Os viadutos que interligam os núcleos Marabá Pioneira, Nova Marabá e Cidade Nova ficam mais bonitos com as pinturas dos artistas visuais Jonas Barros, Rildo Brasil, Josean Martins, Jefferson Bosco, entre outros. As pinturas são retratos do cotidiano marabaense como a coleta de açaí, animais e flora da Amazônia, onde Marabá está inserida e é uma realização da Prefeitura de Marabá por meio da Secretaria de Viação e Obras Públicas (Sevop).

Os artistas pintam os paredões laterais de dois túneis na Folha 33 com dimensões de 4×20,2 totalizando 80,8 metros quadrados cada; um túnel rodoferroviário, no acesso ao bairro Nossa Senhora Aparecida (Coca Cola), com dois paredões de dimensões 5,5×16, com o total de 88 metros quadrados cada e um túnel no trevo de acesso à Marabá Pioneira com dimensões de 4,4×26, que alcançam 114,4 metros quadrados cada. Serão mais de 700 metros quadrados de pintura, somente nos viadutos.

A engenheira Caroline Guimarães, fiscal da Sevop, relata que o projeto começou na orla e expande-se por outros lugares para deixar a cidade cada vez mais colorida.

“A gente fez uma reunião com os pintores que nos procuraram e resolvemos pintar os viadutos para dar mais cor, mais alegria. Junto com a pintura vamos colocar também uma iluminação para ficar mais claro e destacar ainda mais a arte. Todo mural que não tiver pintura a gente vai pintar”, anuncia.

Segundo ela, cada painel tem a cara de um autor para que seja divulgado seu trabalho. Este é o caso do artista Jonas Barros, que aceitou o convite do prefeito Toni Cunha para participar do projeto e resolveu retratar o cotidiano na época do surgimento de Marabá.

“A Carol entrou em contato com a gente, marcamos reuniões, convidamos outros colegas artistas para participar. O tema traz um pouco da minha infância, da minha família. Tem uma senhora que me lembra muito a minha mãe e a minha sogra também. Tem um menininho, como se fosse a gente na infância, colhendo açaí, pescando e retirando da fauna amazônica, tudo aquilo que sustenta a família ribeirinha. O apanhador de açaí lembra o meu irmão mais velho. Então é uma vivência bem assim cotidiana”, explana. Jonas já tem seus trabalhos conhecidos no mundo todo e ano passado expôs no Museu do Louvre, em Paris, na França.

Outro artista que faz parte do projeto é o Rildo Brasil que também pinta um mural inspirado na região amazônica onde nasceu e vive.

“Nós somos amazônidas. Eu mesmo fui uma criança que viveu na floresta com o pai, tirando castanhas. E a arara. Eu já tive uma arara, criei uma arara. Eu gosto muito da arara porque ela tem muitas cores. O colorido dela me chama a atenção. E se você ver o meu trabalho de longe, você percebe que são cores variadas. Inclusive, tem cores na arara que eu coloco e não existe. Mas é o meu estilo de trabalhar. Eu criei esse estilo pra pintar esse mural porque eu vi que chamava muita atenção. Muita gente que passa gosta do que a gente está fazendo”, comenta.

O artista Josean Martins, conhecido como Martins, afirma que é uma satisfação imensa fazer parte desse projeto.

“É sensacional essa oportunidade que a gente tá tendo. Gratidão a toda a gestão municipal por essa oportunidade. Nessa arte eu coloquei algumas palavras para expressar as qualidades do Marabaense. A onça vai representar a força e a garra desse povo; O pescador, a resistência. Se a gente for pensar aí nos primeiros anos, os primeiros ciclos econômicos, castanheiros, garimpeiros, o único que ainda resiste é o pescador. E por último um tucano e algumas flores para representar a beleza do povo, a suavidade. Eu mesmo cheguei aqui e o povo me acolheu muito bem nessa cidade”, enfatiza.

Texto: Fabiana Alves
Fotos: Paulo Sérgio Santos