Secult: Biblioteca Orlando Lobo sedia lançamento de livro infantil de Cláudia Borges, nesta quinta (10)
A escritora e professora Cláudia Borges lançará o livro Se Esta Rua Falasse, pela editora Casa, no dia 10 de outubro, a partir das 19h30, na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, Praça São Félix de Valois, na Marabá Pioneira. Esta é a segunda obra da autora, que conta com ilustrações dos artistas plásticos Nathanael Marques e Bino Sousa, que ajudam a compor o exemplar de 28 páginas.
O livro retrata tudo que a autora assistiu na janela de sua casa, na Folha 16, Nova Marabá. Velho do Saco, a figura do homem que vende peixe, entre outras histórias. O objetivo da escrita, segundo ela, é sempre trazer à tona essa infância tão querida que viveu ali. O estilo é conto autobiográfico e os personagens são pessoas que conheceu e vivenciou.
A outra publicação dela é “O Menino e a Matinta”, lançado em 2022, pela Editora Folheando. A autora também atua como professora e contadora de histórias e possui ainda o perfil no Instagram @baudaclaudinha, onde compartilha a experiência da leitura com os filhos Arthur e Davi, de 12 e 6 anos, respectivamente.
Livro
“E Se Esta Rua Falasse” é uma obra que nasceu em 2014. Foi um momento de imersão na sua infância, em que lembrou de muitos fatos históricos que aconteceu na sua rua, situações que aconteciam somente naquele momento.
“Então, eu tento trazer a protagonista Mel com tom memorialístico e, ao mesmo tempo, com aquele olhar inaugural da criança. Aquele olhar que ele fica boquiaberto com tudo que ele vê, que ele quer experimentar, que ele é curioso. A criança vai em busca de comprovar, aquela coisa da criança filósofa que pergunta, que vai atrás, que vive através da lupa, do olhar, aquele olhar que sempre está procurando algo diferente, que não se contenta com respostas vazias”, explica ela.
E a janela é esse local em que a menina vai ter acesso às situações do cotidiano, aparentemente banais, que nada vai somar à vida dela, mas ela faz um mergulho, uma imersão e vai questionando. E não para por aí. Ela vai começar a observar os tipos sociais que passam na rua. Ela vai tentar viver, através da janela, momentos do dia. Ela está doente, nesse dia não vai à escola e fica na janela contemplando. Não da faixa etária dela, mas que tem uma história de vida que vai mexer com ela. E nisso tem cores, tem cheiros, sabores, texturas.
A obra toda vai buscando trazer a Marabá desse período, uma Marabá que é multifacetada, uma Marabá miscigenada, com pessoas de vários lugares do Brasil, esse grande corte de retalho que é Marabá.
“É esse corte de retalho que vai formulando todo dia cada um de nós que moramos aqui. Viver com o diferente, conviver com o diferente, os diferentes. Mostra também a questão da vizinha, daqueles momentos que na rua nós tínhamos de contemplar, de conversar na porta de casa, quando alguém falecia, que a rua toda ficava solidária, triste, mas que a vida tinha que continuar”, conta a autora.
Biografia
Francisca Cláudia Borges Fernandes, conhecida artisticamente como Claudinha, nasceu em Vitória, Espírito Santo, mas se considera marabaense, já que vive aqui desde os dois anos de idade. Sua infância sempre foi rodeada por livros, que eram lidos pela mãe, e por histórias que ouvia do pai.
Formou-se em Letras pela Universidade Federal do Pará (UFPA), campus de Marabá, em 2008, e concluiu pós-graduação em Contação de Histórias e Mediação de Leitura pela Esamaz, em 2018. Em 2020, obteve o título de mestre em Letras pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
Atualmente, leciona nos Ensinos Fundamental II e Médio no Sesi Marabá e também no Centro Educacional Disneylândia, já tendo atuado em várias escolas públicas e particulares de Marabá e Parauapebas. Atuou como professora mediadora de projetos de leitura na Biblioteca do Professor e na Biblioteca Municipal Orlando Lima Lobo, com ações itinerantes pelas escolas de Marabá entre 2013 e 2014. Trabalhou na Secretaria Municipal de Educação (Semed) e foi uma das idealizadoras do Programa Marabá Leitora, que busca influenciar milhares de crianças marabaenses a terem experiências tão belas e profundas com a leitura como a dela.
Claudinha é também contadora de histórias, com trabalhos realizados individualmente e em grupo nas cidades de Marabá e Parauapebas, especialmente em ambientes escolares, praças, shoppings e no ciberespaço.
No momento, Claudia faz parte do Mocoham (Movimento de Contadores de histórias da Amazônia), mas também já integrou os grupos Historiar-te, Trupe Paneiro de histórias e Rede Marabela.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Arquivo pessoal