Neste sábado (9), a partir das 17 horas, o Museu Municipal Francisco Coelho promove mais uma exposição especial, em virtude das comemorações do aniversário de cinco anos da instituição. Desta vez, o evento será voltado à reflexão da importância da madeira na cultura indígena e ficará aberto na sala de exposições temporárias. Intitulado “Raízes de resistência: a cultura da madeira na Amazônia indígena”, a mostra visa destacar os conhecimentos tradicionais e a importância da madeira nas manifestações culturais dos povos indígenas da região.

Entre os artefatos, a exposição tem como foco a borduna, uma arma indígena feita de madeira que serve para ataque, defesa ou caça. As características desta arma, como tamanho, peso, formato e nomes variam entre os diferentes grupos indígenas. A borduna ganhará um espaço especial na programação especial do Museu Municipal, por meio de debates, vivências entre outras dinâmicas, que resgatam a arte e potência realizada pelos povos originários do nosso país.

Segundo Wellington Mota, coordenador de projetos do museu, “a exposição tem um caráter mais científico, com o objetivo de conscientizar e valorizar os saberes indígenas. Na abertura, vamos realizar uma mesa-redonda para debater a importância desse conhecimento e divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo laboratório em parceria com a etnologia da Fundação”.

A formação da mesa-redonda terá a participação de representantes das etnias Suruí, Xikrin, da Fundação Casa da Cultura de Marabá, da Liga de Ciência e Tecnologia da Madeira (LCTM) da Universidade Estadual do Pará (UEPA campus Marabá, para compor a mesa de abertura da programação. Os indígenas Suruí também irão vender artesanatos típicos da etnia, além de promover pintura corporal com grafismos tradicionais. A ação marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas e faz parte do I Circuito de Relações Étnico-Raciais da FCCM, realizado em parceria com a LCTM/UEPA.

Início das comemorações

As comemorações do quinto aniversário do museu começaram no início do mês, com a exposição Literatura de Cordel e suas histórias: poetas e versos que encantam, que trouxe folhetos originais, painéis com trechos de cordéis, uma instalação em formato de árvore com publicações acessíveis ao público e um minidocumentário gravado em parceria com a FCCM. 

Segundo Lara Luz, diretora do museu, essa iniciativa mostra como o museu é um lugar importante para promover o diálogo entre diferentes conhecimentos e formas de expressão. “A história de Marabá se confunde com a história da migração nordestina. A literatura de cordel é uma expressão muito presente em nossa cultura, é popular, acessível e faz parte da formação de muitos marabaenses”, destacou. 

A mostra é resultado da pesquisa do professor Geovanni Gomes, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), sobre o cordelista José Costa Leite e reuniu acervo pessoal, cordéis do Arquivo Municipal Manoel Domingues e produções de artistas locais e contou com dinâmicas como microfone aberto aos presentes, música e comidas típicas da cultura nordestina, promovendo assim, um encontro das tradições desta região com o público marabaense.

Texto: Kauã Fhillipe com informações de Osvaldo Henriques
Imagens: Divulgação / Arquivo Secom