SMS: “Prevenção de incapacidades” é o tema do Janeiro Roxo no combate à hanseníase
“Um dos primeiros sintomas da hanseníase é o aparecimento de alguma mancha branca ou avermelhada”, alertou a médica Patrícia Carvalho
A Unidade Básica de Saúde “Emerson Caselli”, no Bairro Liberdade, foi o local escolhido para o lançamento da campanha Janeiro Roxo, nesta quarta-feira (9). Atualmente na UBS há 30 pessoas em tratamento contra a hanseníase, mas no município o número total das que tratam o problema na rede pública de saúde, é de cerca de 200 pacientes. Este ano, com o tema “Prevenção de incapacidades”, as ações da campanha vão de palestras a consultas com dermatologistas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A enfermeira Arithana de Barros Silva, coordenadora de doenças crônicas da SMS, afirmou que a campanha acontece em 23 Unidades Básicas de Saúde da rede, sendo 10 postos de saúde na zona urbana e 13 na zona rural. Ela ressaltou que o paciente não pode abandonar o tratamento. “O foco é sobre a prevenção da hanseníase, uma vez que, o tratamento é importante porque a doença pode desenvolver incapacidades e sequelas graves”, acentuou a enfermeira.
Já a diretora da Atenção Básica da SMS, Camila Lopes, destacou, na palestra, a importância de prevenir a doença. “Janeiro Roxo já é o segundo ano no município, em 2019 voltado para ‘prevenção de incapacidades’, conscientização da comunidade, onde vai acontecer palestras em todas as unidades de saúde. Ano passado o tema foi ‘É possível curar. É preciso tratar’”, ressaltou a diretora que alertou a população quanto a procurar atendimento médico no surgimento de alguns sintomas. “Qualquer mancha pode ser algo sério que leva a morte ou incapacidade, como perda de movimentos. Então vá até o posto de saúde mais próximo da sua casa para realizar uma avaliação”, advertiu a diretora.
Durante as ações do Janeiro Roxo haverá visita de campo para onde estiver pessoas com hanseníase, o agente de Saúde vai comunicar a SMS que irá na residência captar o maior número de pessoas infectadas ou em contato com a doença. A médica clínica geral Patrícia Carvalho esclareceu que a hanseníase é causada por uma bactéria que acomete pele e nervos. Um dos primeiros sintomas é o aparecimento de manchas brancas ou avermelhadas, e alguma alteração de sensibilidade na região da mancha ou no entorno, ocasionalmente pode surgir dores.
“Se tiver qualquer mancha suspeita, na dúvida, não fique em casa, vendo se é pano branco ou outra coisa, procure o médico. Porque a mancha simples pode ser a hanseníase, procure a unidade de saúde mais próxima que o médico fará o exame e verificará se é realmente ou não hanseníase”, apela a médica.
Atento à palestra, o agricultor Francisco Batista da Silva acompanhava as dicas de saúde. “É bom assistir porque muita gente não conhece a doença, agora pode ficar bem informado, participar dos eventos e ficar por dentro e esclarecido, tirando as dúvidas”, afirmou.
CUIDADOS
De acordo com Patrícia Carvalho, a hanseníase é uma doença onde os pacientes já passaram por muito preconceito, as pessoas eram até separadas, hoje mudou-se a percepção. “A doença é transmitida pelo ar e contato direto com paciente. Não é só o fato de cruzar com paciente que tenha hanseníase que você vai pegar, precisa de um contato mais prolongado”, esclarece a profissional de saúde.
A médica esclarece que a doença não é transmitida em banho de piscina ou abraço, sem necessidade de separar talheres e pratos. No entanto, a maioria dos casos de pessoas que residem próximas ao paciente necessitam ser avaliados. “A gente tem de acabar com essa discriminação da hanseníase. A doença tem cura e, se iniciado o tratamento logo que for descoberto, a chance de transmissão reduz em vários por centos. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhor para o paciente, melhor para comunidade, o paciente para de transmitir e evita sequelas”, pontuou.