FUNDAÇÃO CASA DA CULTURA COMPLETA 34 ANOS E CRESCE DE DENTRO PRA FORA
Fundação Casa da Cultura de Marabá celebra aniversário nesta sexta-feira focada no avanço de pesquisas, difusão cultural com a Escola de Música e ampliação de seu acervo
Enumerar os avanços pelos quais a Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) passou do início de 2017 até agora requer não apenas um pouco de tempo, mas também uma parada para reflexão sobre os novos rumos da entidade, que é referência em pesquisa na Amazônia e procura cada vez mais aprimorar seus métodos.
Hoje, sexta-feira, 23, em comemoração aos 34 anos de criação da FCCM, uma cerimônia festiva marcada para as 18 horas vai celebrar os novos tempos e, ao mesmo tempo, servir para inauguração do muro em torno das instalações da instituição e o Galpão de Música “José Mendes Filho”, o popular Macaquinho. O evento contará com a participação do prefeito Tião Miranda.
A atual presidente da Fundação, Vanda Régia Américo Gomes, está entusiasmada com os resultados alcançados e credita tudo isso ao trabalho desenvolvido em equipe pelas dezenas de servidores da Casa. “Ninguém faz nada sozinho. Temos um staff técnico capacitado e motivado para transformar esta instituição em uma referência em todas as áreas de atuação”, aponta ela.
Uma das primeiras medidas adotadas por Vanda Américo assim que tomou posse no cargo, em 10 de janeiro de 2017, foi mobilizar a equipe jurídica disponibilizada pela Prefeitura para reformular a Lei de Estrutura Administrativa da FCCM, que datava da década de 1980.
O mesmo caminho foi adotado para a Escola de Música Moisés da Providência Araújo, agora certificada por lei municipal e que está sendo registrada junto ao Conselho Municipal de Educação para que tenha reconhecimento do Ministério da Educação como instituição de ensino. Com isso, poderá firmar parcerias com outras entidades e receber recursos para sua manutenção.
E por falar em Escola de Música, ela recebeu “fermento” de gestão nos últimos dois anos. Além das turmas de música que funcionavam na sede da fundação, a única extensão que havia até o final de 2016 era uma em Morada Nova. Atualmente, há mais de 1.500 alunos participando do projeto “Música em todo canto”, com aulas em várias instituições parceiras, como a Escola Evandro Viana (São Félix 3) com aulas de fanfarra e flauta doce; Recanto Pastorinho, no Km 7, com mais de 100 alunos; José Mendonça Vergolino, com coral de crianças, outro de adultos e flauta doce; Igreja Batista, no Bairro Amapá, com coral, musicalização infantil e flauta doce; Igreja dos Capuchinhos, com aulas de violão; Casa de Eurípedes, na Independência, com aulas de violão; Escola Maria Tereza, no Bairro Independência, com flauta e musicalização infantil. “Fizemos aquisição de dezenas de novos instrumentos musicais para as necessidades dos estudantes”, comemora Vanda Américo.
ESTRUTURA EM AMPLIAÇÃO
Na estrutura predial, a Casa da Cultura, como é carinhosamente chamada pela população de Marabá e região, também alcançou um avanço significativo, com construção de um muro ao redor de todo o perímetro dos prédios para dar mais segurança aos estudantes, servidores e ao precioso acervo existente.
Na guarita de entrada, houve implantação de uma cancela eletrônica para os veículos e sistema de biometria para registrar a entrada e saída dos estudantes. “Temos centenas de alunos matriculados em nossos projetos e aqui dentro somos responsáveis por eles”, observa Vanda.
A presidente também cita a construção de um galpão para ensaio da banda, nas dimensões de 21×14 metros, que será inaugurado hoje. “Antes, os alunos ensaiavam embaixo de pequenas tendas e ficavam molhados em dias de chuva”, relembra.
