Nesta quinta-feira, 21, no Teatro Municipal Eduardo Abdelnor, o Departamento de Educação especial da Secretaria Municipal de Educação (Semed) promoveu uma capacitação para os mais de 900 estagiários da rede municipal de ensino que acompanham crianças com diversas deficiências físicas, mentais ou transtornos como o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A coordenadora do Departamento, Thaís Mendes, explica que a capacitação é realizada bimestralmente, ministrada por uma equipe multiprofissional composta por assistente social, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo e terapeuta ocupacional que abordam assuntos específicos que serão utilizados pelos estagiários em sala de aula.

“Eles precisam ter acesso a esse conhecimento para que a gente possa respeitar a especificidade dos alunos. Hoje são estagiários da zona urbana e zona rural de ensino. Nós falamos sobre o ensino para a pessoa com deficiência, sobre as especificidades das deficiências, como o transtorno do espectro autista, a deficiência intelectual, a deficiência física e como é o manejo ao lidar com esse aluno em sala de aula, para auxiliar o professor do ensino comum”.

Todos os estagiários são alunos de licenciaturas que foram até o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e fizeram um cadastro. Depois o CIEE faz o recrutamento e designa-o para o estágio. “Ele passa a ser estagiário do município. E o município dá esse suporte fazendo acompanhamento com a equipe multiprofissional que hoje está aqui reunida, promovendo essa formação. As formações são bimestrais, já consta no nosso calendário de formação as formações específicas para os estagiários. Nós tivemos que realizar aqui no Teatro Municipal justamente pelo grande quantitativo”, informa Thaís.

A assistente social Patrícia Brito é uma das palestrantes da formação que falou sobre a lei de inclusão.

“Para que eles tenham uma capacitação, uma formação de forma completa, não só na questão da aprendizagem, mas também com o contexto social como um todo. Esse aluno com quem eles trabalham é um aluno que a gente tem que ver na totalidade. Ele não está somente no espaço da sala de aula, ele também convive com a família, nos espaços públicos. Todo esse conhecimento vai garantir, vai dar habilidade para que ele possa desenvolver o trabalho dele no dia a dia com esse aluno de uma forma mais leve, uma forma mais prática, que não traga tantos desafios”, argumenta.

Rodrigo Gentil, terapeuta ocupacional do Departamento de Educação Especial (DEE/Semed) também fez explanou palestra sobre mobilidade e acessibilidade.

“Explicamos como eles podem intervir para garantir esse direito tanto da mobilidade quanto da acessibilidade, o manejo na questão sensorial. Nós, terapeutas ocupacionais, trabalhamos bastante questões sensoriais, questões de acessibilidade, mobilidade e adaptação de material. A terapia ocupacional no contexto escolar vai trabalhar essa adaptação com o aluno”, expõe o terapeuta.

A estagiária de Pedagogia, Pâmela Sousa, trabalha dentro do Espaço de Acolhimento Provisório (EAP) e já está em sua terceira formação. Ela afirma que essas formações ensinam como trabalhar com a criança que estão acompanhando.

“Eu adoro participar dessa formação, é minha terceira formação de estagiário e acho interessante, porque a gente aprende como trabalhar com a criança que a gente tá cuidando naquele momento, como olhar pra ele com um olhar diferente, um olhar cuidadoso de atenção e não só o meu aluno, que eu acompanho, mas os alunos que participam da escola como um todo. A criança típica ou a criança atípica, todos precisam desse tipo de acompanhamento que a gente aprende aqui”, pontua a estagiária.

Texto: Fabiana Alves
Fotos: Paulo Sérgio Santos