Mês de maio é marcado pelo Dia da Luta Antimanicomial, que é lembrado no dia 18 deste mês. Com o intuito de reforçar a causa, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Unidade Castanheira elaborou uma programação durante todo o mês, promovendo o apoio aos pacientes com algum transtorno, além de debater o preconceito contra as pessoas que vivam com alguma condição emocional e/ou mental.  

Katiane Chaves, coordenadora da unidades, conta que esse é um movimento social e político que se opõe ao sistema de internação em hospitais psiquiátricos e que  defender a desinstitucionalização e o tratamento em liberdade das pessoas com transtornos é um dos principais objetivos.

“É chamar a atenção da população em geral com relação a importância desse tema que é tão importante. Combater todos os estigmas e preconceitos direcionado a esse tema, o movimento busca garantir os direitos humanos e a dignidade das pessoas em sofrimento mental”.

A agenda começou no dia 10 com uma visita na Bienal das Águas, na Velha Marabá, seguido por um evento realizado no Partage Shopping com roda de conversa e dança de carimbó.

De 12 a 16 de maio, a unidade realiza a Semana da Produção Criativa, que envolve os servidores no acompanhamento e condução dos pacientes na criação de artesanatos e artes em geral, para estimular os grupos terapêuticos do CAPS. 

Dia 15, a programação segue atendimentos ao público em geral, com cuidados à saúde mental. Inicia às 8h com alongamento e na sequência, exposição de poesias, depoimentos e falas dos pacientes e familiares, encerrando às 11h com apresentação musical com o Grupo de expressão corporal – grupo esse desenvolvido com os pacientes do CAPS.

Uma caminhada com outros grupos além da unidade Castanheira, será formada no dia 18 na Orla da Velha Marabá a partir das 7h e ao finalizar a caminhada, terá uma apresentação do grupo de carimbó Pérola Castanheiras.

Para o dia 20, será executada uma roda de conversa na  Faculdade de Ciências Médicas do Pará (Facimpa), às 8h. Serão trabalhadas discussões dos eixos temáticos com os participantes, com apresentação musical do Peróla Castanheira, carimbó e exposição de artesanato. É voltado aos profissionais e estudantes das variadas áreas de saúde, porém é aberto ao público geral.

A programação em alusão ao mês da luta antimanicomial encerra no dia 30 na Praça Maçom (Folha 29), onde vai acontecer apresentações das atividades coletivas trabalhadas pelas oficinas e grupos terapêuticos e as apresentações confeccionadas na Semana de Produção Criativa.  Na ação ainda terá doação de mudas, oficinas de jardinagem, oficina de bordado, entre outros. 

A conscientização da luta antimanicomial é uma causa importante. Esse tema deve ser debatido em todos os âmbitos sociais e a supressão dos estigmas causados por pensamentos preconceituosos é necessário para nós, enquanto sociedade, possamos progredir democraticamente.

Para Saber Mais

Existem diversos materiais que nos alertam quanto à opressão causada por manicômios aos pacientes, um deles é o livro reportagem Holocausto Brasileiro. Nele, Daniela Arbex conta os horrores cometidos pelo Hospital Colônia de Barbacena-MG durante os anos de funcionamento. Pessoas, que em sua maioria não tinham diagnóstico, eram  submetidos a uma série de torturas e situações sub-humanas que o hospital oferecia e o livro traz diversos relatos de sobreviventes de uma das maiores tragédias em solo brasileiro. O livro ganhou um documentário homônimo em 2016 que aborda com uma riqueza de detalhes sobre a dita “Cidade dos Loucos”.

Texto: Kauã Fhillipe
Imagens: Arquivo Secom