequena Príncipe conta que começou a jogar aos 12 anos.
“Tive muito interesse pelo esporte, mas eu não imaginaria que eu chegaria até aqui. Foi uma oportunidade muito legal e eu aproveitei bastante todas as partidas, ganhei quase todas e empatei uma. Grande parte das minhas amizades foi por causa do xadrez, me dedico e estudo bastante para jogar esse esporte. Hoje é parte importante da minha vida”, comenta.
Seu pai, Patrick Andrade, é só orgulho com o desempenho da filha. “Eu nunca gostei muito de xadrez e na minha área de atuação muita gente gosta. Então, para mim foi uma surpresa ver ela ir tão longe. Vamos continuar disputando as competições que ocorrem na cidade e na região. Dar todo apoio que ela precisar. Um orgulho”, comenta.
Juliano Rocha é professor de xadrez da Escola São Francisco e foi o professor que acompanhou a equipe de Marabá na competição. Ele explica que as escolas tem seus projetos de xadrez que iniciam normalmente nas aulas de educação física e acontecem uma vez por semana. “Nessas aulas os alunos vão começar a desenvolver a habilidade de começar a calcular, de começar a entender essa área do jogo, e dependendo do tempo que esse aluno tem com o tabuleiro, ele começa logo a se destacar”, explica.
Quando um aluno começa a se destacar, ele é incentivado a participar dos eventos que ocorre na cidade e é feito o mapeamento deles. “A gente começa a ver as escolas que aparecem no torneio, quem são os alunos que vivem em primeiro lugar, e vamos conversar com esses alunos e preparar nossa equipe para participar desses eventos”, acrescenta, destacando a utilização de recursos recursos on-line para jogar e que o nível na cidade tem crescido bastante com as ações desenvolvidas pela Associação de Xadrez Marabá e pela Secretaria Municipal de Esporte (Semel).
Judô
Já no judô, quem trouxe o ouro para Marabá foi a Laura Lacerda, 13 anos, estudante da Escola Geraldo Veloso. Ela pratica o esporte há três anos e meio e revela que se esforçou muito para buscar o resultado e sonha em seguir carreira no esporte.
“Eu tive que fazer preparação física, ter muita disciplina para eu ganhar essa medalha, dieta, foi toda uma trajetória. Desde que eu entrei no judô, eu sabia que era isso que eu queria para a minha vida, tipo, como uma carreira. Cada treino, cada campeonato, cada perda, cada vitória é um aprendizado para mim que eu vou levar para a minha carreira, pois é isso que eu quero para mim”, ressalta.
O entusiasmo e disciplina de Laura influenciaram toda a família como revela a mãe dela Jhennyffer da Silva Alves.
“Para mim foi um susto. Ela incentivou a família toda a fazer judô. Ela mostrou que queria aquilo para vida dela e a gente foi apoiando. Com o tempo todos nos apaixonamos (pelo esporte). Eu estava acima do peso e, por meio do esporte, eu melhorei. O judô ajuda a gente a sair da depressão, obesidade, zona de conforto, é apaixonante”, declara, não escondendo o orgulho da filha.
“Ela é muito disciplinada, não falta treino. Fico muito feliz de ver ela se desenvolvendo e vencendo. Eu estou babando e apoiando. Fui na competição com ela e foi muito bom ver ela ganhar. Não tem palavras para expressar a felicidade de vê-la chegar aonde está chegando”, complementa.
O professor Cintra de Oliveira comandou a equipe de judô na competição. Ele comunica que há um projeto do Estado para o esporte que conta com o apoio da Prefeitura e da Associação Marabaense de Artes Marciais (AMAM).
“A gente atende a vários alunos e várias escolas, atendendo alunos de 4 a 17 anos. A seleção dos alunos é feita dando preferência para alunos da rede pública de ensino e vários vereadores auxiliam também, através de emendas impositivas para compras de kimonos, faixas e outros materiais”, explica.
Ao comentar sobre Laura, ele garante que ela tem potencial para o esporte. “Ela se classificou para o brasileiro. Lutou com atletas que têm mais anos de experiência. Judô tem muito nervosismo. Muitos detalhes. Ficamos muito felizes com o desempenho obtido e com a medalha”, conclui o instrutor.
Atletismo
Entre as inúmeras medalhas de ouro conquistadas no atletismo, uma delas foi obtido pelo aluno do Acy Barros, Fallyque Hudson, de 16 anos, que competiu pela primeira vez no atletismo. “Já tinha viajado pelo futebol. Mas foi a primeira vez que consegui ganhar medalha. Foi uma conquista muito importante, porque quando eu cheguei lá eu estava bastante nervoso”, confessa, declarando que vai se dedicar ainda mais agora, já que conseguiu vaga para o campeonato nacional.
“Basicamente, agora eu vou treinar bastante, porque agora os jogos do brasileiro são muito mais difíceis. É treinar todo dia, porque quero chegar lá para ganhar. Treinar perna, corrida, resistência”, garante.
A Dulcineia Moraes, diretora do Acy Barros, conta que o trabalho de atletismo desenvolvido na escola é um trabalho que vem de longa data e fica feliz de ver os frutos do trabalho sendo colhidos. “Esse esporte, esse projeto aí que a prefeitura proporciona e dá suporte para esses alunos. Isso faz com que os alunos cada vez mais tenham interesse em participar de esportes e dar o melhor de si. Eu soube dos bons resultados no domingo. Estava em casa deitada quando me mandaram as postagens. Já compartilhei na hora com as famílias, professores, todo mundo. Foi só alegria”, comemora.
O professor de educação física Paulo Alencar liderou a equipe de atletismo na competição. A escola Acy Barros foi a campeã dos jogos da Castanha em 2023 e por isso foi o selecionado para comandar os alunos. “Na categoria 12 a 14 anos, o aluno representa a escola. Na categoria 15 a 17 é uma seleção municipal. O professor escolhido campeão do Jogos da Castanha no final do ano tem a prerrogativa de poder chamar outros atletas para formar a seleção de Marabá. Então, peguei um grupo da minha escola e reforcei com atletas de outras escolas para fazer a seleção nas várias modalidades”, explica.
Ele comenta que os treinamentos no atletismo são feitos nas escolas e também é utilizado a pista da Estação Conhecimento. “Eu acho que esse ano, tivemos um aproveitamento muito bom, agradeço o apoio dos pais da direção da escola, a coordenadoria de educação física da Secretaria de Educação por esse desempenho, espero que a gente chegue bem na etapa nacional, que a gente classificou com os atletas municipais”, conclui.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes e divulgação