
Saúde: Caps III realiza roda de conversa sobre luta antimanicomial com usuários e acadêmicos da área
Como parte da programação do Dia da Luta Antimanicomial que acontece durante todo o mês de maio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) por meio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III Castanheira promoveu nesta terça-feira, 20, uma roda de conversa no auditório da Facimpa, com usuários do Caps, representante da Secretaria de Saúde, representante da Seaspac e da própria faculdade, além de rodas de eixo temático, apresentações musicais e exposição de artesanatos produzidos pelos usuários do Caps. O tema é ‘Luta Antimanicomial: uma responsabilidade de todos’.
A coordenadora do Caps, Katiane Chaves, afirma que esse é um momento importante para discussões e reflexões referentes à saúde mental.


“Levando em consideração os vários espaços no qual a saúde mental precisa ser pontuada, precisa ser abordada, como por exemplo no leito familiar, nas escolas, nas praças, nas redes sociais, nas instituições de saúde, em todos os espaços. Importância desse dia é relatar sobre um processo de luta que não é de hoje. Há muito tempo a saúde mental busca novos caminhos e restaura novas possibilidades para de fato fornecer uma assistência à saúde mental de qualidade aos nossos usuários”, fundamenta.
Katiane ainda comenta que todo o material fornecido para os participantes foi produzido pelos pacientes do Caps nos grupos terapêuticos.
A psicóloga e primeira-dama, Lanúzia Lobo, ressalta que a luta antimanicomial é fundamental e que a reforma que aconteceu em 1980 garantiu a inclusão na sociedade do sujeito que antes era estigmatizado.



“Essa reforma fez com que as pessoas que tinham transtornos mentais pudessem ter acesso a um tratamento diferenciado. A gente vê muito inclusive em filmes, pessoas que tinham transtornos mentais e as outras pessoas achavam que elas eram loucas ou endemoniadas e elas eram tratadas de maneira extremamente desumana, ficavam excluídas da sociedade, nos manicômios, nos sanatórios, sofrendo vários tipos de violência. Então essa reforma psiquiátrica garante a inclusão desse sujeito na sociedade, fazendo com que o tratamento agora passe a ser dentro da sociedade”, fundamenta a psicóloga.
Ela ainda frisa que a atual gestão dá apoio a essas ações e principalmente à rede básica de saúde.
“A gente precisa trabalhar a prevenção para que possamos garantir números menores de adoecimentos mais graves, mais agudos, que é o público do Caps. Desejamos dar todo o apoio para a atenção básica, mas também dar o apoio para a atenção intermediária, média e alta complexidade. Todo apoio que precisar é o nosso interesse, porque saúde mental tem a ver com questões sociais, com cidadania. E desejamos que a nossa sociedade de Marabá seja reconhecida como uma cidade que cuida da saúde mental dos seus cidadãos”.
A enfermeira Gisele Freitas estava representando a SMS e comentou que a luta antimanicomial é contra o tratamento que era realizado em manicômios.


“O tratamento antes dele era todo manicomial, então era internação prolongada e condições desumanas de tratamento. Com essa luta, hoje a gente consegue ter o tratamento desse paciente no território. Esse paciente consegue fazer o tratamento e viver em sociedade. Antes ele era segregado, era retirado da liberdade, não tinha direitos como pessoas. A gente entende que se esquecermos essa luta vai ter sido em vão. Necessitamos estar em constante conversa, discussão para que isso venha a melhorar, para que a gente consiga ter um cuidado e liberdade de forma contínua e eficaz”, pontua.
O aposentado Paulo Peres é usuário do Caps e compôs a mesa de abertura do evento como representante do Caps. Ele comenta que há muitos anos existe essa luta contra os manicômios.


“As pessoas passavam por torturas, e isso não vai acontecer mais, com certeza. E eu vou falar também sobre o aconchego de como o Caps trata a gente. Eles têm uma denominação que não chamam a gente de doente. Eles chamam a gente de acolhido. É um gesto muito bom. Eu acredito que todos eles são, pra mim, uma família que trata a gente da recepção aos médicos com todo carinho. Todos somos iguais.
O acadêmico de Psicologia da Unifesspa, José Matheus Araújo, é participante do evento e diz que conscientiza a população da importância, tanto da luta antimanicomial quanto da importância do Caps como instituição que rompe com essa realidade dos manicômios e dos hospitais psiquiátricos.


“Ele vem inserir essas pessoas numa conjuntura para que elas se sintam acolhidas, acompanhadas por uma equipe multidisciplinar e também sintam-se humanas, que significam essas pessoas e as suas condições psiquiátricas, mas não no olhar medicamentoso ou de exclusão, mas sim também no olhar humano. Elas têm uma condição e precisam ser ouvidas e cuidadas, mas não excluídas, precisam ser inseridas”, expõe.
A professora Gianne Sara Rebelo, usuária do Caps, reforça a importância das pessoas se aceitarem e procurarem ajuda.


“Esse evento é muito importante para todos nós. É um evento para toda a sociedade marabaense. Tem muitas pessoas que precisam de acompanhamento e não procuram. Eu me aceitei como pessoa que precisa desse acompanhamento, faço parte do Caps, sou do grupo Mulheres Que Brilham e temos uma equipe muito profissional, um atendimento excelente com psicólogos, terapeutas, psiquiatras. O acolhimento é excelente, é exemplar”, finaliza.






Texto: Fabiana Alves
Fotos: Lúcio Silva
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