Semel: Ginástica Artística reúne 120 alunos no projeto que desperta interesse da garotada
A Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de Marabá (Semel) possui turmas de diversas modalidades esportivas a fim de atender crianças e adolescentes do município. Uma das modalidades é a Ginástica Artística, cujas aulas ocorrem no Ginásio Renato Veloso, na Folha 16 e na Escola Ida Valmont, no bairro Belo Horizonte.
O professor Bruno Pantoja é o responsável pelo projeto de ginástica artística da Semel, que iniciou há cerca de dois anos. A ideia surgiu a partir de seu próprio projeto pessoal, o Ginástica Marabá. Como principal incentivador da atividade na cidade, as duas iniciativas do professor possuem hoje cerca de 120 atletas inscritos, se configurando no segundo maior polo da modalidade no estado.
O professor pontua que a ginástica artística teve grande adesão na cidade e aumentou o interesse de crianças e adolescentes em participar do projeto. O professor ressalta os benefícios perceptíveis no desenvolvimento dos atletas.
“Com o advento da ginástica aqui para Marabá, observamos muito através do feedback dos pais conversando conosco, a melhora na questão da organização, da disciplina e da concentração na escola. Então, isso, para essas crianças utilizarem o tempo livre para um esporte que é reconhecido – O Brasil já é referência nesse esporte – é muito importante porque mexe com valores de formação dessas crianças. Então, elas melhoram a autoestima, organização e o trato com outros atletas”, observa.
O professor detalha ainda que muito do que os pais e as próprias crianças e adolescentes tinham em seu imaginário sobre a atividade vinha do que assistiam na televisão e redes sociais, das competições e apresentações dos ginastas brasileiros que são referência.
“Logo no início quando eu comecei, se tinha muito medo de praticar porque elas imaginavam logo fazendo mortal, duplo twist carpado. Só que isso requer uma preparação. Você pode ver que elas estão fazendo atividade no tatame para atividades que não são tão acrobáticas, mas que requerem uma proteção”, afirma.
O desenvolvimento nos níveis de dificuldade dos movimentos acompanha o próprio desenvolvimento corporal dos atletas, a fim de garantir que executem as acrobacias certas e adequadas para a idade.
Atletas que fazem parte tanto da equipe da Semel quanto do projeto pessoal de Bruno Pantoja, já representaram Marabá no campeonato estadual, conseguindo a vitória nos 1º, 2º e 3º lugares.
“A Federação Paraense de Ginástica já olha para cá com outros olhos porque está se iniciando um processo de formação que está dando muito certo e essa questão do conhecimento, quando elas chegam, a gente vai trabalhando de acordo com a Confederação Brasileira de Ginástica”, explica.
Ayla Gabriele tem 11 anos e mora na Folha 28. Ela faz parte do projeto de ginástica artística da Semel no Ginásio da Folha 16. Ela conta que os movimentos do solo e a música são o que mais chamam sua atenção na atividade e deixa uma mensagem para outras crianças e adolescentes interessados em praticar a atividade.
“Eu tentava refazer em casa, eu treinava sozinha. Meu sonho sempre foi ser ginasta, mas eu não sabia que aqui tinha, eu vim descobrir isso no ano passado. Eu pedi para a minha mãe. Melhorou o equilíbrio, a força e eu já dançava, porque tem coreografia. Apesar de ser difícil, que elas não desistam porque uma hora ou outra a gente vai acabar se encontrando naquilo que a gente gosta”, destaca a atleta.
“Meu grande sonho é ser ginasta e meu pai já sabia, então ele me matriculou aqui e comecei a fazer. Eu já via na televisão, foi isso que me fez gostar. Eu gosto dos ensaios. A gente treina para as competições”, conta.
A pequena Isis Vitória, 9 anos, mora na Folha 6. Ela também faz parte da turma de ginástica artística do Ginásio da Folha 16.
O pai de Isis Vitória, Isaías Sousa, compartilha sobre as melhorias que a atividade trouxe para o desenvolvimento da filha. Ele soube sobre as aulas por meio do site da prefeitura e matriculou a filha na Ginástica Artística e o filho no Karatê.
“Ísis melhorou bastante com relação a foco, tem um objetivo, vir para cá, participar das aulas. Em casa, ela treina, se dedica. É importante ter algo para fazer, participar de competições. Ela é pequena, mas tem muita energia. O foco desde o início era esse, ter uma ocupação para ela”, diz.
Ter uma atividade para colocar a filha Maria Luiza, 6 anos, em movimento, foi um dos motivos que fez Eukania Barbosa matriculá-la na Ginástica Artística. Ela também ressalta o quanto a filha se desenvolveu a partir da atividade, que começou neste ano. A empreendedora ainda elogia a iniciativa.
“A Maria Luiza melhorou no sentido de ter mais disposição física. Hoje ela tem uma leitura corporal e uma consciência corporal melhor. Foi um incentivo meu. Ela estuda, faz outras coisas, mas eu achei importante equilibrar a questão de movimentar o corpo desde pequena. Eu acredito que isso contribui também para o todo. Eu fiquei bem surpreendida quando descobri, me mandaram uma propaganda falando a respeito dessa ginástica que seria pública, da Prefeitura, aqui nesse ginásio, com essa estrutura, eu fiquei muito feliz. Super divulguei, super incentivei pela importância que é para as crianças. Eu achei uma iniciativa maravilhosa e que continue, que as pessoas tenham mais consciência disso, mais iniciativa de trazer seus filhos para cá”, declara.
Serviços
As aulas são voltadas para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos. Atualmente, ainda há vagas nos dois polos de aula: Ginásio da Folha 16 e Escola Ida Valmont. Para realizar a matrícula é necessário as cópias do CPF e RG da criança/adolescente e dos pais, além do comprovante de residência. O projeto também realiza o acompanhamento das notas da criança por meio do boletim escolar.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Secom