FCCM: Parque Ambiental na Vila Murumuru terá laboratório, salas de pesquisa, trilhas e trapiche
Um espaço para realizar pesquisas científicas de nossa fauna e flora, trabalhar a educação ambiental com alunos e professores do município e aberto para visitação pública de forma geral está em construção na Vila Murumuru, distante cerca de 33 quilômetros do centro da cidade. O Parque Ambiental João Anselmo pretende ampliar as opções de estudos sobre o meio ambiente em Marabá.
O parque tem cerca de 222 mil metros quadrados e está localizado à esquerda de quem segue viagem de Morada Nova à Vila Murumuru. No local, está sendo construído três blocos, além da portaria, onde irão funcionar como salas de aula e de pesquisa, como também espaço para palestras com estudantes e demais visitantes.
A presidente da Fundação Casa da Cultura, Wânia Gomes, está otimista em relação à entrega do Parque para a comunidade escolar e científica da região. Segundo ela, será um momento de grande importância para o trabalho de Educação Ambiental e Científica pois tem o objetivo de receber pesquisadores de todo o país para estudar sobre a fauna e flora da Amazônia.
“A vereadora Vanda Américo (ex-presidente da FCCM), acompanhou todas as etapas do projeto e hoje estamos dando essa continuidade de um projeto extremamente importante para a região. Nós teremos uma casa de apoio com escritório e alojamento para visitantes, pesquisadores, vamos ter uma sala de aula com laboratório, uma trilha suspensa até o rio Murumuru, então é um parque nesse formato moderno e estamos cumprido todas as leis ambientais de preservação. É um patrimônio material muito importante para a cultura e meio ambiente da nossa cidade e da nossa região”, destacou Wânia Gomes.
Como ressaltado pela presidente da FCCM, no parque já foram demarcadas e estão sendo sinalizadas 11 trilhas, podendo chegar a 20, sendo uma em madeira suspensa com 132 metros com acesso ao trapiche, às margens do rio Murumuru. Além das construções, das três estruturas que estão sendo preparadas para receber os visitantes, o parque já recebe o trabalho de especialistas que fazem levantamento da fauna e da flora do local.
A equipe é chefiada pelo biólogo Ananis Lopes, da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), instituição responsável pela administração do Parque Murumuru, como está sendo chamado. Até o momento, foram identificadas e catalogadas duas mil espécies de árvores e dezenas de aves, mamíferos e roedores.
“Nós terminamos o levantamento de fauna, inclusive a gente conseguiu identificar 100 espécies de aves dentro de uma área de cinco alqueires. Foram identificados 19 de mamíferos, 17 de lagartos, inclusive tem uma espécie de aves que é a primeira ocorrência para o município de Marabá, está lá dentro do Parque Municipal, e já foi registrado também no WIKIAves, um site que é utilizado mundialmente pelos pesquisadores. A gente também já conseguiu identificar três espécies de aves consideradas vulneráveis à extinção”, pontuou.
Ainda de acordo com Ananis Lopes, dentre as árvores identificadas e catalogadas está a Castanheira, árvore símbolo da cidade de Marabá e também a Virola, árvore bastante utilizada na medicina popular amazônica e está ameaçada de extinção.
“Há dois mil árvores identificadas lá dentro, com placa e tudo, e estamos fazendo o levantamento das espécies de árvores quantas tem, porque essas duas mil são várias espécies lá dentro, mas a gente pelo menos já sabe que tem a virola, que é uma árvore muito utilizada tanto na medicina tradicional, como utilizada para produção de essências, perfume, e inclusive tá considerada vulnerável a extinção justamente por causa da grande procura e uso e tem árvores também bem característica aqui da região”, explica o biólogo.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio