Seaspac: Imigrantes venezuelanos da etnia Warao recebem serviços de saúde e apoio social
Desde 2017, a Prefeitura de Marabá, por meio da Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), realiza um trabalho contínuo de acolhimento e assistência à comunidade indígena Warao, que migrou da Venezuela para o município. No Acolhimento Institucional Para Famílias Imigrantes da etnia Warao, essas famílias recebem uma série de serviços essenciais, que incluem atendimento de saúde e apoio social.
Jeanne Costa, enfermeira da Unidade Básica de Saúde (UBS) Demósthenes Azevedo, explica a importância das ações voltadas para a saúde dessa comunidade.
“Estamos realizando uma ação de em saúde, com vacinas, coleta de PCCU, consultas médicas e atualização das carteiras de vacinação. Nossa missão, além de garantir os atendimentos a eles, também é é promover a adaptação deles à nossa cultura, sem que percam suas tradições, mas garantindo que entendam a importância de cuidar da própria saúde”, afirma Jeanne.
Ela ainda destaca que essa assistência ocorre mensalmente e aproximadamente 68 venezuelanos, incluindo 22 crianças, são atendidos regularmente.
O cacique dos Warao, Adrian José Pérez Martins, que está em Marabá há três anos com sua comunidade, enfatiza a importância desse suporte para a comunidade.
“Estamos aprendendo a cultura brasileira e essas consultas são fundamentais para sabermos quais doenças precisamos tratar. Agora, com esse acolhimento, nossas crianças e adultos estão recebendo o que precisamos para cuidar da nossa saúde”, explica.
Além do suporte de saúde, a assistência social também desempenha um papel crucial no acolhimento. Alana Barros, coordenadora do Acolhimento Warao da Seaspac, detalha os serviços oferecidos, que vão além da saúde.
“Proporcionamos alimentação, moradia, condições de higiene e acesso à educação e ao trabalho. Todos estão cadastrados nos programas sociais, como o Bolsa Família, e as crianças estão matriculadas em escolas regulares”, disse. Ela também destacou a necessidade de empatia da população local para com os imigrantes, que ainda enfrentam preconceito.
A médica Jamile Liberato, da UBS Demosthenes Azevedo, que atende os indígenas nas ações médicas no abrigo, ressaltou as dificuldades iniciais em garantir que os Warao aderissem aos cuidados preventivos.
“Muitos eram relutantes em comparecer à UBS. Então, decidimos realizar ações no próprio abrigo, oferecendo consulta médica, vacinação e suplementação alimentar. Esse trabalho tem dado resultados e já notamos uma melhora na adesão às campanhas de vacinação”, conta Jamile.
Rosângela Martins, gerente da UBS Demósthenes Azevedo, também destaca a importância dessas ações para a comunidade.
“Nosso objetivo é educá-los sobre a necessidade de cuidar da própria saúde, algo que não faz parte da cultura deles. Com o tempo, conseguimos quebrar as barreiras e integrar essas famílias aos nossos programas de saúde”, explica.
Esse trabalho é realizado há mais de dois anos e continua a promover uma transformação positiva na vida dos indígenas Warao em Marabá, garantindo-lhes acesso a direitos básicos e possibilita uma convivência saudável entre as culturas.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Arthur Constantino, sob orientação do repórter