Este mês é marcado pelo Junho Violeta, campanha mundial de conscientização contra a violência à pessoa idosa. O assunto foi tema de uma programação especial no último dia 12, na Câmara dos Vereadores.

Em Marabá, a Prefeitura promove uma série de ações educativas e de saúde voltadas para a proteção e valorização dos idosos, com a participação de diversos setores, como a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e entidades acadêmicas. A programação iniciou com uma capacitação voltada aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e gerentes das Unidades Básicas de Saúde, como parte das ações da Atenção Primária.

A coordenadora da Saúde da Pessoa Idosa, Jafia Reis Oliveira, explica  que o Junho Violeta é um chamado à sociedade para romper o silêncio diante da violência contra idosos e fortalecer os mecanismos de denúncia e cuidado e os ACS são fundamentais nesse processo, por estarem diariamente em contato com as famílias nas comunidades. “Eles são a nossa voz lá. Levam a informação, identificam e fazem os encaminhamentos em casos de suspeita de violência contra o idoso”, destacou.

Segundo Jafia, quando há uma suspeita de violação, não é necessário comprovar imediatamente o abuso. Basta a constatação de indícios para que se inicie um protocolo com preenchimento da ficha de notificação interpessoal, que é encaminhada à gerência da unidade, ao Conselho Municipal do Idoso e ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), podendo chegar ao Ministério Público, conforme a gravidade.

A campanha estende-se com ações práticas em parceria com os CRAS do bairro Nova Marabá e do núcleo Morada Nova, promovendo dias de cidadania voltados aos idosos. Nessas ações, os participantes recebem informações sobre seus direitos e têm acesso a serviços de saúde, como aferição de pressão arterial, glicemia, vacinação e orientação geral.

A campanha também conta com a participação da Liga Acadêmica de Geriatria e Gerontologia de Marabá (Laggma), que contribuiu com palestras e rodas de conversa nas capacitações.

A palestrante e membro da Liga, Sofia Andrade, ressaltou que a maioria das pessoas desconhece os tipos de violência que os idosos podem sofrer, que vão além das agressões físicas e incluem negligência, abandono, violência psicológica, financeira e institucional.

“Falamos sobre o Estatuto do Idoso, sobre como reconhecer e denunciar essas situações. É importante entender que, sem notificação, o serviço não age. Muitas vezes há demora porque o caso nem chega a ser registrado. Falta conhecimento e, por isso, ações como essas são fundamentais”, pontuou Sofia.

Para formalizar as denúncias de maus tratos à pessoa idosa a pessoa liga para o Disque 100 ou direto no telefone do CMDDPI  (94) 98402-7303. 

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio

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