
Cultura: Juninas marabaenses promovem manifestação artística e são espaços para formação de cidadãos
Muito além de promover uma expressão cultural, as juninas de Marabá também são espaços de formação de cidadãos, que se preocupam com o desempenho escolar dos participantes e com seu desenvolvimento no seio familiar e social. A Junina Fogo no Rabo Mirim é um exemplo de agremiação que tem essa preocupação com os brincantes.
A Junina surgiu em 1990 a partir de grupos de jovens da Igreja Católica e tinha como objetivo a evangelização, a promoção de valores familiares e o acompanhamento escolar. As crianças que participam da junina precisam fazer a catequese, estar com boas notas na escola e ter bom comportamento junto aos pais. A Fogo no Rabo possui uma diretoria espiritual, responsável pela orientação e momentos de oração. Grande parte da diretoria é catequista.


“A Fogo no Rabo observa a questão social, de preparar o cidadão. Para evangelizar, a questão social é envolvida, os valores familiares e o acompanhamento na escola. A gente conversa muito com os pais sobre o desenvolvimento da criança em casa e na escola. Através da educação, você forma, de fato, o cidadão”, afirma Ademar Dias, fundador e coordenador da junina Fogo no Rabo.
Alicya Macena tem 9 anos e vai dançar pela segunda vez na Junina Fogo no Rabo Mirim. Ela se inspirou na irmã, Maysa, que também já dançou na junina. Atualmente, Alicya é coroinha e sempre está em dia com as obrigações que sabe que precisa cumprir para poder dançar. Ela compartilha seu sentimento em participar da junina e da competição.


“Eu me sinto acolhida, me sinto bem dançando. A gente vai se sair muito bem, não vai errar e vai ser campeã. Eu tenho que ir bem na escola para poder dançar porque se eu não for bem, não vou poder dançar e eu quero dançar. Eu me sinto bem porque o Ademar acolhe, aconselha. Significa várias coisas, família, união”, comenta.
Família
O apoio da família é essencial para que as crianças participem da junina. O fato de conhecerem o trabalho da Fogo no Rabo fez os pais de Alicya escolherem a junina para que as filhas dançassem.


“Quando a gente deixa nossos filhos aqui, eles são bem cuidados. Eu posso falar isso porque estou sempre acompanhando, em todos os ensaios. Tem os ensinamentos, as regras. Qual pai ou mãe não quer que seus filhos estejam acolhidos em um local que fala de Deus e que, além de brincar, tem aprendizado. As noites do festejo caem no segundo bimestre, então, já sabe, vai dançar, mas de manhã tem que estar apta, alegre e feliz para ir para a escola e ter bons resultados”, observa Francisca Macena.
Uelson Macena relembra que chegou em Marabá há 20 anos e começou a morar no bairro Santa Rosa na época do festejo. Foi quando teve contato com a Fogo no Rabo e acompanhou o trabalho desenvolvido pela junina. Com o tempo, casou e teve as filhas. Quando Maysa e Alicya demonstraram interesse em dançar, foi a Fogo no Rabo que escolheram.
“A questão da escola, para mim é a mais importante porque isso não vai ser bom apenas porque esse aluno vai dançar, mas para a vida dele. Quanto mais ele se empenhar, mais trabalhar na escola, é um desenvolvimento melhor para a vida. A Alicya tem consciência de que tem que estar bem em casa, ter educação em casa, além de uma boa educação na escolar, ter boas notas. É uma vida, um ensinamento. É um trabalho para muito além da cultura, um trabalho social. Em todos esses anos, a junina já deve ter tirado muitas crianças de um caminho errado”, ressalta.
Maysa, irmã de Alicya, tem 15 anos. Atualmente é catequista e acompanha as crianças nos deveres junto à igreja. Ela dançou na junina, inspirou a irmã e destaca o impacto que a junina tem na vida das crianças.


“Para dançar na quadrilha é preciso que a gente vá bem na escola, para um dia termos uma boa profissão, sermos pessoas de bem, não entrarmos na criminalidade, tirar crianças do crime, das drogas, da depressão. Muitas crianças dançam quadrilha em junho e se tornam pessoas muito melhores o ano inteiro”, afirma.






Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sara Lopes
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