A Escola Pedro Peres Fontenelle, localizada em Morada Nova, sediou na noite de quarta-feira, 28, a 1ª Gincana Integrada da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e do Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA) promovida em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed). Além da escola anfitriã, as outras escolas e anexos participantes foram Escola Municipal São Félix e Walquise Viana com os alunos divididos entre equipe Azul e Branco.

Sob o tema “Cop 30: Preservando o meio ambiente para um futuro melhor“, as atividades tiveram o objetivo de despertar o interesse dos alunos para questões ambientais através de atividades lúdicas, debates, desafios ecológicos e ações sustentáveis.

Adriana Machado, coordenadora do EJA no município, esteve representando a Semed e explica que esse é um momento importante porque mobiliza e protagoniza a participação dos jovens e adultos.

“Essa gincana interdisciplinar é que vai mobilizar os saberes, a cultura, a tradição, a experiência que esses alunos já vêm trazendo para dentro da sala de aula. Esse momento é um momento muito importante da gente estar divulgando o pacto nacional pela alfabetização de jovens e adultos e também no município de Marabá. Essas pessoas elas têm o direito de se alfabetizar com dignidade, com direito a uma educação de qualidade”, salienta Adriana.

A coordenadora do CEEJA da Escola Pedro Peres, Renata Magalhães, explica que a escola já promove essa gincana há quatro anos e esse ano resolveram trazer outros anexos para participar.

“A gente preferiu convidar os outros anexos também para participar nesse momento tão importante e dessa discussão que é mundial, que é a COP30. Hoje aqui é a culminância, e na verdade, esses jovens, adultos e idosos, passaram por outros processos, visitaram locais e perpassaram pelo teórico também. Todos os anexos fizeram aulas práticas nas salas de aula e fora também”, esclarece a coordenadora.  

Dentro da gincana os alunos cumpriram várias tarefas que valiam pontos, como caracterização das equipes, grito de guerra e mascote. Na culminância do projeto realizaram provas como a dos 3Rs, coleta seletiva, resolução de situação problema, caça-palavras e outras.

Helena Viana Lima, diretora da Escola Pedro Peres, ressalta que a gincana promove uma aproximação maior dos alunos e professores.

“A gente vê o esforço deles em vir participar e a gente vê essa aproximação, o tanto que eles tentam buscar para aprender mais e mais. São alunos que já vem cansados, mas essa é uma oportunidade para ele estar continuando os seus estudos. E eles estão de parabéns. Nunca é tarde para estudar”, pontua.

Um dos alunos mais experientes é o agricultor Manoel Rodrigues da Silva, que tem 75 anos e estuda a primeira série.

“Eu fiquei viúvo, fiquei sozinho em casa e vim aqui na escola, ganhar mais conhecimento com o povo, porque eu não tenho muito conhecimento. Tô fazendo amizade com o pessoal da escola. Nunca é tarde. As professoras são muito delicadas com a gente. São ótimas pessoas. Os alunos que acompanham a gente também. São uns amigos muito bons”, elogia seu Manoel.

Outra aluna que estava animada com a gincana é a dona de casa e sacoleira Lindinalva Aparecida da Silva, 68 anos, que não sabia ler e aprendeu graças ao EJA.

“Comecei a estudar no ano passado e esse ano eu já sei assinar meu nome direito, eu leio muitas palavras que a professora manda. Era meu sonho que eu pudesse aprender e graças a Deus, eu estou muito alegre por isso, e as professoras são muito legais. Aprendi também proteger o planeta Terra. A reciclagem, que aqui ninguém sabia. Mexer com o lixo orgânico, eu já sei. Só tem que agradecer a Deus, que é só maravilha pra nós”, reconhece a dona de casa.

Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sara Lopes