O centro comercial da Folha 28, na Nova Marabá, recebeu uma blitz da Campanha Maio Laranja, de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, nesta sexta-feira, 16. A ação contou com panfletagem, exposição de cartazes e entrega de adesivos para motoristas. O Centro de Referência da Assistência Social (Cras) da Folha 13 esteve à frente da ação que também contou com representantes do Conselho Tutelar. 

O objetivo da blitz é fomentar a conscientização sobre o tema da campanha e levar informação para a sociedade. A Folha 28 foi escolhida por causa do intenso fluxo de pessoas que passam pelo centro comercial da localidade todos os dias.

“Se você identificar alguma criança passando por possível negligência, abuso, denuncie, disque 100, seja a voz dessa criança. Essa criança muitas vezes está pedindo socorro, então, fique atento, olhe para o lado. Às vezes, o abuso está ao nosso lado e, na maioria das vezes, dentro da nossa casa”, pontua Cynthia Hoana, coordenadora do Cras da Folha 13.

Algo explicado durante a blitz, presente nos materiais impressos entregues, é a diferença entre abuso sexual – que é a utilização do corpo de criança e adolescente por um adulto ou adolescente para a prática de atos sexuais – e exploração sexual – que configura-se pela utilização de crianças e adolescentes com o intuito de obtenção de lucro ou troca de outra natureza. A exploração sexual pode ocorrer nas seguintes formas: exploração sexual mediante prostituição; pornografia envolvendo crianças e adolescentes; tráfico para fins de exploração sexual; e turismo com motivação sexual.

O abuso sexual causa sequelas para o resto da vida, segundo Ariane Rocha, psicóloga que atua no CRAS da Folha 13. Pessoas que foram vítimas de abuso podem ter dificuldades emocionais e de relacionamento, por exemplo. Para ela, a informação é essencial para mobilizar a temática da campanha.

“Então, a gente traz essa informação para os pais, avós, como a gente tenta levar para as crianças para identificarem quando elas se sentem incomodadas. Se aquilo incomoda, se aperta o coraçãozinho delas, então, já está na hora de procurar alguém que ela tenha confiança para falar sobre o assunto”, ressalta.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é em 18 de maio e a data rememora que, em 1973, uma menina chamada Araceli, da cidade de Vitória, no Espírito Santo, foi sequestrada, dopada, estuprada e assassinada. O corpo foi encontrado seis dias depois desfigurado por ácido. Em 2000, a data foi instituída por meio de Lei Federal.

“A gente tem que entender que o 18 de maio não é comemoração, é combate, é enfrentamento contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Quando a sociedade se cala, a criança e o adolescente padecem. Nós somos a voz da criança, somos a voz do adolescente. Não podemos nos calar. Infelizmente, esse tipo de situação não escolhe dia nem mês para acontecer, acontece nos 365 dias do ano e nós temos que estar atuantes durante todo o período, combatendo todo tipo de violência, inclusive o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes”, destaca Suzi Sacramento, Conselheira Tutelar do núcleo Nova Marabá.

Marilene da Conceição trabalha na Folha 28 e recebeu um panfleto. Ela acredita que a Campanha Maio Laranja é necessária para alerta a sociedade.

“Eu acho muito importante essa campanha que estão fazendo até porque hoje em dia existe tanta criança sendo abusada sexualmente, verbalmente, trabalho. Estamos precisando conscientizar as pessoas. Para mim, é ótimo e que continuem essa campanha”, afirma.


Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Lúcio Silva