Atualmente, está em construção um novo prédio para abrigar a importante Reserva Técnica da Arqueologia, com custo superior a R$ 700.000,00. “Agradecemos ao prefeito Tião Miranda por se sensibilizar com as necessidades da Fundação Casa da Cultura e permitir a ampliação de alguns setores para dar vitalidade à instituição”, diz a presidente.
MAIS PERTO DOS JOVENS
Outro avanço incorporado à Fundação Casa da Cultura foi a remodelagem de seu sistema de tecnologia por meio de software, digitalização da documentação física do amplo acervo, com implantação de novo site na Internet. “Já temos um razoável posicionamento nas redes sociais e queremos ampliar ainda mais a presença da instituição no ambiente virtual para atrair a atenção dos jovens”, sustenta a presidente.
GRUPOS DE PESQUISA
Sempre com o DNA alicerçado nas pesquisas, a Fundação Casa da Cultura deu um salto significativo nesta área nos últimos dois anos. Primeiro, conseguiu que seu Boletim Técnico alcançasse o padrão para indexação no Latindex – um sistema de informação qualitativa que mostra o grau de comprometimento dos periódicos acadêmicos e científico ibero-americanos. “Com essa indexação, passamos a figurar em uma rede de disseminação de pesquisas que envolve 19 países e estamos dando visibilidade às pesquisas realizadas na região”, comemora.
Na Botânica, a FCCM firmou parceria com a UNB (Universidade de Brasília) e Unifesspa para organizar o acervo com mais de 7.000 exsicatas guardadas em balão herbário para registro oficial junto ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Na Zoologia, manteve uma parceria com a UEPA, tendo firmado um termo de cooperação técnica, inclusive com orientação de mestrado ocorrendo nas dependências da fundação. Na Bioespeleologia, a parceria está em andamento com a Unifesspa, Museu Emílio Goeldi e UEPA. Com isso, a Fundação passou a contar com arqueólogos e três geólogos em seu quadro.
“Na etnologia, a FCCM resgatou a doutora em História Social, Mirtes Emília, a qual revitalizou este setor, enquanto o departamento de Educação Patrimonial, vem realizando um papel diferenciado na divulgação das pesquisas realizadas através dos livros elaborados pela casa. O Engenheiro Ambiental, Ricardo Williams Souza, que promove coleta seletiva, em parceria com uma empresa privada, vem atuando na reciclagem do lixo, diminuindo assim a poluição ambiental, atendendo as normas do setor de Saúde, Segurança e meio Ambiente-SESMT da FCCM”.
As pesquisas se estendem também às aldeias da região, como na Suruí, com registro das manifestações artísticas e culturais. “Várias oficinais de capacitação estão sendo realizadas em vários segmentos e a Pinacoteca transformou-se em Companhia de Artes, atendendo várias entidades e até outros municípios da região”, comemora Vanda.
SEGURANÇA NO TRABALHO
Em função do contrato que a Fundação Casa da Cultura mantém com a Vale para pesquisas em áreas de minas na região da Serra dos Carajás, a atual gestão da instituição instalou o Departamento SESMT (Serviço Especializado em Engenharia e em Medicina do Trabalho), que tem como objetivo preservar um dos maiores patrimônios da FCCM: seus funcionários.
Para isso, foram adquiridos EPI’s modernos e o SESMT realiza treinamentos mensais, e a Casa da Cultura passou a contar com uma Brigada contra Incêndio, como parte das exigências da mineradora. Com essas mudanças implementadas, a Fundação saltou do nível 33 para o 61 na rigorosa avaliação nacional das empresas que prestam serviço para a Vale.
A FCCM coordena as obras do futuro Museu Municipal, que vai funcionar no Palacete Augusto Dias. A restauração e adaptação foram retomadas em parceria com a Vale e apoio do Ministério Público Estadual no ano passado. “Também temos a obra de construção do moderno Cine Teatro, na Folha 16, que deverá fortalecer o segmento de cultura”, prevê Vanda.