Cultura: Na Arena Junina, Boi Brilho da Noite levará mistura de ritmos para representar o KM 7
O Boi-Bumbá Brilho da Noite, um símbolo do bairro Km 7, está em pleno ensaio para as apresentações deste ano, trazendo consigo um legado de tradição e impacto social. Fundado em 2009, o grupo não apenas mantém viva a cultura do Boi-Bumbá, mas desempenha um papel crucial na transformação de vidas na comunidade.
“Aqui é um grupo de Boi, mas também é família. Resgatamos muitas crianças da rua, ajudamos os pais e mostramos o poder da cultura para eles”, explica Manoel dos Reis, coordenador do Boi Brilho da Noite.
Com 120 participantes, sendo 90 dançarinos, o Boi Brilho da Noite envolve participantes de todas as idades, de 07 a 78 anos, e inclui três dançarinos venezuelanos, como explica o Maciel dos Santos, presidente da agremiação.
“Nossa intenção é tirar as crianças da rua, os jovens, os adolescentes e até os idosos, dando-lhes uma oportunidade de serem produtivos e felizes. Trabalhamos para não deixar essa cultura acabar em Marabá e para passar essa tradição para as próximas gerações”, afirma.
Com o tema “Misturas e Ritmos”, que promete uma inovação, o Boi Brilho da Noite busca reconquistar o título de campeão, que não vence desde 2015. O coordenador lembra das dificuldades do início, mas se orgulha das conquistas. “Nós lutamos muito para chegar até aqui. Nosso objetivo é ser campeão este ano e mostrar nossa competência na arena”, afirma Manoel.
“Vamos fazer uma mistura de ritmos e trazer a nossa própria cultura para Marabá”, revela Maciel.
Entre as novas dançarinas está Adrianis Salazar, de 15 anos, que se mudou da Venezuela para Marabá com seu pai. “No ano passado, eu fui à arena ver os Bois e fiquei interessada em dançar este ano. Temos essa cultura lá na Venezuela, mas é diferente. Fui muito bem recebida por todos e a expectativa está alta para fazer minha estreia”, compartilha.
Johanna Carrasquel, de 24 anos, também venezuelana, encontrou no Boi Brilho da Noite uma conexão com a paixão pela dança. “Eu cheguei aqui no Brasil por conta da minha família. Vi o grupo dançando na arena e quis entrar no Boi Brilho da Noite. A expectativa está bem alta”, diz.
Luciana de Sousa, puxadora do Boi, dança desde os 11 anos e faz parte do grupo desde 1996, quando ainda tinha outro nome e estrutura. “A responsabilidade é grande. Quando chega lá na arena, você quer dar o seu melhor. Temos muitas surpresas para o público este ano”, promete Luciana, destacando a determinação do grupo em buscar o título.
O Boi Brilho da Noite continua a ser um exemplo de como a cultura pode transformar vidas e fortalecer a comunidade. Com cada ensaio, eles reforçam seu compromisso com a tradição e a inovação, prometendo dar o seu melhor na Arena Z-30 este ano.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Salvo Calvo